Jeane Alves
domingo, 24 de outubro de 2010
NAMIR HAMDAN, "O TURFISTA"
Namir, o bom libanês, volta à cena.
Depois de brilhar intensamente aqui em nosso espaço com o seu audacioso projeto, “Os jardins suspensos da Babilônia”, o turfista libanês, Namir Hamdan, deixou de lado os agentes credenciados na semana passada, e fez uma visita ao Hipódromo da Gávea. Crítico ao extremo, observador sagaz e apostador compulsivo do simulcasting, ele lamentou o pouco caso com alguns detalhes fundamentais, segundo ele, para o sucesso deste intercâmbio entre as corridas de duas praças diferentes.
“Em qualquer lugar do mundo existe preocupação idêntica na cobertura dos hipódromos. Aqui é diferente. No simulcasting Gávea-Cidade Jardim existe pouco caso com detalhes das corridas de São Paulo. No dia do Grande Prêmio Salgado Filho um oficial da aeronáutica me levou a loucura e a todos os apostadores com o discurso de maior duração já presenciado por estas bandas em todos os tempos. Não tivemos pedra de apostas, cânter dos concorrentes e nem mesmo tempo de apostar. Prejuízo para o clube e falta de respeito com a gente. Como se não bastassem os desencontros. Encerrado o discurso, o locutor da TV Turfe pediu um minuto de silêncio, mas a gente não sabe nem para quem, por um segundo depois, o tal minuto foi interrompido com a largada do páreo de São Paulo.”, fuzila.
No simulcasting Gávea-Tarumã é o contrário, segundo o libanês da língua afiada. Namir lembra que o repórter Lobinho faz entrevistas com jóqueis e treinadores, além de dar detalhes dos bastidores. Esta quantidade infinitamente maior de informações esvazia a cobertura estática da Gávea, que na condição de matriz deveria realizar maiores vôos do que a filial. “Na teoria, pelo menos, o posto central é a Gávea. Mas na prática o que se vê é um show de detalhes e falatório constante dos comentaristas paranaenses, enquanto aqui impera um silêncio quase sepulcral. Não por falta de competência, mas por ausência de comando”.
Outro fato que chamou a atenção de Namir Hamdan foi o critério diferenciado no julgamento dos páreos da Gávea. Ele acha que a presença de antigos profissionais poderia a ajudar os comissários de plantão. “Estive recentemente num matinal da Gávea e me surpreendi com o Jorge Pinto no dorso de um cavalo na função de redeador. Hora, o Pintinho foi um dos melhores jóqueis de todos os tempos. Um padrão de honestidade, garantia para os apostadores. Será que ele não tem qualquer utilidade no turfe carioca? Não há espaço para um craque como ele em nenhum destes setores técnicos em que o sujeito precisa conhecer cavalos e corridas? Depois fui tomar café no padoque e vi o veterano treinador, Rubens Carrapito. Outro craque. Está aposentado. Não existe lugar para ele dentro do turfe carioca?”.
De volta ao simulcasting, paixão muito pessoal de Namir, ele lamenta a falta de um comentarista das corridas de Cidade Jardim. Lembra que nos tempos do saudoso Mauro de Faria, o apostador carioca tinha uma noção geral dos páreos. “Não custava nada ter uns 10 minutos no programa “Turfe Espetacular” com a análise dos páreos do simulcasting. É a corrida mais lucrativa para o Jockey Club Brasileiro. O apostador carioca adora apostar em Cidade Jardim e o clube arrecada sem ter que gastar nenhum tostão com pagamento de prêmios. Por que não tratar melhor esta galinha dos ovos de ouro? Já pensou você jogar nos páreos de São Paulo com marcação do catedrático Beto, ou do Jorge Delírio, ou do André Rodrigues, ou ainda do Nei Petrochinsky?”.
Namir fala com satisfação do sucesso de algumas atividades para as crianças realizadas durante a disputa do Grande Prêmio Lineo de Paula Machado, quando elas tiveram brinquedos à disposição. Lembra que foi uma das suas sugestões no projeto “Os jardins suspensos da Babilônia”. Confiante em que as coisas vão melhorar em breve, ele acha que Jorge Ricardo deve receber uma homenagem especial do clube quando recuperar o recorde mundial. Cita o exemplo do futebol que esta semana rendeu todas as homenagens a Pelé, nos seus 70 anos.
“O turfe precisa saber reverenciar os seus ídolos. Eu tenho um projeto espetacular para a volta do Ricardinho ao topo do mundo. Mas não posso falar sobre isso agora senão alguém me passa a perna e rouba a minha idéia. Vamos aguardar a contagem regressiva. Prometo revelar em primeira mão aqui no Raia Leve”.
poR Paulo Gama
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