Eles são dois irmãos siameses, embora nascidos com três anos de diferença a quase 10 mil quilômetros de distância. Olhando os dois, de perto, um ao lado do outro, podemos afirmar o que disse dona Rhea Silvia vendo seus dois filhos gêmeos Rômulo e Remo mamando na loba, antes da fundação de Roma: Facies Uni, Culus Alteri. O que significa, em bom português, na tradução simultânea feita pelo professor Agenorum: a cara de um é o fiofó do outro.
Um dos siameses nasceu às margens do rio Pó, em Milão (Itália), em 29 de setembro de 1936, é libriano. O outro, do signo de Escorpião, nasceu à beira do Juruá, em Eirunepé (AM), em 16 de novembro de 1939. Um, cujo hobby é o xadrez, não perde jogo do Milan, no Estádio San Siro. O outro, viciado em dominó, quando pode assiste as peladas do seu time - Tufão do Juruá - no Estádio Municipal João Conrado, conhecido como Dissicão. Um adora panetone. O outro não dispensa um xis-caboquinho, com pão francês, queixo coalho e tucumã descascado pelo Cabo Pereira.
As diferenças, no entanto, param por aqui. Se um se olhar no espelho, vê a imagem do outro. Os dois se formaram em direito, são advogados, mas jamais exerceram a profissão. O negócio de cada um deles começou com a construção civil. Ambos mamaram na loba, enriquecendo como empreiteiros. Silvio Berlusconi, aos 23 anos, fundou sua construtora, a Cantieri Riuniti Milanese, edificou dois grandes conjuntos residenciais na zona leste de Milão, passou a perna no seu sócio e embolsou o lucro.
Amazonino Mendes criou a construtora Arca e, aos 33 anos, quando seu empregado analfabeto, o pedreiro Antonio Alves do Carmo, tirou a sorte grande na Loteria Esportiva, convenceu-o a se tornar seu sócio, construindo o conjunto Ayapuá, na zona oeste de Manaus. Uma mudança contratual deixou o pedreiro na pindaíba, sem dinheiro sequer para comprar um caixão de terceira classe, adquirido numa “vaquinha” feita pelos amigos, quando morreu de câncer em 25 de março de 2009.
O italiano foi identificado pela revista Forbes como o homem mais rico da Itália, uma fortuna calculada em 9,4 bilhões de euros. Construiu para si, na Costa Esmeralda, Sardenha, uma mansão suntuosa denominada Villa Certosa, onde promove “festas dignas das Mil e Uma Noites”, nas quais as meninas convidadas recebem tratamento de “princesa”, segundo a revista L’Espresso. O palacete tem jardim botânico, lagos cheios de tartarugas, uma gruta natural em forma de baleia e um vulcão artificial que entra em erupção derramando cascatas de luz sobre uma lagoa.
O amazonense foi identificado pela revista Veja, em 1997, como um homem podre de rico, com uma fortuna estimada na época em 200 milhões de reais, quantia superior às riquezas somadas de todos os cabocos de Eirunepé. Dono de um jatinho learjet e de dois iates, ele construiu para si, às margens do igarapé Tarumã, mansão espetacular de quatro andares, torre com elevador panorâmico, salões de jogos e de festas, heliporto, quatro piscinas climatizadas, dois lagos artificiais, cascatas, jardins, quadra de esporte e pista de Cooper.
O gêmeo de Milão é filho político de Betino Craxi, o premiê italiano processado por corrupção na ‘Operação Mãos Limpas’. Depois de ter sido derrotado duas vezes, uma nas eleições regionais em 2005 e outra nas eleições gerais de 2006 por Romano Prodi, Berlusconi foi eleito, em 2008, pela terceira vez, primeiro ministro da Itália, aos 71 anos de idade, pelo PDL (sporco, sporco!).
Seu irmão gêmeo de Eirunepé foi afilhado político do governador Gilberto Mestrinho, cassado em 1964, acusado de corrupção. Depois de ser derrotado duas vezes, uma por Serafim Correa nas eleições para prefeito de Manaus, em 2004, e outra para governador, em 2006, Amazonino assumiu, pela terceira vez, o cargo de prefeito de Manaus, em 2009, aos 70 anos de idade, eleito pelo PTB (vixe, vixe!).
Os dois conseguiram se reeleger prometendo aos eleitores mundos e fundos. Berlusconi acenou com “um milhão de liras ao mês para todos”, enganando os aposentados, que acreditaram nele, além de um milhão de empregos para os italianos sem trabalho.
Amazonino jurou que criaria mil creches, instalaria carretas para distribuição de internet gratuita à população carente da Zona Leste e governaria dentro de um ônibus que ficaria zanzando na periferia de Manaus. Os eleitores “babacones” caíram no conto eleitoral dos dois. É muita coincidência.
La facha brutta
Mas você está equivocado se pensa que as semelhanças entre os irmãos siameses terminam aqui. Berlusconi foi processado por associação mafiosa, lavagem de dinheiro, evasão fiscal, participação em homicídio, corrupção, abuso de poder e incitação à prostituição de menores. Foi condenado duas vezes: a primeira por financiamento ilegal de partidos e a segunda por suborno de inspetores fiscais. Nos dois casos, recorreu e conseguiu ser absolvido. Em quatro casos, os crimes prescreveram.
Seu irmão gêmeo da floresta foi acusado de ser o principal articulador da compra de votos para a emenda da reeleição de FHC, com pagamento de 200 mil reais em troca do voto de cada deputado federal. Sua candidatura à prefeitura foi criticada pela OAB e pelo Ministério Público, já que ele respondia a processos de crimes da lei de licitações, crimes contra o sistema financeiro e contra a ordem tributária. Foi cassado pela juíza Maria Eunice Nascimento e recorreu ao TRE que concedeu uma liminar para sua posse.
Os dois se declaram injustiçados e caluniados por adversários invejosos. Berlusconi usa sua verborreia contra as instituições do Estado, desrespeitando a magistratura. Amazonino, em campanha eleitoral, afirmou em entrevista à Rádio Nova Olinda: “Compra-se a consciência de políticos, compra-se juiz, desembargador, compra-se tribunais de um modo geral: tribunal de contas, ministério público”. Esse é o respeito que ele tem pelo Judiciário.
Berlusconi, que tem feito declarações contra os imigrantes da Tunísia, da Argélia e dos países árabes, deve comparecer a julgamento por fraude fiscal, nessa segunda-feira, 28 de fevereiro, num processo que estava paralisado. Já o início do julgamento por prostituição de menores e extorsão está previsto para 8 de abril.
Quanto a Amazonino Mendes, o vereador Joaquim Lucena (PSB) protocolou nesta sexta-feira um pedido de impeachment, porque o prefeito de Manaus agrediu uma moradora de área de risco onde morreram uma mulher e duas crianças soterradas por um barranco. Em conversa com o prefeito, ela argumentou não ser uma escolha sua residir ali. “Minha filha, então morra, morra, morra” - disse-lhe Amazonino, com raiva, matando-a três vezes seguidas. Aí, informado de que a moradora era paraense, afirmou: “Então está explicado”. Essa deixou o próprio Berlusconi no chinelo.
Segundo Lucena, o prefeito de Manaus ofendeu não apenas os paraenses - os árabes do Berlusconi da floresta, mas toda a população, agindo de forma incompatível com a dignidade e o decoro do cargo, conforme fica evidenciado em vídeo divulgado no Youtube.
Silvio Berlusconi e Amazonino Mendes: o mesmo combate. Na Itália, as mulheres saem às ruas para protestar. E em Manaus? O escritor Saramago chamava Berlusconi de “Essa Coisa”. Já que Amazonino compartilha com Berlusconi a elegância, a fineza no trato, a sensibilidade e a mesma “facha brutta”, podemos emprestar a imagem de Saramago e dizer que Amazonino é “Essa Coisa” da floresta?
por Prof.José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO).
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sábado, 5 de março de 2011
Eleições Jockey Club do Paraná
Resultado da eleição do Jockey Clube será decidido pela Justiça
A eleição do Jockey Clube vai ser decidida pela Justiça. A chapa da situação venceu a votação com vantagem apertada e a oposição quer anular os votos de novos sócios, que teriam comprado o título só para votar.
por Roberta Canetti CBN Curitiba
A eleição do Jockey Clube vai ser decidida pela Justiça. A chapa da situação venceu a votação com vantagem apertada e a oposição quer anular os votos de novos sócios, que teriam comprado o título só para votar.
por Roberta Canetti CBN Curitiba
CAVALOS, ENTRADA DE AR
Floreando
Velhas Novidades
Um dia, um cavalo inscrito chegou ao prado e logo ficou constatada uma novidade. O cavalo estava com um ponto cirúrgico nas duas narinas, com o claro propósito de aumentar as "entradas de ar" nos pulmões. O serviço veterinário retirou o cavalo, entendendo ser um "doping mecânico". Dentro de minha falta de conhecimento do setor veterinário, procurei me informar com quem entende, isto é, veterinários competentes. E se em vez de pontos cirúrgicos o cavalo tivesse sido operado das narinas, de forma definitiva alargado as entradas de ar, o corredor estaria impedido em definitivo de correr? O aumento artificial aeração teria influência no rendimento, seria o tal "doping mecânico"? Um raciocínio lógico desvenda o problema. Não é a quantidade de ar que entra, mas a capacidade pulmonar que se reflete na performance. Não adiantaria possibilitar maior entrada de ar se a capacidade do pulmão é limitada. Veja-se por exemplo a grande capacidade de luta que tinham os grandes ganhadores clássicos: Manguari e Falcon Jet, ambos recordistas em suas épocas da distância de 2000 metros. Os dois tinham visilvelmente os pulmões enormes, profundos, Manguari parecia até um pouco barrigudo, mas na verdade não era barriga, mas amplas e longas costelas em torno de um privilegiado "fôlego" não adianta pretender colocar mais ar do que a capacidade pulmonar, não entra, não cabe. Com todo o respeito que merecem os veterinários, essa história de ampliar a entrada de ar de forma cirúrgica cheira a uma grande picaretagem, uma forma maldosa e criminosa de tomar dinheiro de incautos proprietários, salvo melhor juízo. Acredito que haja casos, certamente em grandeza ínfima da necessidade de tal operação em cavalos que nasceram com obstruções respiratórias e/ou defeitos, mas isso é quase igual a zero na prática. A atitude do serviço veterinário pelo menos serviu para interromper desde logo uma eventual repulsiva e criminosa fonte de dinheiro ilícito. Esse meu entendimento a respeito é, como disse, baseado em veterinários competentes e confiáveis, mas se alguém tem explicação melhor e até mesmo contrária, que se manifeste.
Outro caso que diz respeito a aeração pulmonar é o costume de eventualmente serem amaradas as línguas dos cavalos para correr. A Mãe Natureza é maravilhosa, os indivíduos tem normalmente as características inerentes às raças, apesar de que na prática há imperfeições. Uma delas é o pequeníssimo percentual de corredores que, no esforço da corrida, têm problemas com a língua, que chega a prejudicar o rendimento. Nesses poucos casos, a prática é amarrar a língua, prendê-la ao maxilar inferior com uma atadura. Nos Estados Unidos, onde o despropósito é uma constante, a maioria dos cavalos correm com a língua amarrada mas sem necessidade. No Brasil há muito mais consciência a respeito, a prática quase que só existe nos casos necessários. Mas na Gávea a assunto não é bem disciplinado. Os treinadores podem não amarrar as línguas de seus pensionistas, a prática é livre e facultativa. Assim, têm acontecido casos em que um cavalo que pertence a grande minoria dos que necessitam de tal prática e que não correm amarrados, e de repente, em função de interesses de apostas, têm a língua amarrada e ganham com rateiros elevados, com performance completamente diferente das anteriores. Não há regulamento a respeito. Um bom regulamento, ou pelo menos que tem resultado a contento, é o do uso do diurético, do Lasix. Se um cavalo correr com Lasix, é obrigado a manter essa prática pelo menos por 3 meses, e se parar de usar tem que esperar pelo menos três meses para voltar a usar tal remédio. Esse regulamento parece adequado ao caso das línguas amarradas, se amarrou a língua, tem que manter a prática pelo menos por 3 meses, e se depois parou de amarrar, vai ter que aguardar 3 meses para voltar a amarrar. O público turfista não pode ser eventualmente surpreendido com atitudes condenáveis pela falta simples de um regulamento.
por Milton Lodi
http://raialeve.com.br
Velhas Novidades
Um dia, um cavalo inscrito chegou ao prado e logo ficou constatada uma novidade. O cavalo estava com um ponto cirúrgico nas duas narinas, com o claro propósito de aumentar as "entradas de ar" nos pulmões. O serviço veterinário retirou o cavalo, entendendo ser um "doping mecânico". Dentro de minha falta de conhecimento do setor veterinário, procurei me informar com quem entende, isto é, veterinários competentes. E se em vez de pontos cirúrgicos o cavalo tivesse sido operado das narinas, de forma definitiva alargado as entradas de ar, o corredor estaria impedido em definitivo de correr? O aumento artificial aeração teria influência no rendimento, seria o tal "doping mecânico"? Um raciocínio lógico desvenda o problema. Não é a quantidade de ar que entra, mas a capacidade pulmonar que se reflete na performance. Não adiantaria possibilitar maior entrada de ar se a capacidade do pulmão é limitada. Veja-se por exemplo a grande capacidade de luta que tinham os grandes ganhadores clássicos: Manguari e Falcon Jet, ambos recordistas em suas épocas da distância de 2000 metros. Os dois tinham visilvelmente os pulmões enormes, profundos, Manguari parecia até um pouco barrigudo, mas na verdade não era barriga, mas amplas e longas costelas em torno de um privilegiado "fôlego" não adianta pretender colocar mais ar do que a capacidade pulmonar, não entra, não cabe. Com todo o respeito que merecem os veterinários, essa história de ampliar a entrada de ar de forma cirúrgica cheira a uma grande picaretagem, uma forma maldosa e criminosa de tomar dinheiro de incautos proprietários, salvo melhor juízo. Acredito que haja casos, certamente em grandeza ínfima da necessidade de tal operação em cavalos que nasceram com obstruções respiratórias e/ou defeitos, mas isso é quase igual a zero na prática. A atitude do serviço veterinário pelo menos serviu para interromper desde logo uma eventual repulsiva e criminosa fonte de dinheiro ilícito. Esse meu entendimento a respeito é, como disse, baseado em veterinários competentes e confiáveis, mas se alguém tem explicação melhor e até mesmo contrária, que se manifeste.
Outro caso que diz respeito a aeração pulmonar é o costume de eventualmente serem amaradas as línguas dos cavalos para correr. A Mãe Natureza é maravilhosa, os indivíduos tem normalmente as características inerentes às raças, apesar de que na prática há imperfeições. Uma delas é o pequeníssimo percentual de corredores que, no esforço da corrida, têm problemas com a língua, que chega a prejudicar o rendimento. Nesses poucos casos, a prática é amarrar a língua, prendê-la ao maxilar inferior com uma atadura. Nos Estados Unidos, onde o despropósito é uma constante, a maioria dos cavalos correm com a língua amarrada mas sem necessidade. No Brasil há muito mais consciência a respeito, a prática quase que só existe nos casos necessários. Mas na Gávea a assunto não é bem disciplinado. Os treinadores podem não amarrar as línguas de seus pensionistas, a prática é livre e facultativa. Assim, têm acontecido casos em que um cavalo que pertence a grande minoria dos que necessitam de tal prática e que não correm amarrados, e de repente, em função de interesses de apostas, têm a língua amarrada e ganham com rateiros elevados, com performance completamente diferente das anteriores. Não há regulamento a respeito. Um bom regulamento, ou pelo menos que tem resultado a contento, é o do uso do diurético, do Lasix. Se um cavalo correr com Lasix, é obrigado a manter essa prática pelo menos por 3 meses, e se parar de usar tem que esperar pelo menos três meses para voltar a usar tal remédio. Esse regulamento parece adequado ao caso das línguas amarradas, se amarrou a língua, tem que manter a prática pelo menos por 3 meses, e se depois parou de amarrar, vai ter que aguardar 3 meses para voltar a amarrar. O público turfista não pode ser eventualmente surpreendido com atitudes condenáveis pela falta simples de um regulamento.
por Milton Lodi
http://raialeve.com.br
Santiago tem GP neste final de semana
O Jockey Club de Santiago promove neste final de semana duas pencas, começa com uma na distância de 425 metros que correrão: BATMAN (Helio Rocha), DAMA DE OURO (Jakson Martins), TIO DUCA (Paulo Scorsatto) e FORTALEZA (Claudio Coimbra), na distância de 500 metros disputarão: FULL SPRING (Dr. Jorge Sobrosa), ITAIBATÉ (Stud romeu Minelo), ROCKETE ALADO (Paulo Scorsatto) e CABEÇUDA (Ivo Batista). Os remates acontecerão hoje apartir das 20:30 hs. no tattersall do Jockey Club
Canchareta
http://www.canchareta.com
Mr. Nedawi em ação
Carreira principal da jornada programada para este sábado, 5 de Março, no Hipódromo de Palermo, na Argentina, o Clásico Otoño (gr.II), em 2.000 metros na pista de areia, marca o retorno do excelente Mr.Nedawi, de criação do Haras Old Friends e propriedade do Stud Hole In One.
Herói das últimas versões dos Grandes Prêmios Dardo Rocha (gr.I) e Jose Pedro Ramírez (gr.I), o pupilo de João Gabriel Costa será conduzido por José Aparecido, e largará da baliza 7 num lote composto por 8 competidores.
Também alinharão para a disputa Ximena, Keyser Soze, La Guapa, Choloe, La Bernardina, La Rubeta e De Corral Victorica.
12º páreo do dia, o Clásico Otoño apresenta uma dotação de 80 mil pesos argentinos ao primeiro colocado, e marca a primeira de uma trinca de corridas sobre as quais incide o planejamento da campanha de Mr.Nedawi: caso vença amanhã, o melhor arenático da América do Sul competirá nos GGPP de Honor (gr.I) e Republica Argentina (gr.I) em seguida.
por Victor Corrêa
Eleições, Jockey Club do Paraná
Diante do ocorrido nas eleições do JCP, a questão transcende a natural disputa política pela direção do clube e passa a ser, isso sim, um CRIME a ser investigado. A discrepância de tendência indicativa dos votos apurados nas duas urnas comprova a ocorrência de fraude. Não existe nessas eleições, de antemão, nada que possa justificar tamanha divergência: em uma urna 515 votos para a oposição e 356 para a situação e, na outra, com os novos sócios isolados, 241 a 10 votos, inversamente ao apurado na primeira. Nenhuma variável estatística que eventualmente se possa examinar, seja em conjunto ou isoladamente, para analisar esse resultado tais como idade, nível de escolaridade, sexo e até mesmo tempo de filiação como sócio vai conseguir justificar tamanha aberração. Estamos diante, repito, de um caso flagrante de fraude/estelionato com vistas a obtenção de vantagem(ns) ilícita(s)! Assim sendo, cabe denúncia à autoridade policial pela(s) parte(s) prejudicada(s) para que se instaure o correspondente inquérito policial para a devida investigação do caso e posterior encaminhamento ao judiciário para a instauração de processo CRIMINAL contra o autor(es) desse lamentável ocorrido. Independentemente de outras ações na esfera cível. É o mínimo que se pode esperar desse episódio que mais uma vez leva o turfe brasileiro ao fundo do poço.
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Licca-Chan vende o Grande Prêmio Presidente Guilherme Ellis
JAEL BARROS TEM TUDO PARA SER O NOVO PRESIDENTE DO JCP
Apesar de a oposição ter anunciado a vitória de seu candidato, Jael Barros, ainda não está definida a eleição no Jockey Club do Paraná. As assessorias jurídicas das duas chapas estão de prontidão para recorrer à Justiça para tentar garantir a posse de seus respectivos candidatos. Cresus Camargo, da chapa situacionista Consagração, ainda pode ser declarado o vencedor segundo fontes do clube ouvidas pela coluna. Camargo obteve 594 votos e Barros, 523, de acordo com o site oficial do Jockey.
Tudo depende do destino que a 21.ª Vara Cível der aos votos depositados em um lote de urnas separadas, conforme liminar dada à oposição às vésperas do pleito. Dos 250 sufrágios apurados à parte, Camargo obteve 240 votos e Barros, 10. A oposição contesta a validade dos votantes deste lote alegando que são todos irregulares.
por Reinaldo Bessa
Tudo depende do destino que a 21.ª Vara Cível der aos votos depositados em um lote de urnas separadas, conforme liminar dada à oposição às vésperas do pleito. Dos 250 sufrágios apurados à parte, Camargo obteve 240 votos e Barros, 10. A oposição contesta a validade dos votantes deste lote alegando que são todos irregulares.
por Reinaldo Bessa
Quarto de Milha de Corrida
Os primeiros registros de corridas da raça quarto de milha remonta a 1674, em Henrico County, no estado da Virgínia. Cada corrida era composta por apenas dois cavalos e correram pelas ruas de vilas e pistas, e mesmo em clareiras em áreas desmatadas. Essa corrida de velocidade em pequenas distâncias nas primeiras colônias foi o primeiro exemplo de corrida do cavalo quarto de milha nos Estados Unidos.
Na época em que a guerra da Independência começou, os colonizadores tinham se tornado muito afeiçoados à corrida de quarto de milha, 402 metros.
Os relatos daquela época mostram que, por volta de 1690, grandes premiações eram oferecidas para estas corridas. Relatos da época apontam que grande plantações freqüentemente mudavam de mãos como resultado de apostas feitas nessas disputas. Na era Colonial, qualquer campo inculto ou rua servia como pista de corrida, o que provavelmente explica a superfície de poeira flutuante que envolvia a América.
A corrida de cavalo quarto de milha continuou a crescer em popularidade enquanto a raça crescia. Entretanto, permaneceu numa base informal com corridas de disputa e acontecimentos de finais de semana, em centenas de pequenas pistas que surgiram como pioneiras.
A corrida do cavalo quarto de milha continuou numa base informal há vários anos. Podemos dizer que o esporte literalmente cresceu com aquele país.
A corrida organizada de cavalo quarto de milha teve início em Tucson, no Arizona. Em 1943, uma pista foi construída e projetada especialmente para este fim, em Rillito Park, Tucson.
Take The Money vence o Grande Prêmio Piratininga
sexta-feira, 4 de março de 2011
Peru. governo admitiu ilegalidade em até 90% do mogno exportado
O governo do Peru admitiu secretamente ter abatido ilegalmente de 70% a 90% do mogno usado em suas exportações, de acordo com um telegrama da embaixada dos EUA revelado pelo Wikileaks. Além disso, o governo está ciente de que a madeira ilegal é “lavada” usando “documentos falsificados”, “extração de madeira fora dos limites da concessão” e “subornos”.
Comunicado da organização Survival International, com sede em Londres, afirma que a revelação vai constranger várias lojas DIY nos EUA, que importam madeiras da Amazônia. Home Depot, Lowe’s e Lumber Liquidators confirmaram à Survial que utilizam mogno peruano em seus produtos.
O então embaixador dos EUA no Peru, James Struble, citou “estimativas não oficiais do INRENA (Instituto Nacional de Recursos Naturais) em telegrama de 2006. Segundo a Survival, os comentários do embaixador mostram um retrato condenatório de má gestão florestal do Peru.
Leia mais:
Demanda americana por mogno ameaça tribos isoladas no Peru
Fotos de acampamentos de madeireiros na Amazônia peruana
Exploração de petróleo e madeira ameaça índios isolados na fronteira
De acordo com o telegrama, os EUA comprarm 88% das exportações de mogno do Peru em 2005, destacando seu papel significativo no extenso comércio ilegal de madeira do país. A maioria de mogno peruano continua destinado aos EUA.
A notícia vem poucas semanas após a exploração madeireira ilegal no Peru ter merecido manchetes internacionais, quando se verificou mais uma vez que os madeireiros se infiltraram em áreas protegidas e habitadas por tribos isoladas, forçando-as a fugir através da fronteira para o Brasil.
Os madeireiros representam uma grave ameaça, por exemplo, para os índios isolados Murunahua que poderão ser dizimados por doenças trazidas por estranhos ou enfrentar conflitos intertribais na medida que são expulsos de suas terras.
A reserva Murunahua fica perto da fronteira do Peru com o Acre, onde os índios isolados tem sido fotografados. Alguns indivíduos da etnia Murunahua foram contatado nos últimos anos e vivem fora da reserva.
A Survival International pede ao governo peruano para garantir que a terra Murunahua seja devidamente protegida. Segundo a organização, o telegrama do embaixador mostra o grau alarmante do quanto as autoridades estavam cientes da exploração de madeireira ilegal no Peru, pois não foram capazes de admiti-lo e pouco fizeram para impedi-lo.
- É inacreditável que após cinco anos, ainda vemos o desmatamento ilegal e sistemático e um completo fracasso para salvaguardar a terra habitada por povos indígenas vulneráveis. Os consumidores nos EUA e na Europa simplesmente não podem se basear em documentos que pretendem mostrar que o mogno peruano é de origem sustentável, já que seus certificados de garantia são claramente inválidos - declarou o diretor da organização, Stephen Corry.
PARQUE DO TROTE
O local que nas décadas de 1950 e 1960 serviu de ponto de encontro para a elite paulistana foi incorporado ao parque para onde moradores da Vila Guilherme e região se dirigem hoje a fim de praticar atividade física e relaxar. Denominado oficialmente Parque da Vila Guilherme, o espaço de 187 mil metros quadrados, tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), atende hoje pelo nome de Parque do Trote e é praticamente unanimidade entre os frequentadores, que não hesitam em destacar sua importância, mas lembram da necessidade de manutenção.
O Parque do Trote foi inaugurado em 2006, pela Prefeitura de São Paulo. A desapropriação da área, antes pertencente à Sociedade Paulista de Trote, havia sido homologada apenas um ano antes, embora a ação correspondente tenha se arrastado desde a gestão do ex-prefeito Jânio Quadros.
A Sociedade Paulista de Trote, onde o parque se originou, foi fundada em 1944, mas viveu o apogeu nas décadas de 1950 e 1960, quando a elite paulistana para lá se dirigia a fim de fazer suas apostas nas corridas de charrete. Depois, entrou em decadência.
Apresentado pela Prefeitura como um espaço de ampla acessibilidade a deficientes físicos, crianças e idosos, o parque, que fica aberto diariamente das 8h às 20h, recebe duas mil pessoas durante a semana e até cinco mil aos sábados e domingos. São principalmente interessados na prática de exercícios (corrida, caminhada e bicicleta) e participantes das oficinas do Centro de Convivência e Cooperativa Vila Maria/ Vila Guilherme, o Cecco.
Braço da Secretaria Municipal de Saúde, ele ocupa desde 2008 um galpão dentro do parque, onde promove atividades voltadas à prevenção de problemas de saúde físicos e mentais. De acordo com a coordenadora Luciene Marques Lupatelli, 50 anos, 150 pessoas passam diariamente pelo Cecco, encaminhadas por serviços de saúde municipais ou por iniciativa própria.
Diariamente também, o parque é procurado por praticantes de corrida. "A pista aqui é ótima para o treino de tiro (corrida rápida e em trecho pouco extenso)", explica a corretora Lídia de Moraes, 50 anos, que, apesar de residir em Sumaré, cidade da região de Campinas, usa o parque para treinar toda vez que vem a São Paulo a trabalho.
"O único problema aqui são os usuários de fim de semana", avalia o funcionário público José Célio Perrud, 59 anos. "A Prefeitura deve conscientizar os frequentadores. Isso é um espaço público, para ser cuidado. As pessoas precisam jogar lixo na lixeira e cuidar do verde e dos equipamentos", resume.
Existe um projeto de ampliação do parque, já aprovado pelo Departamento de Patrimônio Histórico e atualmente em fase de ajuste e licitação. Ele prevê a restauração das edificações que eram da antiga Sociedade Paulista de Trote e a elaboração e implantação de um projeto paisagístico para o espaço
O Parque do Trote foi inaugurado em 2006, pela Prefeitura de São Paulo. A desapropriação da área, antes pertencente à Sociedade Paulista de Trote, havia sido homologada apenas um ano antes, embora a ação correspondente tenha se arrastado desde a gestão do ex-prefeito Jânio Quadros.
A Sociedade Paulista de Trote, onde o parque se originou, foi fundada em 1944, mas viveu o apogeu nas décadas de 1950 e 1960, quando a elite paulistana para lá se dirigia a fim de fazer suas apostas nas corridas de charrete. Depois, entrou em decadência.
Apresentado pela Prefeitura como um espaço de ampla acessibilidade a deficientes físicos, crianças e idosos, o parque, que fica aberto diariamente das 8h às 20h, recebe duas mil pessoas durante a semana e até cinco mil aos sábados e domingos. São principalmente interessados na prática de exercícios (corrida, caminhada e bicicleta) e participantes das oficinas do Centro de Convivência e Cooperativa Vila Maria/ Vila Guilherme, o Cecco.
Braço da Secretaria Municipal de Saúde, ele ocupa desde 2008 um galpão dentro do parque, onde promove atividades voltadas à prevenção de problemas de saúde físicos e mentais. De acordo com a coordenadora Luciene Marques Lupatelli, 50 anos, 150 pessoas passam diariamente pelo Cecco, encaminhadas por serviços de saúde municipais ou por iniciativa própria.
Diariamente também, o parque é procurado por praticantes de corrida. "A pista aqui é ótima para o treino de tiro (corrida rápida e em trecho pouco extenso)", explica a corretora Lídia de Moraes, 50 anos, que, apesar de residir em Sumaré, cidade da região de Campinas, usa o parque para treinar toda vez que vem a São Paulo a trabalho.
"O único problema aqui são os usuários de fim de semana", avalia o funcionário público José Célio Perrud, 59 anos. "A Prefeitura deve conscientizar os frequentadores. Isso é um espaço público, para ser cuidado. As pessoas precisam jogar lixo na lixeira e cuidar do verde e dos equipamentos", resume.
Existe um projeto de ampliação do parque, já aprovado pelo Departamento de Patrimônio Histórico e atualmente em fase de ajuste e licitação. Ele prevê a restauração das edificações que eram da antiga Sociedade Paulista de Trote e a elaboração e implantação de um projeto paisagístico para o espaço
quinta-feira, 3 de março de 2011
TRIPLICES COROAS, SEGUNDA ETAPA, GÁVEA
Definidos os nomes para as Tríplices Coroas
A Gerência do Turfe divulgou no final da tarde desta quarta-feira os pagamentos dos ADDEDs para os GPs Diana e Francisco Eduardo de Paula Machado, ambos provas de Grupo 1, que serão disputados no dia 13 de março, no Rio. As provas, que compõem a 2ª Etapa das Tríplices Coroas de potrancas e produtos, são patrocinadas pelos Stud TNT. Confira os nomes abaixo. Vale citar que os sorteios das balizas serão nesta quinta-feira, a partir do 4º páreo.
GP FRANCISCO EDUARDO DE PAULA MACHADO -STUD TNT - G1
2º Prova da Tríplice Coroa de Produtos
ANAKIN STUD RIO DOIS IRMÃOS
AYE LAD COUDELARIA BARCELONA
CISNE BRANCO HARAS SANTA MARIA DE ARARAS
ENERGIA COSMICA HARAS ESTRELA ENERGIA
ECONASH STUD RED RAFA
IS BEAUTIFUL STUD ART ORT
MATÉRIA PRIMA STUD PALURAPE
MUCHO GUSTO COUDELARIA BARCELONA
NOHAR HARAS SÃO JOSÉ E EXPEDICTUS
OLYMPIC BETTER HARAS REGINA
OLYMPIC TIME HARAS REGINA
PLAZA TORO HARAS TRIBUTO À ÓPERA
THUNDERDROME LUIZ STUD TNT
TSONGA STUD TNT
ULTIMO FURO HARAS ANDERSON
URCATH STUD YATASTO
GP DIANA - STUD TNT - G1
2º Prova da Tríplice Coroa de Potrancas
AVANT TOUJOURS STUD AZUL E BRANCO
BOLLINGER STUD H&R
CAROL´S STREET HARAS ANDERSON
EAKINS AGÊNCIA TBS LTBS
HOT PEPPER HARAS DOCE VALE
HUNKA HUNKA HARAS DOCE VALE
JADE STUD ESTRELA ENERGIA
MUITO AMOR COUDELARIA F.B.L.
NOIVA GRACIOSA HARAS INTERNACIONAL
OLYMPIC MESSAGE HARAS REGINA
OLYMPIC ZARCA HARAS REGINA
PERICHOLE STUD ESTRELA ENERGIA
SOFIASCHOICE STUD RIO DOIS IRMÃOS
TUA CARINA STUD TNT
ULTRA CHIQUE HARAS SANTA MARIA DE ARARAS
UP JAMAICA HARAS SANTA MARIA DE ARARAS
PARIS-IT STUD ARUBA - NÃO CONFIRMOU
fonte - JCB
A Gerência do Turfe divulgou no final da tarde desta quarta-feira os pagamentos dos ADDEDs para os GPs Diana e Francisco Eduardo de Paula Machado, ambos provas de Grupo 1, que serão disputados no dia 13 de março, no Rio. As provas, que compõem a 2ª Etapa das Tríplices Coroas de potrancas e produtos, são patrocinadas pelos Stud TNT. Confira os nomes abaixo. Vale citar que os sorteios das balizas serão nesta quinta-feira, a partir do 4º páreo.
GP FRANCISCO EDUARDO DE PAULA MACHADO -STUD TNT - G1
2º Prova da Tríplice Coroa de Produtos
ANAKIN STUD RIO DOIS IRMÃOS
AYE LAD COUDELARIA BARCELONA
CISNE BRANCO HARAS SANTA MARIA DE ARARAS
ENERGIA COSMICA HARAS ESTRELA ENERGIA
ECONASH STUD RED RAFA
IS BEAUTIFUL STUD ART ORT
MATÉRIA PRIMA STUD PALURAPE
MUCHO GUSTO COUDELARIA BARCELONA
NOHAR HARAS SÃO JOSÉ E EXPEDICTUS
OLYMPIC BETTER HARAS REGINA
OLYMPIC TIME HARAS REGINA
PLAZA TORO HARAS TRIBUTO À ÓPERA
THUNDERDROME LUIZ STUD TNT
TSONGA STUD TNT
ULTIMO FURO HARAS ANDERSON
URCATH STUD YATASTO
GP DIANA - STUD TNT - G1
2º Prova da Tríplice Coroa de Potrancas
AVANT TOUJOURS STUD AZUL E BRANCO
BOLLINGER STUD H&R
CAROL´S STREET HARAS ANDERSON
EAKINS AGÊNCIA TBS LTBS
HOT PEPPER HARAS DOCE VALE
HUNKA HUNKA HARAS DOCE VALE
JADE STUD ESTRELA ENERGIA
MUITO AMOR COUDELARIA F.B.L.
NOIVA GRACIOSA HARAS INTERNACIONAL
OLYMPIC MESSAGE HARAS REGINA
OLYMPIC ZARCA HARAS REGINA
PERICHOLE STUD ESTRELA ENERGIA
SOFIASCHOICE STUD RIO DOIS IRMÃOS
TUA CARINA STUD TNT
ULTRA CHIQUE HARAS SANTA MARIA DE ARARAS
UP JAMAICA HARAS SANTA MARIA DE ARARAS
PARIS-IT STUD ARUBA - NÃO CONFIRMOU
fonte - JCB
m nedawi
O cavalo brasileiro Mr.Nedawi, de propriedade do Stud Hole In One, está anotado para correr no próximo sábado, 5 de fevereiro no Hipódromo de Palermo no "Clássico Otoño", em 2.000 metros pista de areia, para produtos de 3 e mais anos.
Mr.Nedawi, que vem de vencer no dia 6 de janeiro o "Gran Prêmio José Pedro Ramirez' (G I) no Uruguai, deverá enfrentar 7 adevrsários: Bloem 60kg, Bogeyman 60kg, Espalha Brasa 60kg, Mad Speed 60kg, Mariachi Town 60kg, Mr.Benny 54,5 kg,
Na mesma reunião, serão disputados mais 16 páreos, com mais 3 provas do calendário nobre argentino: "Clássico Arturo R. Y Arturo Bullrich" (G II), "Gran Prêmio Saturnino J. Unzué" (G I), e "Gran Prêmio Santiago Luro" (G I).
(Quarta-feira, 2 de março 2.011 - 12:50hs)
por Roberto Micka
Mr.Nedawi, que vem de vencer no dia 6 de janeiro o "Gran Prêmio José Pedro Ramirez' (G I) no Uruguai, deverá enfrentar 7 adevrsários: Bloem 60kg, Bogeyman 60kg, Espalha Brasa 60kg, Mad Speed 60kg, Mariachi Town 60kg, Mr.Benny 54,5 kg,
Na mesma reunião, serão disputados mais 16 páreos, com mais 3 provas do calendário nobre argentino: "Clássico Arturo R. Y Arturo Bullrich" (G II), "Gran Prêmio Saturnino J. Unzué" (G I), e "Gran Prêmio Santiago Luro" (G I).
(Quarta-feira, 2 de março 2.011 - 12:50hs)
por Roberto Micka
Nos bastidores da Gávea
1 - ANIVERSARIANTES DA SEMANA - 28/02 - o jóquei A.Gantz (hoje redeando nos matinais da Gávea) e Alfredo Ramão Dias (popular Ramão, ex-cronista de turfe do Cristal), 01/03 - Karol Loureiro (repórter e fotógrafa oficial da revista Turf Brasil) e o jóquei Deivid Gaier (Maroñas).
2 - O bom jóquei Rodrigo Ferreira (R.Ferreira) está retornando aos poucos, pois não montava há um ano e estava muito pesado. Está trabalhando no C.T. Júpiter para o jovem treinador Lucas Eller. Em breve seu nome estará de volta aos programas oficiais.
3 - Antonio Moreira (Stud Valbom) fará viagem ao exterior, onde dará um curso de medicina, mas antes comprou o cavalo Olympic Normand, que ficará aos cuidados de C.Oliveira.
4 - O proprietário Luiz Carlos Boghosian adquiriu no Leilão de Treinamento DECRETO, que ficará aos cuidados de D.Guignoni.
5 - Esta semana irá estrear o aprendiz Luan S. Machado (12 montarias). As melhores são Uganda Gipsy (J.C.Oliveira) e Do Be Good (C.Morgado Neto).
6 - O aprendiz Carlos Henrique acidentou-se. Uma pena, pois estava em ótima fase.
7 - O jóquei Marcos Mazini não montou na última semana por estar com suspeita de dengue. Volta tinindo.
8 - O excelente treinador Leo Cury ganhou 2 corridas: Mestre de Ouro (Stud 29 de Agosto) e Unit Price (Stud Sempre Por Um Triz), mostrando estar readaptado a Gávea. Vale lembrar que o Leo estava no C.T. Cuiabá, um dos mais afetados pela tragédia na região serrana. Com a ajuda de seu filho Fernando, quem sabe... sabe.
9 - O jóquei internacional BRUNO REIS venceu a primeira após seu retorno. Foi com a égua Great Camila (J.A.LOPES), de propriedade do Stud Danita.
10 - Tem coudelaria retornando à Gávea: Stud LIZ (Kleber e Samuel Tavares). O treinador será J.A.Lopes.
11 - A briga promete esquentar entre V.Nahid e J.C.Sampaio pelas estatísticas desta temporada. Com certeza quem ganha é o público turfista.
12 - Os cavalos Uragano Point e Harry, de propriedade do Stud Guarajuba (Sr. Bahia), têm novo treinador: Daniel Lopes (C.T. Bella Vista).
13 - Chegaram na Gávea os seguintes animais vindos do sul:
Villa Lorenza e Que Classe, ambas do Haras Santa Maria de Araras, do Paraná, para A.C.Apolonio.
Ladina dos Pampas, ganhadora no Cristal, de propriedade de Luiz Carlos Vergara Marques, e ficará aos cuidados de J.C.Oliveira.
Pólvora Negra e Two Line, de propriedade do Sr.Camilo (Stud Very Beautiful), ficarão aos cuidados de Juliana Dias.
Gongo, oriundo do Cristal, com duas vitórias na grama, de propriedade do Haras Maluga, ficará aos cuidados de A.Paim Filho.
14 - Na semana das segundas provas das Triplices Coroas, estarão presentes na Gávea os jóqueis F Leandro, que montará a eguá Paris IT (Stud Aruba) treinada por A.L.Cintra e o potro Is Beautiful (Stud Art & Ort) treinado por I.C.Souza. Teremos também a presença de W.Blandi, que montará a égua Hot Pepper (Haras Doce Vale) treinada por I.C.Souza, e o potro Econash (Red Rafa), treinamento de C.Morgado Neto.
por Leandro Mancuso
2 - O bom jóquei Rodrigo Ferreira (R.Ferreira) está retornando aos poucos, pois não montava há um ano e estava muito pesado. Está trabalhando no C.T. Júpiter para o jovem treinador Lucas Eller. Em breve seu nome estará de volta aos programas oficiais.
3 - Antonio Moreira (Stud Valbom) fará viagem ao exterior, onde dará um curso de medicina, mas antes comprou o cavalo Olympic Normand, que ficará aos cuidados de C.Oliveira.
4 - O proprietário Luiz Carlos Boghosian adquiriu no Leilão de Treinamento DECRETO, que ficará aos cuidados de D.Guignoni.
5 - Esta semana irá estrear o aprendiz Luan S. Machado (12 montarias). As melhores são Uganda Gipsy (J.C.Oliveira) e Do Be Good (C.Morgado Neto).
6 - O aprendiz Carlos Henrique acidentou-se. Uma pena, pois estava em ótima fase.
7 - O jóquei Marcos Mazini não montou na última semana por estar com suspeita de dengue. Volta tinindo.
8 - O excelente treinador Leo Cury ganhou 2 corridas: Mestre de Ouro (Stud 29 de Agosto) e Unit Price (Stud Sempre Por Um Triz), mostrando estar readaptado a Gávea. Vale lembrar que o Leo estava no C.T. Cuiabá, um dos mais afetados pela tragédia na região serrana. Com a ajuda de seu filho Fernando, quem sabe... sabe.
9 - O jóquei internacional BRUNO REIS venceu a primeira após seu retorno. Foi com a égua Great Camila (J.A.LOPES), de propriedade do Stud Danita.
10 - Tem coudelaria retornando à Gávea: Stud LIZ (Kleber e Samuel Tavares). O treinador será J.A.Lopes.
11 - A briga promete esquentar entre V.Nahid e J.C.Sampaio pelas estatísticas desta temporada. Com certeza quem ganha é o público turfista.
12 - Os cavalos Uragano Point e Harry, de propriedade do Stud Guarajuba (Sr. Bahia), têm novo treinador: Daniel Lopes (C.T. Bella Vista).
13 - Chegaram na Gávea os seguintes animais vindos do sul:
Villa Lorenza e Que Classe, ambas do Haras Santa Maria de Araras, do Paraná, para A.C.Apolonio.
Ladina dos Pampas, ganhadora no Cristal, de propriedade de Luiz Carlos Vergara Marques, e ficará aos cuidados de J.C.Oliveira.
Pólvora Negra e Two Line, de propriedade do Sr.Camilo (Stud Very Beautiful), ficarão aos cuidados de Juliana Dias.
Gongo, oriundo do Cristal, com duas vitórias na grama, de propriedade do Haras Maluga, ficará aos cuidados de A.Paim Filho.
14 - Na semana das segundas provas das Triplices Coroas, estarão presentes na Gávea os jóqueis F Leandro, que montará a eguá Paris IT (Stud Aruba) treinada por A.L.Cintra e o potro Is Beautiful (Stud Art & Ort) treinado por I.C.Souza. Teremos também a presença de W.Blandi, que montará a égua Hot Pepper (Haras Doce Vale) treinada por I.C.Souza, e o potro Econash (Red Rafa), treinamento de C.Morgado Neto.
por Leandro Mancuso
Nos bastidores da Gávea
1 - ANIVERSARIANTES DA SEMANA - 28/02 - o jóquei A.Gantz (hoje redeando nos matinais da Gávea) e Alfredo Ramão Dias (popular Ramão, ex-cronista de turfe do Cristal), 01/03 - Karol Loureiro (repórter e fotógrafa oficial da revista Turf Brasil) e o jóquei Deivid Gaier (Maroñas).
2 - O bom jóquei Rodrigo Ferreira (R.Ferreira) está retornando aos poucos, pois não montava há um ano e estava muito pesado. Está trabalhando no C.T. Júpiter para o jovem treinador Lucas Eller. Em breve seu nome estará de volta aos programas oficiais.
3 - Antonio Moreira (Stud Valbom) fará viagem ao exterior, onde dará um curso de medicina, mas antes comprou o cavalo Olympic Normand, que ficará aos cuidados de C.Oliveira.
4 - O proprietário Luiz Carlos Boghosian adquiriu no Leilão de Treinamento DECRETO, que ficará aos cuidados de D.Guignoni.
5 - Esta semana irá estrear o aprendiz Luan S. Machado (12 montarias). As melhores são Uganda Gipsy (J.C.Oliveira) e Do Be Good (C.Morgado Neto).
6 - O aprendiz Carlos Henrique acidentou-se. Uma pena, pois estava em ótima fase.
7 - O jóquei Marcos Mazini não montou na última semana por estar com suspeita de dengue. Volta tinindo.
8 - O excelente treinador Leo Cury ganhou 2 corridas: Mestre de Ouro (Stud 29 de Agosto) e Unit Price (Stud Sempre Por Um Triz), mostrando estar readaptado a Gávea. Vale lembrar que o Leo estava no C.T. Cuiabá, um dos mais afetados pela tragédia na região serrana. Com a ajuda de seu filho Fernando, quem sabe... sabe.
9 - O jóquei internacional BRUNO REIS venceu a primeira após seu retorno. Foi com a égua Great Camila (J.A.LOPES), de propriedade do Stud Danita.
10 - Tem coudelaria retornando à Gávea: Stud LIZ (Kleber e Samuel Tavares). O treinador será J.A.Lopes.
11 - A briga promete esquentar entre V.Nahid e J.C.Sampaio pelas estatísticas desta temporada. Com certeza quem ganha é o público turfista.
12 - Os cavalos Uragano Point e Harry, de propriedade do Stud Guarajuba (Sr. Bahia), têm novo treinador: Daniel Lopes (C.T. Bella Vista).
13 - Chegaram na Gávea os seguintes animais vindos do sul:
Villa Lorenza e Que Classe, ambas do Haras Santa Maria de Araras, do Paraná, para A.C.Apolonio.
Ladina dos Pampas, ganhadora no Cristal, de propriedade de Luiz Carlos Vergara Marques, e ficará aos cuidados de J.C.Oliveira.
Pólvora Negra e Two Line, de propriedade do Sr.Camilo (Stud Very Beautiful), ficarão aos cuidados de Juliana Dias.
Gongo, oriundo do Cristal, com duas vitórias na grama, de propriedade do Haras Maluga, ficará aos cuidados de A.Paim Filho.
14 - Na semana das segundas provas das Triplices Coroas, estarão presentes na Gávea os jóqueis F Leandro, que montará a eguá Paris IT (Stud Aruba) treinada por A.L.Cintra e o potro Is Beautiful (Stud Art & Ort) treinado por I.C.Souza. Teremos também a presença de W.Blandi, que montará a égua Hot Pepper (Haras Doce Vale) treinada por I.C.Souza, e o potro Econash (Red Rafa), treinamento de C.Morgado Neto.
por Leandro Mancuso
2 - O bom jóquei Rodrigo Ferreira (R.Ferreira) está retornando aos poucos, pois não montava há um ano e estava muito pesado. Está trabalhando no C.T. Júpiter para o jovem treinador Lucas Eller. Em breve seu nome estará de volta aos programas oficiais.
3 - Antonio Moreira (Stud Valbom) fará viagem ao exterior, onde dará um curso de medicina, mas antes comprou o cavalo Olympic Normand, que ficará aos cuidados de C.Oliveira.
4 - O proprietário Luiz Carlos Boghosian adquiriu no Leilão de Treinamento DECRETO, que ficará aos cuidados de D.Guignoni.
5 - Esta semana irá estrear o aprendiz Luan S. Machado (12 montarias). As melhores são Uganda Gipsy (J.C.Oliveira) e Do Be Good (C.Morgado Neto).
6 - O aprendiz Carlos Henrique acidentou-se. Uma pena, pois estava em ótima fase.
7 - O jóquei Marcos Mazini não montou na última semana por estar com suspeita de dengue. Volta tinindo.
8 - O excelente treinador Leo Cury ganhou 2 corridas: Mestre de Ouro (Stud 29 de Agosto) e Unit Price (Stud Sempre Por Um Triz), mostrando estar readaptado a Gávea. Vale lembrar que o Leo estava no C.T. Cuiabá, um dos mais afetados pela tragédia na região serrana. Com a ajuda de seu filho Fernando, quem sabe... sabe.
9 - O jóquei internacional BRUNO REIS venceu a primeira após seu retorno. Foi com a égua Great Camila (J.A.LOPES), de propriedade do Stud Danita.
10 - Tem coudelaria retornando à Gávea: Stud LIZ (Kleber e Samuel Tavares). O treinador será J.A.Lopes.
11 - A briga promete esquentar entre V.Nahid e J.C.Sampaio pelas estatísticas desta temporada. Com certeza quem ganha é o público turfista.
12 - Os cavalos Uragano Point e Harry, de propriedade do Stud Guarajuba (Sr. Bahia), têm novo treinador: Daniel Lopes (C.T. Bella Vista).
13 - Chegaram na Gávea os seguintes animais vindos do sul:
Villa Lorenza e Que Classe, ambas do Haras Santa Maria de Araras, do Paraná, para A.C.Apolonio.
Ladina dos Pampas, ganhadora no Cristal, de propriedade de Luiz Carlos Vergara Marques, e ficará aos cuidados de J.C.Oliveira.
Pólvora Negra e Two Line, de propriedade do Sr.Camilo (Stud Very Beautiful), ficarão aos cuidados de Juliana Dias.
Gongo, oriundo do Cristal, com duas vitórias na grama, de propriedade do Haras Maluga, ficará aos cuidados de A.Paim Filho.
14 - Na semana das segundas provas das Triplices Coroas, estarão presentes na Gávea os jóqueis F Leandro, que montará a eguá Paris IT (Stud Aruba) treinada por A.L.Cintra e o potro Is Beautiful (Stud Art & Ort) treinado por I.C.Souza. Teremos também a presença de W.Blandi, que montará a égua Hot Pepper (Haras Doce Vale) treinada por I.C.Souza, e o potro Econash (Red Rafa), treinamento de C.Morgado Neto.
por Leandro Mancuso
Peru, exploração de petróleo e madeira ameaça indios isolados na fronteira
A política de concessões madeireiras e a intensa atividade ilegal em curso resultaram, no lado peruano, em invasões e saques em reservas territoriais criadas e propostas para a proteção de índios isolados, em territórios de comunidades nativas e em unidades de conservação, com significativos prejuízos ambientais e graves violações dos direitos humanos.
Nas imediações do Paralelo de 10°S, a atividade madeireira ilegal resultou, nos últimos dois anos, na migração forçada de índios isolados para terras indígenas situadas nas cabeceiras do rio Envira, no Estado do Acre. Conhecidos também são os impactos dessas atividades madeireiras ilegais no lado brasileiro da fronteira nos últimos anos, com freqüentes invasões na TI Kampa do Rio Amônea e no Parque Nacional da Serra do Divisor.
Mais recentemente, o governo peruano tem concedido vastas áreas de floresta para a prospecção e exploração de petróleo e gás, por prazos de até quarenta anos. Realizadas sem qualquer consulta prévia, informada e de boa fé, aos povos indígenas e a outras comunidades de moradores da floresta, essas concessões resultaram em sobreposições com territórios de comunidades nativas, áreas de conservação e inclusive com reservas territoriais já reconhecidas para a proteção de índios isolados (caso das Reservas de Madre de Dios, Murunahua e Isconahua, situadas na fronteira com o Brasil) e outras propostas com a mesma finalidade.
Localizados em bacias hidrográficas binacionais, alguns desses lotes petrolíferos constituem preocupação adicional para moradores de terras indígenas e unidades de conservação no lado brasileiro da fronteira. No Vale do Alto Acre, é o caso dos Lotes 111 e 113, com área agregada de 2,7 milhões de hectares, sob concessão à empresa chinesa SAPET Development Perú Inc. No lado peruano, esses lotes estão sobrepostos à Reserva Territorial de Madre de Dios, à zona de amortecimento do Parque Nacional Alto Purús e a territórios de comunidades nativas. No Estado do Acre, ao longo do alto curso do rio Acre, fazem limites com a TI Cabeceira do Rio Acre, a Estação Ecológica Rio Acre e a TI Mamoadate, estas últimas coincidindo com áreas usadas por isolados Mashco-Piro.
No Alto Juruá é o caso do Lote 110, com área de 1,4 milhão de hectares, concedido à Petrobras Energia Perú S.A., que apresenta sobreposições com territórios de 16 comunidades Ashaninka, Jaminawa e Amahuaca, com a Reserva Territorial Murunahua, com a zona de amortecimento do Parque Nacional Alto Purús e da Reserva Territorial Mashco-Piro e com as áreas propostas para a criação das Reservas Comunais Yurua e Inuya-Tahuania. Também sobrepostos a territórios de comunidades Ashaninka no rio Tamaya, titulados ou não, os Lotes 126 e 138, com extensão contínua de 1,4 milhão de hectares, têm limites, ao longo da fronteira, com a TI Kampa do Rio Amônea e o Parque Nacional da Serra do Divisor.
O Lote 138, cedido à canadense Pacific Stratus Energy S.A., por sua vez, tem sobreposição com concessões outorgadas a empresas para a extração de ouro na Reserva Territorial Isconahua, limítrofes, no lado brasileiro, à parte norte do mesmo Parque Nacional. Incide, ainda, em uma das principais zonas de produção e refino de pasta base de coca, distribuída, do lado peruano, nos altos rios Calleria, Utiquinia e Abujao.
É dessa região de onde “mulas”, peruanos e brasileiros, por vezes em grupos fortemente armados, têm escoado parte significativa da produção de pasta para a cidade de Cruzeiro do Sul, usando vários afluentes da margem esquerda do alto Juruá. Essas rotas atravessam diferentes trechos do Parque Nacional da Serra do Divisor e passam pelas imediações das TIs Kampa do Rio Amônea, Arara do Rio Amônia, Jaminawa do Igarapé Preto, Nukini e Poyanawa, ameaçando famílias dessas terras e de projetos de assentamento no seu entorno.
Os impactos causados por atividades de prospecção (incluindo linhas sísmicas) em curso em reservas territoriais, comunidades nativas e unidades de conservação do lado peruano, bem como os mecanismos utilizados por agências do governo peruano e das empresas petrolíferas, mediante promessas de desenvolvimento, geração de emprego e renda e programas de mitigação e compensação, na intenção de obter o consentimento das comunidades que ali vivem para o início das atividades de exploração, foram objeto de apresentação por parte dos convidados peruanos.
A situação tem servido de pano de fundo para uma longa discussão sobre as atividades de prospecção de petróleo e gás iniciadas no Estado do Acre em 2008 como resultado de política da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e de gestões realizadas por representantes da bancada acreana no Congresso Nacional.
Antropólogos e sertanistas criticam o caráter autoritário da ação promovida pela ANP, propagandeada, a partir de fevereiro de 2007, como “redenção econômica” para o Acre e a melhoria das condições de vida de seus habitantes, tendo em vista a ausência de qualquer consulta, prévia, informada e de boa fé, conforme recomendam a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, dos quais o Brasil é signatário. Esses documentos recomendam procedimentos de consultas no caso de atividades de prospecção e exploração de recursos minerais e outros.
Além disso, a prospecção e exploração de petróleo e gás não é atividade recomendada, ou contemplada, pelo Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre e tampouco está prevista no Planejamento Estratégico 2007-2010 do atual governo estadual. Tem havido total ausência de procedimentos de democratização da informação à sociedade acreana, e especialmente às populações que vivem na floresta, a respeito das atividades previstas e em curso, da legislação que lhes dá respaldo e dos impactos que poderão gerar sobre terras indígenas, unidades de conservação e seu entorno.
Antropólogos e sertanistas criticam a omissão que marcou a atuação dos Ministérios Públicos Federal e Estadual e dos órgãos ambientais, a partir de fevereiro de 2007, pois em nenhum momento se posicionaram no sentido de solicitar informações a respeito dos atos administrativos que resultaram no início da prospecção no Estado e das atividades planejadas, nem se preocuparam em cumprir um papel de informar à sociedade a respeito dessas e outras questões.
Sobrevôos para levantamentos gravimétricos, realizados ao longo de 2008, a alturas reduzidas – muitas vezes à noite, como destacado por várias lideranças – causaram surpresa e temor aos moradores da floresta, inclusive em terras indígenas e unidades de conservação, tendo em vista que estavam totalmente desinformados sobre a atividade e seus reais objetivos, tendo chegado a confundi-la com ações de narcotraficantes.
Tem causado grande preocupação, ainda, o fato de que uma nova etapa da “prospecção” está em curso no Alto Juruá, novamente autorizada pela ANP, em dezembro de 2007, desta vez com a coleta, em uma área de 42 mil km², de duas mil amostras de solo para “levantamentos geoquímicos de superfície”. Causa surpresa, ainda, que, conforme informações da ANP, 530 pontos de coleta estão situados nos limites e a distâncias inferiores a 10 km das TIs Nukini, Poyanawa, Jaminawa do Igarapé Preto e Campinas/Katukina; e que outros 84 pontos incidem nos limites e na zona de amortecimento da parte norte do Parque Nacional da Serra do Divisor. Causou indignação saber que a ANP solicitou do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) autorização para realizar essas atividades dentro do Parque Nacional e em três reservas extrativistas no Estado do Acre (Alto Juruá, Riozinho da Liberdade e Alto Tarauacá).
Mesmo que essa coleta de solo possa não causar, neste momento, impactos significativos, ela constitui, novamente sem qualquer consulta e informação, mais uma etapa vencida no avanço de uma atividade que futuramente causará graves impactos ambientais, sociais e culturais (quando das sísmicas e do início da perfuração e exploração) nas terras indígenas, unidades de conservação e em seu entorno imediato.
quarta-feira, 2 de março de 2011
Regra Ambiental, imposição de regra ambiental preocupa indústria no País
A possível imposição de regras ambientais tem preocupado o setor industrial no Brasil. Entre os riscos apontados pelo empresariado está a determinação por lei de cortes na emissão de poluentes, multas por descumprimento das regras e eventual aumento no preço de insumos e matérias-primas em função dessas regulamentações.
"Nossa principal preocupação é que sejam construídas políticas ambientais sem o devido diálogo", afirmou José Augusto Fernandes, diretor executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade lançou hoje (25), em São Paulo, um guia com orientações para empresas sobre as oportunidades e os riscos da gestão dos gases causadores do efeito estufa.
O objetivo do guia é mostrar estratégias para o empresariado lidar com mudanças esperadas no setor produtivo nos próximos anos em função das novas leis e das características do mercado. "Quando são adotadas medidas regulatórias, a indústria precisa se moldar", acrescentou Fernandes.
Entre os "alertas" dados pela CNI estão as políticas estaduais para mudanças climáticas. No Rio de Janeiro, a lei número 6.590, de 2010, já estabelece que a emissão ou a renovação de licenças de instalação e de operação para grandes empreendimentos está condicionada à apresentação de um inventário. O documento deve listar as emissões de gases poluentes e apresentar um plano para reduzir esse tipo de poluição. "O desenvolvimento de inventários ainda enfrenta dificuldades no Brasil, porque há uma complexidade técnica muito grande e isso representa um custo a mais", explicou Fernandes.
No Estado de São Paulo, os inventários já estão em andamento e são a primeira etapa da lei número 13.798, de 2009. A norma determina a redução de 20% na emissão de gases causadores do efeito estufa no Estado até 2020, com base nas emissões de 2005. De acordo com o inventário da poluição em São Paulo, apresentado no fim do ano passado, isso significa o corte de 28,6 milhões de toneladas de gás carbônico. Os cortes serão cobrados de instituições públicas e privadas (principalmente transportes e indústria), mas também podem ser acompanhadas de incentivos do governo estadual.
Orientação
No guia publicado hoje, a CNI ainda chama a atenção para custos adicionais originados no eventual pagamento de taxas e impostos sobre produtos e serviços que emitam muito gás carbônico e para o pagamento de multas, quando as metas de redução não são alcançadas. A resposta para esses riscos, segundo a publicação da CNI, está na organização de medidas para diminuir a poluição.
O guia sugere a elaboração de um inventário - em que serão medidas as emissões, os riscos e as oportunidades -, a implementação de programas, a definição de metas, a divulgação das ações e o engajamento de acionistas, clientes e fornecedores. "Tudo isso é um desafio de gestão", afirmou Fernandes.
"Nossa principal preocupação é que sejam construídas políticas ambientais sem o devido diálogo", afirmou José Augusto Fernandes, diretor executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade lançou hoje (25), em São Paulo, um guia com orientações para empresas sobre as oportunidades e os riscos da gestão dos gases causadores do efeito estufa.
O objetivo do guia é mostrar estratégias para o empresariado lidar com mudanças esperadas no setor produtivo nos próximos anos em função das novas leis e das características do mercado. "Quando são adotadas medidas regulatórias, a indústria precisa se moldar", acrescentou Fernandes.
Entre os "alertas" dados pela CNI estão as políticas estaduais para mudanças climáticas. No Rio de Janeiro, a lei número 6.590, de 2010, já estabelece que a emissão ou a renovação de licenças de instalação e de operação para grandes empreendimentos está condicionada à apresentação de um inventário. O documento deve listar as emissões de gases poluentes e apresentar um plano para reduzir esse tipo de poluição. "O desenvolvimento de inventários ainda enfrenta dificuldades no Brasil, porque há uma complexidade técnica muito grande e isso representa um custo a mais", explicou Fernandes.
No Estado de São Paulo, os inventários já estão em andamento e são a primeira etapa da lei número 13.798, de 2009. A norma determina a redução de 20% na emissão de gases causadores do efeito estufa no Estado até 2020, com base nas emissões de 2005. De acordo com o inventário da poluição em São Paulo, apresentado no fim do ano passado, isso significa o corte de 28,6 milhões de toneladas de gás carbônico. Os cortes serão cobrados de instituições públicas e privadas (principalmente transportes e indústria), mas também podem ser acompanhadas de incentivos do governo estadual.
Orientação
No guia publicado hoje, a CNI ainda chama a atenção para custos adicionais originados no eventual pagamento de taxas e impostos sobre produtos e serviços que emitam muito gás carbônico e para o pagamento de multas, quando as metas de redução não são alcançadas. A resposta para esses riscos, segundo a publicação da CNI, está na organização de medidas para diminuir a poluição.
O guia sugere a elaboração de um inventário - em que serão medidas as emissões, os riscos e as oportunidades -, a implementação de programas, a definição de metas, a divulgação das ações e o engajamento de acionistas, clientes e fornecedores. "Tudo isso é um desafio de gestão", afirmou Fernandes.
Tettore de mais um passeio em Madalena
Ceará se destaca na criação de cavalos
O cenário da criação de animais da veloz raça quarto de milha ganha fôlego e capta cada vez mais investimentos no País. O sucesso deve-se ao cuidadoso trabalho desenvolvido pelos criadores brasileiros, em dotar seus produtos de genética de alta qualidade, possibilitando mercado disputadíssimo, com promoções de leilões de vendas sempre concorridos.
O estado de São Paulo - uma metrópole também na força da equinocultura quarto de milha - possui o maior número de criadores e proprietários. O Ceará no ranking nacional de reprodução de animais da raça destaca-se na segunda posição, onde os amantes da raça emplacam lotes de corredores em campanhas no Jockey Club de Sorocaba/SP, o "templo do quarto de milha" das américas.
Um dos precursores da criação quarto de milha no Ceará e, até no Nordeste, foi o criador Cláudio Rocha, que edificou a moderna Fazenda Haras Claro (CE-020, Caucaia), onde seus belos produtos são consagrados geneticamente. Outros destaques são o Haras Primavera (Canindé), do criador Rafael Leal, Haras New Cruxati, de Artenísio Leite, Haras Iguatu, de Dodó Bezerra, Haras Lagoa Grande, de propriedade de Pedro Uchôa, localizado em Itapiúna, Haras Três R, da família Rios e Haras Integral Mix, de Marquinhos Lima, dentre outros importantes no Ceará.
Calendário
Criadores e proprietários, juntos a uma comissão especial de corridas, tem elaborado vasto calendário a cada temporada, com saldo positivo, a cada final. Este ano, a próxima disputa acontece nos dias 18, 19 e 20 de março: o IV GP Haras Primavera, no prado de Canindé.
O estado de São Paulo - uma metrópole também na força da equinocultura quarto de milha - possui o maior número de criadores e proprietários. O Ceará no ranking nacional de reprodução de animais da raça destaca-se na segunda posição, onde os amantes da raça emplacam lotes de corredores em campanhas no Jockey Club de Sorocaba/SP, o "templo do quarto de milha" das américas.
Um dos precursores da criação quarto de milha no Ceará e, até no Nordeste, foi o criador Cláudio Rocha, que edificou a moderna Fazenda Haras Claro (CE-020, Caucaia), onde seus belos produtos são consagrados geneticamente. Outros destaques são o Haras Primavera (Canindé), do criador Rafael Leal, Haras New Cruxati, de Artenísio Leite, Haras Iguatu, de Dodó Bezerra, Haras Lagoa Grande, de propriedade de Pedro Uchôa, localizado em Itapiúna, Haras Três R, da família Rios e Haras Integral Mix, de Marquinhos Lima, dentre outros importantes no Ceará.
Calendário
Criadores e proprietários, juntos a uma comissão especial de corridas, tem elaborado vasto calendário a cada temporada, com saldo positivo, a cada final. Este ano, a próxima disputa acontece nos dias 18, 19 e 20 de março: o IV GP Haras Primavera, no prado de Canindé.
CÓDIGO NACIONAL DE CORRIDAS, DE OLHO NO C.N.C, POR ARTHUR STERN
De olho no C.N.C., por Arthur Stern
A lei número 7.291 de 19 de dezembro de 1984, conhecida como a Lei do turfe, em seu capítulo VIII, artigo 16, estabelece que o Código Nacional de Corridas, elaborado pela CCCCN (órgão ligado ao Ministério da Agricultura extinto em 1991), seja o código responsável pela organização e o julgamento das corridas de cavalo e, portanto, o disciplinador de todos os assuntos que envolvam o turfe. A mesma lei, permite ainda, que as entidades turfísticas elaborem um apêndice dispondo sobre peculiaridades aconselháveis no seu caso particular (apêndice homologado na CCCCN). Com isso, hoje temos um Código Nacional de Corridas e um Apêndice ao Código Nacional de Corridas em vigor e guinando o turfe no Brasil.
Em 2008 houve uma tentativa de atualização do CNC pelo grupo de revitalização do turfe, mas não se tem notícia do estágio em que se encontra esta atualização, e o que se sabe é que esta ainda não foi aprovada pelo Ministério da Agricultura, portanto, o código válido é o que conhecemos até o momento e este será o alvo da coluna “De olho no C.N.C.”.
No entanto, há muitos profissionais e turfistas que apesar de experientes jóqueis, treinadores, proprietários, criadores ou mesmo apostadores, simplesmente desconhecem as regras que regem o esporte e por isso o Raia Leve resolveu tentar contribuir de alguma maneira lançando a coluna “De olho no C.N.C.”.
Frequentemente ouvimos frases do tipo:
“Um absurdo a desclassificação, foi um movimento espontâneo do animal!”
“O cavalo vem de último. Não pode ganhar senão serei suspenso por diversidade de performance.”
Raciocínios como estes e outros poderiam ser verdadeiros (que não é o caso dos citados acima) ou falsos e no intuito de auxiliar o leitor a entender cada vez mais do esporte dos reis a coluna “De olho no C.N.C.” pretende abordar os mais diversos assuntos (especialmente os mais polêmicos) sem colocar opiniões pessoais ou exemplos mas restringindo-se a analisar e interpretar o Código Nacional de Corridas e seu apêndice.
Na coluna “De olho no C.N.C.” temas como a desclassificação por delitos de raia, diversidade de performance, composição da comissão de corridas, suspensões de jóqueis, obrigações dos profissionais, doping, entre outros, serão analisados única e exclusivamente sob a luz do Código Nacional de Corridas pretendendo assim que o leitor possa tirar suas próprias conclusões nos casos em que desejar analisar.
Na próxima semana, daremos inicio a coluna, propriamente dita, com o seguinte tema: Desclassificação por delitos de raia.
publicado no Raia Leve de 23/02/2011
De olho no C.N.C., por Arthur Stern
23/02/2011 - 12h02min
De olho no C.N.C.
A lei número 7.291 de 19 de dezembro de 1984, conhecida como a Lei do turfe, em seu capítulo VIII, artigo 16, estabelece que o Código Nacional de Corridas, elaborado pela CCCCN (órgão ligado ao Ministério da Agricultura extinto em 1991), seja o código responsável pela organização e o julgamento das corridas de cavalo e, portanto, o disciplinador de todos os assuntos que envolvam o turfe. A mesma lei, permite ainda, que as entidades turfísticas elaborem um apêndice dispondo sobre peculiaridades aconselháveis no seu caso particular (apêndice homologado na CCCCN). Com isso, hoje temos um Código Nacional de Corridas e um Apêndice ao Código Nacional de Corridas em vigor e guinando o turfe no Brasil.
Em 2008 houve uma tentativa de atualização do CNC pelo grupo de revitalização do turfe, mas não se tem notícia do estágio em que se encontra esta atualização, e o que se sabe é que esta ainda não foi aprovada pelo Ministério da Agricultura, portanto, o código válido é o que conhecemos até o momento e este será o alvo da coluna “De olho no C.N.C.”.
No entanto, há muitos profissionais e turfistas que apesar de experientes jóqueis, treinadores, proprietários, criadores ou mesmo apostadores, simplesmente desconhecem as regras que regem o esporte e por isso o Raia Leve resolveu tentar contribuir de alguma maneira lançando a coluna “De olho no C.N.C.”.
Frequentemente ouvimos frases do tipo:
“Um absurdo a desclassificação, foi um movimento espontâneo do animal!”
“O cavalo vem de último. Não pode ganhar senão serei suspenso por diversidade de performance.”
Raciocínios como estes e outros poderiam ser verdadeiros (que não é o caso dos citados acima) ou falsos e no intuito de auxiliar o leitor a entender cada vez mais do esporte dos reis a coluna “De olho no C.N.C.” pretende abordar os mais diversos assuntos (especialmente os mais polêmicos) sem colocar opiniões pessoais ou exemplos mas restringindo-se a analisar e interpretar o Código Nacional de Corridas e seu apêndice.
Na coluna “De olho no C.N.C.” temas como a desclassificação por delitos de raia, diversidade de performance, composição da comissão de corridas, suspensões de jóqueis, obrigações dos profissionais, doping, entre outros, serão analisados única e exclusivamente sob a luz do Código Nacional de Corridas pretendendo assim que o leitor possa tirar suas próprias conclusões nos casos em que desejar analisar.
publicado no Raia Leve de 23/02
http://www.raialeve.com.br/
A lei número 7.291 de 19 de dezembro de 1984, conhecida como a Lei do turfe, em seu capítulo VIII, artigo 16, estabelece que o Código Nacional de Corridas, elaborado pela CCCCN (órgão ligado ao Ministério da Agricultura extinto em 1991), seja o código responsável pela organização e o julgamento das corridas de cavalo e, portanto, o disciplinador de todos os assuntos que envolvam o turfe. A mesma lei, permite ainda, que as entidades turfísticas elaborem um apêndice dispondo sobre peculiaridades aconselháveis no seu caso particular (apêndice homologado na CCCCN). Com isso, hoje temos um Código Nacional de Corridas e um Apêndice ao Código Nacional de Corridas em vigor e guinando o turfe no Brasil.
Em 2008 houve uma tentativa de atualização do CNC pelo grupo de revitalização do turfe, mas não se tem notícia do estágio em que se encontra esta atualização, e o que se sabe é que esta ainda não foi aprovada pelo Ministério da Agricultura, portanto, o código válido é o que conhecemos até o momento e este será o alvo da coluna “De olho no C.N.C.”.
No entanto, há muitos profissionais e turfistas que apesar de experientes jóqueis, treinadores, proprietários, criadores ou mesmo apostadores, simplesmente desconhecem as regras que regem o esporte e por isso o Raia Leve resolveu tentar contribuir de alguma maneira lançando a coluna “De olho no C.N.C.”.
Frequentemente ouvimos frases do tipo:
“Um absurdo a desclassificação, foi um movimento espontâneo do animal!”
“O cavalo vem de último. Não pode ganhar senão serei suspenso por diversidade de performance.”
Raciocínios como estes e outros poderiam ser verdadeiros (que não é o caso dos citados acima) ou falsos e no intuito de auxiliar o leitor a entender cada vez mais do esporte dos reis a coluna “De olho no C.N.C.” pretende abordar os mais diversos assuntos (especialmente os mais polêmicos) sem colocar opiniões pessoais ou exemplos mas restringindo-se a analisar e interpretar o Código Nacional de Corridas e seu apêndice.
Na coluna “De olho no C.N.C.” temas como a desclassificação por delitos de raia, diversidade de performance, composição da comissão de corridas, suspensões de jóqueis, obrigações dos profissionais, doping, entre outros, serão analisados única e exclusivamente sob a luz do Código Nacional de Corridas pretendendo assim que o leitor possa tirar suas próprias conclusões nos casos em que desejar analisar.
Na próxima semana, daremos inicio a coluna, propriamente dita, com o seguinte tema: Desclassificação por delitos de raia.
publicado no Raia Leve de 23/02/2011
De olho no C.N.C., por Arthur Stern
23/02/2011 - 12h02min
De olho no C.N.C.
A lei número 7.291 de 19 de dezembro de 1984, conhecida como a Lei do turfe, em seu capítulo VIII, artigo 16, estabelece que o Código Nacional de Corridas, elaborado pela CCCCN (órgão ligado ao Ministério da Agricultura extinto em 1991), seja o código responsável pela organização e o julgamento das corridas de cavalo e, portanto, o disciplinador de todos os assuntos que envolvam o turfe. A mesma lei, permite ainda, que as entidades turfísticas elaborem um apêndice dispondo sobre peculiaridades aconselháveis no seu caso particular (apêndice homologado na CCCCN). Com isso, hoje temos um Código Nacional de Corridas e um Apêndice ao Código Nacional de Corridas em vigor e guinando o turfe no Brasil.
Em 2008 houve uma tentativa de atualização do CNC pelo grupo de revitalização do turfe, mas não se tem notícia do estágio em que se encontra esta atualização, e o que se sabe é que esta ainda não foi aprovada pelo Ministério da Agricultura, portanto, o código válido é o que conhecemos até o momento e este será o alvo da coluna “De olho no C.N.C.”.
No entanto, há muitos profissionais e turfistas que apesar de experientes jóqueis, treinadores, proprietários, criadores ou mesmo apostadores, simplesmente desconhecem as regras que regem o esporte e por isso o Raia Leve resolveu tentar contribuir de alguma maneira lançando a coluna “De olho no C.N.C.”.
Frequentemente ouvimos frases do tipo:
“Um absurdo a desclassificação, foi um movimento espontâneo do animal!”
“O cavalo vem de último. Não pode ganhar senão serei suspenso por diversidade de performance.”
Raciocínios como estes e outros poderiam ser verdadeiros (que não é o caso dos citados acima) ou falsos e no intuito de auxiliar o leitor a entender cada vez mais do esporte dos reis a coluna “De olho no C.N.C.” pretende abordar os mais diversos assuntos (especialmente os mais polêmicos) sem colocar opiniões pessoais ou exemplos mas restringindo-se a analisar e interpretar o Código Nacional de Corridas e seu apêndice.
Na coluna “De olho no C.N.C.” temas como a desclassificação por delitos de raia, diversidade de performance, composição da comissão de corridas, suspensões de jóqueis, obrigações dos profissionais, doping, entre outros, serão analisados única e exclusivamente sob a luz do Código Nacional de Corridas pretendendo assim que o leitor possa tirar suas próprias conclusões nos casos em que desejar analisar.
publicado no Raia Leve de 23/02
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terça-feira, 1 de março de 2011
Golfinhos, morte de golfinhos aumenta na costa do Golfo do Mexico
O número de golfinhos mortos encontrados ao longo da costa dos Estados Unidos no Golfo do México desde o mês passado subiu e já chega a quase 60, disse uma cientista que agora busca entender a causa da morte dos mamíferos marítimos.
O órgão do governo norte-americano responsável pelos oceanos considerou as mortes dos golfinhos "um evento incomum de mortalidade", disse a porta-voz da entidade Blair Mase à Reuters.
"Por causa dessa declaração, muitos recursos devem ser atribuídos para a investigação desse fenômeno", disse ela.
Apesar de nenhuma das carcaças demonstrar sinais de contaminação por petróleo, todos estavam sendo examinados para possíveis traços dos petroquímicos que vazaram no Golfo do México, após a explosão da plataforma de petróleo da BP em abril de 2010, disseram autoridades.
Onze trabalhadores morreram na explosão, e uma quantidade estimada de 5 milhões de barris de petróleo bruto vazou para o Golfo do México durante mais de três meses.
Até quinta-feira, os restos mortais dos 59 golfinhos, aproximadamente metade deles recém-nascidos ou natimortos, haviam sido descobertos desde 15 de janeiro em ilhas, pântanos e praias ao longo do litoral de cerca de 300 quilômetros de Louisiana até Gulf Shores, no Alabama, disseram autoridades
O órgão do governo norte-americano responsável pelos oceanos considerou as mortes dos golfinhos "um evento incomum de mortalidade", disse a porta-voz da entidade Blair Mase à Reuters.
"Por causa dessa declaração, muitos recursos devem ser atribuídos para a investigação desse fenômeno", disse ela.
Apesar de nenhuma das carcaças demonstrar sinais de contaminação por petróleo, todos estavam sendo examinados para possíveis traços dos petroquímicos que vazaram no Golfo do México, após a explosão da plataforma de petróleo da BP em abril de 2010, disseram autoridades.
Onze trabalhadores morreram na explosão, e uma quantidade estimada de 5 milhões de barris de petróleo bruto vazou para o Golfo do México durante mais de três meses.
Até quinta-feira, os restos mortais dos 59 golfinhos, aproximadamente metade deles recém-nascidos ou natimortos, haviam sido descobertos desde 15 de janeiro em ilhas, pântanos e praias ao longo do litoral de cerca de 300 quilômetros de Louisiana até Gulf Shores, no Alabama, disseram autoridades
Pro Turfe, boas vendas no 1º Leilão Virtual
O 1º Leilão Virtual Pro Turfe das reprodutoras realizado na última quarta-feira, foi um sucesso. Ao todo, 75 éguas, muitas cheias, foram vendidas, batendo um recorde de vendas. Também foram leiloadas três coberturas de Amigoni, estas por R$ 9.600,00, compradas por Enio Buffollo, Luis Antonio Ribeiro Pinto e Eduardo Rocha Azevedo. Apenas três forfaits aconteceram.
Os compradores foram de diversas partes do país: São Paulo - diversas cidades, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Sergipe, Pará, Amazonas, Ceará, Goiás. Alguns para o exterior: oito para Uruguay, além de Roman Law do Haras Santa Rita da Serra para Thomas Conway de Kentucky, Estados Unidos, através da Mpgblodstock por R$ 19.200,00.
O leilão movimentou R$ 501.600,00, em 12 parcelas e garantiu a sua repetição em 2012. O próximo Leilão Pro Turfe será de treinamento, no dia 30 de março, com a participação do Stud Eternamente Rio, antes do início da Temporada dos Leilões de Potros.
Fonte: Pro Turfe
Os compradores foram de diversas partes do país: São Paulo - diversas cidades, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Sergipe, Pará, Amazonas, Ceará, Goiás. Alguns para o exterior: oito para Uruguay, além de Roman Law do Haras Santa Rita da Serra para Thomas Conway de Kentucky, Estados Unidos, através da Mpgblodstock por R$ 19.200,00.
O leilão movimentou R$ 501.600,00, em 12 parcelas e garantiu a sua repetição em 2012. O próximo Leilão Pro Turfe será de treinamento, no dia 30 de março, com a participação do Stud Eternamente Rio, antes do início da Temporada dos Leilões de Potros.
Fonte: Pro Turfe
Amigo Gaucho da show em Pernambuco
Amigo gaúcho com a condução do jóquei F.E.Souza e treinamento de F.Haroldo. Levantou o Clássico Tanara Petróleo o principal páreo da programação do Jockey Club de Pernambuco. Na partida, Don Lopes tomou a ponta com El Herdeiros e Amigo Gaúcho se revezando na segunda e terceira posição, se seguido de Giel, Halimus e Tango Arrabalero em último. Assim, eles cruzaram o espelho na primeira passagem e nessa ordem completaram os primeiros 400 metros da corrida. Na reta oposta, Amigo Gaúcho começa a ameaçar Don Lopes que vai resistindo até a entrada da reta de chegada quando o representante do turfe cearense Amigo Gaúcho (Stud Irmãos Magi) começa a definir a corrida. Nos 200 metros finais, O jóquei de Amigo Gaúcho ainda olha para trás e ver Don Lopes tentando voltar por fora, mas a corrida já estava garantida para Amigo Gaúcho que ampara com bastante categoria o último ataque de Don Lopes e Giel que corrida muito pela pista de dentro. Tango Arrabalero chegou na quarta colocação, seguindo-se de El Herdeiro e Halimus em último.
fonte - Chico Mendonça - JCPE
JAEL BARROS, CRIADOR DE SUCESSO
Jael B. Barros: um criador de sucesso
Sem exagero, trata-se de um dos pilares para a criação paranaense em toda a sua história. Muitos chegam a colocar o Haras J.B.Barros como o maior estabelecimento criatório radicado em terras paranaenses em todos os tempos. E, pela quantidade de expressivos resultados angariados pela farda rubro-negra – e tantos outros não por defensores da mesma, mas por crioulos ali nascidos e crescidos – tais observações fazem-se mais do que pertinentes.
No último dia 26 de Setembro, quando o alazão Jaburú Vip cruzou o disco em primeiro no Grande Prêmio Paraná (gr.I), o Haras J.B.Barros no ato, vencia a sua quinta edição da prova, ao passo que alcançava o posto de criador com o maior número de conquistas no páreo em toda a sua história. São números que representam toda a magnitude de um nome que sempre esteve intimamente ligado aos troféus e a novas vitórias a cada ano.
Figura expressiva, de presença constante na vila hípica do Hipódromo do Tarumã, em Curitiba, Jael Bergamaschi Barros é o homem que está por trás de toda esta história envolvendo o Haras J.B.Barros, e que costuma desfrutar de uma rotina de vitórias e muitas emoções. Em entrevista concedida à reportagem do Raia Leve, Jael discorreu sobre vários temas envolvendo o seu haras, o turfe num contexto geral e o futuro do esporte no país.
R.L.: Quando e em quais circunstâncias surgiu o Haras J.B.Barros?
J.B.: O Haras J.B.Barros surgiu no final da década de 70. Eu, bem dizer, nasci numa fazenda, e sempre gostei do contato com este ambiente, sendo um amante do cavalo, desde muito cedo. E somando isso ao meu gosto crescente pelas corridas de cavalo, adquiri uma chácara no bairro do Pinheirinho, em Curitiba, onde comecei a criar através de um lote de mais ou menos 20 éguas que adquiri num leilão em São Paulo, na companhia do meu grande amigo João Pedro Alcântara, titular do Haras Mauá. A primeira vitória da farda aconteceu com uma égua chamada Svetlana, filha de Canterbury, criada pelo Haras São José & Expedictus.
R.L.: Dentre os profissionais com os quais o J.B.Barros esteve envolvido durante a sua história, quais foram os que mais marcaram o estabelecimento?
J.B.: Muitos profissionais nos proporcionaram importantes conquistas, dentro e fora das pistas, e é algo complicado apontar “este” ou “aquele” nome. Contudo, em algumas circunstâncias, alguns deixaram a sua marca de modo mais consistente em nossa história, como foi o caso do Francisco Assis Monteiro, que baseado no centro de treinamentos que mantínhamos na região metropolitana de Curitiba, treinou cavalos meus que venceram quase todos os grandes prêmios do Tarumã, e outros tantos em Cidade Jardim. Laerte Pereira, uma “cria” do Dr.Heliodoro de Oliveira Duboc, que cuidou dos meus cavalos em São Paulo durante um bom tempo, e Antônio Alvani, que também em São Paulo venceu muitas corridas para nós, são outros dois nomes dos quais me lembro com bastante carinho. Dentre os profissionais que estiveram conosco num passado mais recente, destaco o Dr.Marlon Siqueira, que por sua vez segue sendo o responsável pelas matrizes do haras e pelo atendimento aos nossos animais em treinamento.
R.L.: O quê Much Better representa na história do Haras J.B.Barros?
J.B.: Olhe, não seria exagero se eu te dissesse que ele representa quase tudo para nós. Foi um cavalo excepcional, dono de uma campanha maravilhosa, e que me proporcionou momentos maravilhosos. Aliás, não há outro animal que tenha desenvolvido uma campanha sequer semelhante a dele, vencendo um GP São Paulo, um GP Brasil, um Pellegrini, e por duas vezes o “Latino” – primeiro em La Plata e depois na Gávea. Ele foi ainda o primeiro cavalo brasileiro a competir no Arco do Triunfo na França, feito este que só foi repetido uma vez até agora, por sinal com outro crioulo do haras, o Hot Six. Enfim, se fosse possível eu criar um “segundo” Much Better, eu seria o homem mais feliz do Mundo.
R.L.: Por falar em Much Better, vemos que o Haras J.B.Barros já venceu os principais páreos do país e do continente. É também o criador com o maior número de vitórias no Grande Prêmio Paraná (cinco vezes) e no GP Associação Latino Americana de Jockey Clubes e Hipódromos (três vezes). O quê ainda falta para o currículo do estabelecimento?
J.B.: Sinceramente, a nível nacional, acredito que não falta quase nada. Agora, mudando o foco para competições internacionais, tenho muita vontade de ver um crioulo meu vencer a Dubai World Cup, que tanto técnica quanto financeiramente é muito compensatória àqueles que a conquistam. E essa vitória, tenha certeza, ainda virá!
R.L.: Há poucos anos o Haras J.B.Barros possuía um vasto plantel de reprodutoras, que formavam um dos contingentes mais numerosos do Estado do Paraná. Hoje sabemos que parte do haras foi comercializada e que o número de éguas – agora no Haras Siqueira & Mercadante – também reduziu bastante. Qual é a situação atual do haras, do plantel, e podemos dizer que estas mudanças são reflexos da crise vivida pelo turfe nacional na atualidade?
J.B.: O haras e o complexo do centro de treinamentos foram comercializados, e como você bem disse hoje mantenho as minhas éguas no Haras Siqueira & Mercadante, sob a responsabilidade do Dr.Marlon Siqueira. Meu plantel atual é composto por vinte éguas, que são justamente as melhores que eu tinha em mãos à época que comecei a “enxugar” o lote de matrizes do Haras J.B.Barros. Hoje não há mais espaço para se criar com “égua mais ou menos”. Você tem que priorizar a excelência na criação, e por isso dei manutenção somente à nata do plantel. E sem dúvida alguma: os momentos difíceis vividos pelo turfe nacional possuem sim grande influência em decisões como estas, onde vendi um haras e boa parte das minhas éguas. É uma pena, mas a situação crítica faz vítimas atrás de vítimas, sendo muito comum de uns tempos pra cá vermos a quase todo mês um novo criador decidindo pela liquidação do seu plantel, pelo encerramento das suas atividades. É de se lamentar.
R.L.: A conquista do Jaburú Vip no GP Paraná foi cercada de significados. Ele é filho e neto de garanhões que receberam a confiança do J.B.Barros, mas que em contrapartida foram rejeitados e “queimados” por muita gente. O Edgar Araújo, treinador do animal, é um profissional que está estreitamente ligado à história do Haras J.B.Barros, e que recebeu de você a primeira grande oportunidade após encerrar a carreira de jóquei. Sendo assim, esta vitória tem um gosto especial por ter sido feita “em casa”?
J.B.: Sim! Ver um crioulo nosso, filho de um garanhão nosso e neto de outro que também nos pertenceu, vencendo um páreo tão importante como o GP Paraná, é uma sensação indescritível. Aquele dia o cavalo estava competindo apenas pela quarta vez em sua campanha, e mesmo assim venceu de maneira incontestável. É um potro excepcional, o qual temos em alta conta desde sempre. Aliás, depositávamos muita “fé” em sua corrida, uma vez que os seus trabalhos eram excelentes. Mas não é de nosso feitio – nem se deve fazer isso – sair por aí “cantando” o cavalo de “barbada” para todo mundo ouvir, e no final das contas deu certo. E quanto ao Araújo, foi ainda mais gratificante. Sempre o admirei como jóquei, principalmente pela sua lisura, e por nunca ter ouvido qualquer comentário que colocasse em xeque a sua idoneidade. Também foi ele o jóquei da nossa Kanaloa, que venceu o GP Paraná de 1992, e de tantos outros corredores importantes que defenderam a nossa farda. Aí, quando soube que ele havia parado de montar, e estava enveredando pela carreira de treinador, pensei que seria bastante interessante investir nele, lhe conferir uma oportunidade. E acabou dando certo, uma vez que ele é um profissional muito atencioso, esforçado e que por esses e outros motivos está obtendo ótimos resultados.
R.L.: No próximo sábado, dois crioulos seus – Jaburu Vip e Jéca – competirão no GP Derby Paulista, sendo que ambos são filhos do Inexplicable, já tendo mostrado, tanto um quanto o outro, bom rendimento em distâncias mais alentadas. Ainda este ano, a égua Inchatillon, filha deste mesmo Inexplicable, venceu duas provas de Grupo 1 na distância dos 2.000 metros, e no último fim de semana foi a segunda colocada em prova disputada na distância dos 2.400 metros. Fatos como estes são os melhores tipos de respostas aos muitos críticos do cavalo, que argumentam, principalmente, que trata-se de um reprodutor limitado a produzir velocistas?
J.B.: Concordo plenamente com a sua observação. Quando você traz um garanhão para o Brasil, ele pode ser a melhor opção disponível no mercado no momento, mas já fique sabendo: as críticas serão muitas. O pessoal não quer nem saber quem o cavalo é, o quê ele correu, qual a sua filiação, não: a única coisa com a qual se preocupam é tentar “queimar” o cavalo. Neste caso em específico, o Inexplicable chegou “quietinho”, sem muito alarde, e aos poucos foi conquistando o seu espaço. Hoje, note que ele é muito bem citado desde as pencas até as principais provas de fundo do calendário nacional. Sendo ele um filho do Miswaki, que nos traz o sangue de Mr.Prospector, numa mãe Nureyev, que foi um dos maiores reprodutores da história do turfe Mundial, não há o quê contestar em matéria de pedigree. E a campanha do Inexplicable só reforça a sua filiação, uma vez que ele foi ganhador de provas de grupo e recordista nos Estados Unidos.
R.L.: O quê você espera do futuro do turfe nacional?
J.B.: Não há dúvidas de que a situação do nosso turfe é bastante complicada. Contudo, eu, talvez por ser uma pessoa bastante otimista, acredito que depois de chegarmos, de fato, ao “fundo do poço”, estamos começando a melhorar, a subir. Os progressos são lentos, quase que imperceptíveis, mas consigo sentir algumas melhoras nos últimos anos. A única coisa que me chateia, e que tenho certeza, não é a melhor maneira de se sanar as dívidas das entidades que promovem corridas no Brasil, ou ainda, não pode servir como fonte de receita para as mesmas, é a venda do patrimônio dos clubes. Isso aconteceu com alguns terrenos no caso do Jockey Club do Paraná, e está prestes a acontecer também, em proporções muito maiores – pois não se trata de alguns terrenos e sim de uma vila hípica inteira – no caso do Jockey Club Brasileiro. É preciso buscar alternativas que não essas para recuperar financeira e estruturalmente o turfe brasileiro.
por Victor Corrêa
http://www.raialeve.com.br
Sem exagero, trata-se de um dos pilares para a criação paranaense em toda a sua história. Muitos chegam a colocar o Haras J.B.Barros como o maior estabelecimento criatório radicado em terras paranaenses em todos os tempos. E, pela quantidade de expressivos resultados angariados pela farda rubro-negra – e tantos outros não por defensores da mesma, mas por crioulos ali nascidos e crescidos – tais observações fazem-se mais do que pertinentes.
No último dia 26 de Setembro, quando o alazão Jaburú Vip cruzou o disco em primeiro no Grande Prêmio Paraná (gr.I), o Haras J.B.Barros no ato, vencia a sua quinta edição da prova, ao passo que alcançava o posto de criador com o maior número de conquistas no páreo em toda a sua história. São números que representam toda a magnitude de um nome que sempre esteve intimamente ligado aos troféus e a novas vitórias a cada ano.
Figura expressiva, de presença constante na vila hípica do Hipódromo do Tarumã, em Curitiba, Jael Bergamaschi Barros é o homem que está por trás de toda esta história envolvendo o Haras J.B.Barros, e que costuma desfrutar de uma rotina de vitórias e muitas emoções. Em entrevista concedida à reportagem do Raia Leve, Jael discorreu sobre vários temas envolvendo o seu haras, o turfe num contexto geral e o futuro do esporte no país.
R.L.: Quando e em quais circunstâncias surgiu o Haras J.B.Barros?
J.B.: O Haras J.B.Barros surgiu no final da década de 70. Eu, bem dizer, nasci numa fazenda, e sempre gostei do contato com este ambiente, sendo um amante do cavalo, desde muito cedo. E somando isso ao meu gosto crescente pelas corridas de cavalo, adquiri uma chácara no bairro do Pinheirinho, em Curitiba, onde comecei a criar através de um lote de mais ou menos 20 éguas que adquiri num leilão em São Paulo, na companhia do meu grande amigo João Pedro Alcântara, titular do Haras Mauá. A primeira vitória da farda aconteceu com uma égua chamada Svetlana, filha de Canterbury, criada pelo Haras São José & Expedictus.
R.L.: Dentre os profissionais com os quais o J.B.Barros esteve envolvido durante a sua história, quais foram os que mais marcaram o estabelecimento?
J.B.: Muitos profissionais nos proporcionaram importantes conquistas, dentro e fora das pistas, e é algo complicado apontar “este” ou “aquele” nome. Contudo, em algumas circunstâncias, alguns deixaram a sua marca de modo mais consistente em nossa história, como foi o caso do Francisco Assis Monteiro, que baseado no centro de treinamentos que mantínhamos na região metropolitana de Curitiba, treinou cavalos meus que venceram quase todos os grandes prêmios do Tarumã, e outros tantos em Cidade Jardim. Laerte Pereira, uma “cria” do Dr.Heliodoro de Oliveira Duboc, que cuidou dos meus cavalos em São Paulo durante um bom tempo, e Antônio Alvani, que também em São Paulo venceu muitas corridas para nós, são outros dois nomes dos quais me lembro com bastante carinho. Dentre os profissionais que estiveram conosco num passado mais recente, destaco o Dr.Marlon Siqueira, que por sua vez segue sendo o responsável pelas matrizes do haras e pelo atendimento aos nossos animais em treinamento.
R.L.: O quê Much Better representa na história do Haras J.B.Barros?
J.B.: Olhe, não seria exagero se eu te dissesse que ele representa quase tudo para nós. Foi um cavalo excepcional, dono de uma campanha maravilhosa, e que me proporcionou momentos maravilhosos. Aliás, não há outro animal que tenha desenvolvido uma campanha sequer semelhante a dele, vencendo um GP São Paulo, um GP Brasil, um Pellegrini, e por duas vezes o “Latino” – primeiro em La Plata e depois na Gávea. Ele foi ainda o primeiro cavalo brasileiro a competir no Arco do Triunfo na França, feito este que só foi repetido uma vez até agora, por sinal com outro crioulo do haras, o Hot Six. Enfim, se fosse possível eu criar um “segundo” Much Better, eu seria o homem mais feliz do Mundo.
R.L.: Por falar em Much Better, vemos que o Haras J.B.Barros já venceu os principais páreos do país e do continente. É também o criador com o maior número de vitórias no Grande Prêmio Paraná (cinco vezes) e no GP Associação Latino Americana de Jockey Clubes e Hipódromos (três vezes). O quê ainda falta para o currículo do estabelecimento?
J.B.: Sinceramente, a nível nacional, acredito que não falta quase nada. Agora, mudando o foco para competições internacionais, tenho muita vontade de ver um crioulo meu vencer a Dubai World Cup, que tanto técnica quanto financeiramente é muito compensatória àqueles que a conquistam. E essa vitória, tenha certeza, ainda virá!
R.L.: Há poucos anos o Haras J.B.Barros possuía um vasto plantel de reprodutoras, que formavam um dos contingentes mais numerosos do Estado do Paraná. Hoje sabemos que parte do haras foi comercializada e que o número de éguas – agora no Haras Siqueira & Mercadante – também reduziu bastante. Qual é a situação atual do haras, do plantel, e podemos dizer que estas mudanças são reflexos da crise vivida pelo turfe nacional na atualidade?
J.B.: O haras e o complexo do centro de treinamentos foram comercializados, e como você bem disse hoje mantenho as minhas éguas no Haras Siqueira & Mercadante, sob a responsabilidade do Dr.Marlon Siqueira. Meu plantel atual é composto por vinte éguas, que são justamente as melhores que eu tinha em mãos à época que comecei a “enxugar” o lote de matrizes do Haras J.B.Barros. Hoje não há mais espaço para se criar com “égua mais ou menos”. Você tem que priorizar a excelência na criação, e por isso dei manutenção somente à nata do plantel. E sem dúvida alguma: os momentos difíceis vividos pelo turfe nacional possuem sim grande influência em decisões como estas, onde vendi um haras e boa parte das minhas éguas. É uma pena, mas a situação crítica faz vítimas atrás de vítimas, sendo muito comum de uns tempos pra cá vermos a quase todo mês um novo criador decidindo pela liquidação do seu plantel, pelo encerramento das suas atividades. É de se lamentar.
R.L.: A conquista do Jaburú Vip no GP Paraná foi cercada de significados. Ele é filho e neto de garanhões que receberam a confiança do J.B.Barros, mas que em contrapartida foram rejeitados e “queimados” por muita gente. O Edgar Araújo, treinador do animal, é um profissional que está estreitamente ligado à história do Haras J.B.Barros, e que recebeu de você a primeira grande oportunidade após encerrar a carreira de jóquei. Sendo assim, esta vitória tem um gosto especial por ter sido feita “em casa”?
J.B.: Sim! Ver um crioulo nosso, filho de um garanhão nosso e neto de outro que também nos pertenceu, vencendo um páreo tão importante como o GP Paraná, é uma sensação indescritível. Aquele dia o cavalo estava competindo apenas pela quarta vez em sua campanha, e mesmo assim venceu de maneira incontestável. É um potro excepcional, o qual temos em alta conta desde sempre. Aliás, depositávamos muita “fé” em sua corrida, uma vez que os seus trabalhos eram excelentes. Mas não é de nosso feitio – nem se deve fazer isso – sair por aí “cantando” o cavalo de “barbada” para todo mundo ouvir, e no final das contas deu certo. E quanto ao Araújo, foi ainda mais gratificante. Sempre o admirei como jóquei, principalmente pela sua lisura, e por nunca ter ouvido qualquer comentário que colocasse em xeque a sua idoneidade. Também foi ele o jóquei da nossa Kanaloa, que venceu o GP Paraná de 1992, e de tantos outros corredores importantes que defenderam a nossa farda. Aí, quando soube que ele havia parado de montar, e estava enveredando pela carreira de treinador, pensei que seria bastante interessante investir nele, lhe conferir uma oportunidade. E acabou dando certo, uma vez que ele é um profissional muito atencioso, esforçado e que por esses e outros motivos está obtendo ótimos resultados.
R.L.: No próximo sábado, dois crioulos seus – Jaburu Vip e Jéca – competirão no GP Derby Paulista, sendo que ambos são filhos do Inexplicable, já tendo mostrado, tanto um quanto o outro, bom rendimento em distâncias mais alentadas. Ainda este ano, a égua Inchatillon, filha deste mesmo Inexplicable, venceu duas provas de Grupo 1 na distância dos 2.000 metros, e no último fim de semana foi a segunda colocada em prova disputada na distância dos 2.400 metros. Fatos como estes são os melhores tipos de respostas aos muitos críticos do cavalo, que argumentam, principalmente, que trata-se de um reprodutor limitado a produzir velocistas?
J.B.: Concordo plenamente com a sua observação. Quando você traz um garanhão para o Brasil, ele pode ser a melhor opção disponível no mercado no momento, mas já fique sabendo: as críticas serão muitas. O pessoal não quer nem saber quem o cavalo é, o quê ele correu, qual a sua filiação, não: a única coisa com a qual se preocupam é tentar “queimar” o cavalo. Neste caso em específico, o Inexplicable chegou “quietinho”, sem muito alarde, e aos poucos foi conquistando o seu espaço. Hoje, note que ele é muito bem citado desde as pencas até as principais provas de fundo do calendário nacional. Sendo ele um filho do Miswaki, que nos traz o sangue de Mr.Prospector, numa mãe Nureyev, que foi um dos maiores reprodutores da história do turfe Mundial, não há o quê contestar em matéria de pedigree. E a campanha do Inexplicable só reforça a sua filiação, uma vez que ele foi ganhador de provas de grupo e recordista nos Estados Unidos.
R.L.: O quê você espera do futuro do turfe nacional?
J.B.: Não há dúvidas de que a situação do nosso turfe é bastante complicada. Contudo, eu, talvez por ser uma pessoa bastante otimista, acredito que depois de chegarmos, de fato, ao “fundo do poço”, estamos começando a melhorar, a subir. Os progressos são lentos, quase que imperceptíveis, mas consigo sentir algumas melhoras nos últimos anos. A única coisa que me chateia, e que tenho certeza, não é a melhor maneira de se sanar as dívidas das entidades que promovem corridas no Brasil, ou ainda, não pode servir como fonte de receita para as mesmas, é a venda do patrimônio dos clubes. Isso aconteceu com alguns terrenos no caso do Jockey Club do Paraná, e está prestes a acontecer também, em proporções muito maiores – pois não se trata de alguns terrenos e sim de uma vila hípica inteira – no caso do Jockey Club Brasileiro. É preciso buscar alternativas que não essas para recuperar financeira e estruturalmente o turfe brasileiro.
por Victor Corrêa
http://www.raialeve.com.br
JAEL BARRO DIGNIDADE E COMPETENCIA A SERVIÇO DO TURFE
Jael B. Barros: um criador de sucesso
Sem exagero, trata-se de um dos pilares para a criação paranaense em toda a sua história. Muitos chegam a colocar o Haras J.B.Barros como o maior estabelecimento criatório radicado em terras paranaenses em todos os tempos. E, pela quantidade de expressivos resultados angariados pela farda rubro-negra – e tantos outros não por defensores da mesma, mas por crioulos ali nascidos e crescidos – tais observações fazem-se mais do que pertinentes.
No último dia 26 de Setembro, quando o alazão Jaburú Vip cruzou o disco em primeiro no Grande Prêmio Paraná (gr.I), o Haras J.B.Barros no ato, vencia a sua quinta edição da prova, ao passo que alcançava o posto de criador com o maior número de conquistas no páreo em toda a sua história. São números que representam toda a magnitude de um nome que sempre esteve intimamente ligado aos troféus e a novas vitórias a cada ano.
Figura expressiva, de presença constante na vila hípica do Hipódromo do Tarumã, em Curitiba, Jael Bergamaschi Barros é o homem que está por trás de toda esta história envolvendo o Haras J.B.Barros, e que costuma desfrutar de uma rotina de vitórias e muitas emoções. Em entrevista concedida à reportagem do Raia Leve, Jael discorreu sobre vários temas envolvendo o seu haras, o turfe num contexto geral e o futuro do esporte no país.
R.L.: Quando e em quais circunstâncias surgiu o Haras J.B.Barros?
J.B.: O Haras J.B.Barros surgiu no final da década de 70. Eu, bem dizer, nasci numa fazenda, e sempre gostei do contato com este ambiente, sendo um amante do cavalo, desde muito cedo. E somando isso ao meu gosto crescente pelas corridas de cavalo, adquiri uma chácara no bairro do Pinheirinho, em Curitiba, onde comecei a criar através de um lote de mais ou menos 20 éguas que adquiri num leilão em São Paulo, na companhia do meu grande amigo João Pedro Alcântara, titular do Haras Mauá. A primeira vitória da farda aconteceu com uma égua chamada Svetlana, filha de Canterbury, criada pelo Haras São José & Expedictus.
R.L.: Dentre os profissionais com os quais o J.B.Barros esteve envolvido durante a sua história, quais foram os que mais marcaram o estabelecimento?
J.B.: Muitos profissionais nos proporcionaram importantes conquistas, dentro e fora das pistas, e é algo complicado apontar “este” ou “aquele” nome. Contudo, em algumas circunstâncias, alguns deixaram a sua marca de modo mais consistente em nossa história, como foi o caso do Francisco Assis Monteiro, que baseado no centro de treinamentos que mantínhamos na região metropolitana de Curitiba, treinou cavalos meus que venceram quase todos os grandes prêmios do Tarumã, e outros tantos em Cidade Jardim. Laerte Pereira, uma “cria” do Dr.Heliodoro de Oliveira Duboc, que cuidou dos meus cavalos em São Paulo durante um bom tempo, e Antônio Alvani, que também em São Paulo venceu muitas corridas para nós, são outros dois nomes dos quais me lembro com bastante carinho. Dentre os profissionais que estiveram conosco num passado mais recente, destaco o Dr.Marlon Siqueira, que por sua vez segue sendo o responsável pelas matrizes do haras e pelo atendimento aos nossos animais em treinamento.
R.L.: O quê Much Better representa na história do Haras J.B.Barros?
J.B.: Olhe, não seria exagero se eu te dissesse que ele representa quase tudo para nós. Foi um cavalo excepcional, dono de uma campanha maravilhosa, e que me proporcionou momentos maravilhosos. Aliás, não há outro animal que tenha desenvolvido uma campanha sequer semelhante a dele, vencendo um GP São Paulo, um GP Brasil, um Pellegrini, e por duas vezes o “Latino” – primeiro em La Plata e depois na Gávea. Ele foi ainda o primeiro cavalo brasileiro a competir no Arco do Triunfo na França, feito este que só foi repetido uma vez até agora, por sinal com outro crioulo do haras, o Hot Six. Enfim, se fosse possível eu criar um “segundo” Much Better, eu seria o homem mais feliz do Mundo.
R.L.: Por falar em Much Better, vemos que o Haras J.B.Barros já venceu os principais páreos do país e do continente. É também o criador com o maior número de vitórias no Grande Prêmio Paraná (cinco vezes) e no GP Associação Latino Americana de Jockey Clubes e Hipódromos (três vezes). O quê ainda falta para o currículo do estabelecimento?
J.B.: Sinceramente, a nível nacional, acredito que não falta quase nada. Agora, mudando o foco para competições internacionais, tenho muita vontade de ver um crioulo meu vencer a Dubai World Cup, que tanto técnica quanto financeiramente é muito compensatória àqueles que a conquistam. E essa vitória, tenha certeza, ainda virá!
R.L.: Há poucos anos o Haras J.B.Barros possuía um vasto plantel de reprodutoras, que formavam um dos contingentes mais numerosos do Estado do Paraná. Hoje sabemos que parte do haras foi comercializada e que o número de éguas – agora no Haras Siqueira & Mercadante – também reduziu bastante. Qual é a situação atual do haras, do plantel, e podemos dizer que estas mudanças são reflexos da crise vivida pelo turfe nacional na atualidade?
J.B.: O haras e o complexo do centro de treinamentos foram comercializados, e como você bem disse hoje mantenho as minhas éguas no Haras Siqueira & Mercadante, sob a responsabilidade do Dr.Marlon Siqueira. Meu plantel atual é composto por vinte éguas, que são justamente as melhores que eu tinha em mãos à época que comecei a “enxugar” o lote de matrizes do Haras J.B.Barros. Hoje não há mais espaço para se criar com “égua mais ou menos”. Você tem que priorizar a excelência na criação, e por isso dei manutenção somente à nata do plantel. E sem dúvida alguma: os momentos difíceis vividos pelo turfe nacional possuem sim grande influência em decisões como estas, onde vendi um haras e boa parte das minhas éguas. É uma pena, mas a situação crítica faz vítimas atrás de vítimas, sendo muito comum de uns tempos pra cá vermos a quase todo mês um novo criador decidindo pela liquidação do seu plantel, pelo encerramento das suas atividades. É de se lamentar.
R.L.: A conquista do Jaburú Vip no GP Paraná foi cercada de significados. Ele é filho e neto de garanhões que receberam a confiança do J.B.Barros, mas que em contrapartida foram rejeitados e “queimados” por muita gente. O Edgar Araújo, treinador do animal, é um profissional que está estreitamente ligado à história do Haras J.B.Barros, e que recebeu de você a primeira grande oportunidade após encerrar a carreira de jóquei. Sendo assim, esta vitória tem um gosto especial por ter sido feita “em casa”?
J.B.: Sim! Ver um crioulo nosso, filho de um garanhão nosso e neto de outro que também nos pertenceu, vencendo um páreo tão importante como o GP Paraná, é uma sensação indescritível. Aquele dia o cavalo estava competindo apenas pela quarta vez em sua campanha, e mesmo assim venceu de maneira incontestável. É um potro excepcional, o qual temos em alta conta desde sempre. Aliás, depositávamos muita “fé” em sua corrida, uma vez que os seus trabalhos eram excelentes. Mas não é de nosso feitio – nem se deve fazer isso – sair por aí “cantando” o cavalo de “barbada” para todo mundo ouvir, e no final das contas deu certo. E quanto ao Araújo, foi ainda mais gratificante. Sempre o admirei como jóquei, principalmente pela sua lisura, e por nunca ter ouvido qualquer comentário que colocasse em xeque a sua idoneidade. Também foi ele o jóquei da nossa Kanaloa, que venceu o GP Paraná de 1992, e de tantos outros corredores importantes que defenderam a nossa farda. Aí, quando soube que ele havia parado de montar, e estava enveredando pela carreira de treinador, pensei que seria bastante interessante investir nele, lhe conferir uma oportunidade. E acabou dando certo, uma vez que ele é um profissional muito atencioso, esforçado e que por esses e outros motivos está obtendo ótimos resultados.
R.L.: No próximo sábado, dois crioulos seus – Jaburu Vip e Jéca – competirão no GP Derby Paulista, sendo que ambos são filhos do Inexplicable, já tendo mostrado, tanto um quanto o outro, bom rendimento em distâncias mais alentadas. Ainda este ano, a égua Inchatillon, filha deste mesmo Inexplicable, venceu duas provas de Grupo 1 na distância dos 2.000 metros, e no último fim de semana foi a segunda colocada em prova disputada na distância dos 2.400 metros. Fatos como estes são os melhores tipos de respostas aos muitos críticos do cavalo, que argumentam, principalmente, que trata-se de um reprodutor limitado a produzir velocistas?
J.B.: Concordo plenamente com a sua observação. Quando você traz um garanhão para o Brasil, ele pode ser a melhor opção disponível no mercado no momento, mas já fique sabendo: as críticas serão muitas. O pessoal não quer nem saber quem o cavalo é, o quê ele correu, qual a sua filiação, não: a única coisa com a qual se preocupam é tentar “queimar” o cavalo. Neste caso em específico, o Inexplicable chegou “quietinho”, sem muito alarde, e aos poucos foi conquistando o seu espaço. Hoje, note que ele é muito bem citado desde as pencas até as principais provas de fundo do calendário nacional. Sendo ele um filho do Miswaki, que nos traz o sangue de Mr.Prospector, numa mãe Nureyev, que foi um dos maiores reprodutores da história do turfe Mundial, não há o quê contestar em matéria de pedigree. E a campanha do Inexplicable só reforça a sua filiação, uma vez que ele foi ganhador de provas de grupo e recordista nos Estados Unidos.
R.L.: O quê você espera do futuro do turfe nacional?
J.B.: Não há dúvidas de que a situação do nosso turfe é bastante complicada. Contudo, eu, talvez por ser uma pessoa bastante otimista, acredito que depois de chegarmos, de fato, ao “fundo do poço”, estamos começando a melhorar, a subir. Os progressos são lentos, quase que imperceptíveis, mas consigo sentir algumas melhoras nos últimos anos. A única coisa que me chateia, e que tenho certeza, não é a melhor maneira de se sanar as dívidas das entidades que promovem corridas no Brasil, ou ainda, não pode servir como fonte de receita para as mesmas, é a venda do patrimônio dos clubes. Isso aconteceu com alguns terrenos no caso do Jockey Club do Paraná, e está prestes a acontecer também, em proporções muito maiores – pois não se trata de alguns terrenos e sim de uma vila hípica inteira – no caso do Jockey Club Brasileiro. É preciso buscar alternativas que não essas para recuperar financeira e estruturalmente o turfe brasileiro.
por Victor Corrêa
http://www.raialeve.com.br
Sem exagero, trata-se de um dos pilares para a criação paranaense em toda a sua história. Muitos chegam a colocar o Haras J.B.Barros como o maior estabelecimento criatório radicado em terras paranaenses em todos os tempos. E, pela quantidade de expressivos resultados angariados pela farda rubro-negra – e tantos outros não por defensores da mesma, mas por crioulos ali nascidos e crescidos – tais observações fazem-se mais do que pertinentes.
No último dia 26 de Setembro, quando o alazão Jaburú Vip cruzou o disco em primeiro no Grande Prêmio Paraná (gr.I), o Haras J.B.Barros no ato, vencia a sua quinta edição da prova, ao passo que alcançava o posto de criador com o maior número de conquistas no páreo em toda a sua história. São números que representam toda a magnitude de um nome que sempre esteve intimamente ligado aos troféus e a novas vitórias a cada ano.
Figura expressiva, de presença constante na vila hípica do Hipódromo do Tarumã, em Curitiba, Jael Bergamaschi Barros é o homem que está por trás de toda esta história envolvendo o Haras J.B.Barros, e que costuma desfrutar de uma rotina de vitórias e muitas emoções. Em entrevista concedida à reportagem do Raia Leve, Jael discorreu sobre vários temas envolvendo o seu haras, o turfe num contexto geral e o futuro do esporte no país.
R.L.: Quando e em quais circunstâncias surgiu o Haras J.B.Barros?
J.B.: O Haras J.B.Barros surgiu no final da década de 70. Eu, bem dizer, nasci numa fazenda, e sempre gostei do contato com este ambiente, sendo um amante do cavalo, desde muito cedo. E somando isso ao meu gosto crescente pelas corridas de cavalo, adquiri uma chácara no bairro do Pinheirinho, em Curitiba, onde comecei a criar através de um lote de mais ou menos 20 éguas que adquiri num leilão em São Paulo, na companhia do meu grande amigo João Pedro Alcântara, titular do Haras Mauá. A primeira vitória da farda aconteceu com uma égua chamada Svetlana, filha de Canterbury, criada pelo Haras São José & Expedictus.
R.L.: Dentre os profissionais com os quais o J.B.Barros esteve envolvido durante a sua história, quais foram os que mais marcaram o estabelecimento?
J.B.: Muitos profissionais nos proporcionaram importantes conquistas, dentro e fora das pistas, e é algo complicado apontar “este” ou “aquele” nome. Contudo, em algumas circunstâncias, alguns deixaram a sua marca de modo mais consistente em nossa história, como foi o caso do Francisco Assis Monteiro, que baseado no centro de treinamentos que mantínhamos na região metropolitana de Curitiba, treinou cavalos meus que venceram quase todos os grandes prêmios do Tarumã, e outros tantos em Cidade Jardim. Laerte Pereira, uma “cria” do Dr.Heliodoro de Oliveira Duboc, que cuidou dos meus cavalos em São Paulo durante um bom tempo, e Antônio Alvani, que também em São Paulo venceu muitas corridas para nós, são outros dois nomes dos quais me lembro com bastante carinho. Dentre os profissionais que estiveram conosco num passado mais recente, destaco o Dr.Marlon Siqueira, que por sua vez segue sendo o responsável pelas matrizes do haras e pelo atendimento aos nossos animais em treinamento.
R.L.: O quê Much Better representa na história do Haras J.B.Barros?
J.B.: Olhe, não seria exagero se eu te dissesse que ele representa quase tudo para nós. Foi um cavalo excepcional, dono de uma campanha maravilhosa, e que me proporcionou momentos maravilhosos. Aliás, não há outro animal que tenha desenvolvido uma campanha sequer semelhante a dele, vencendo um GP São Paulo, um GP Brasil, um Pellegrini, e por duas vezes o “Latino” – primeiro em La Plata e depois na Gávea. Ele foi ainda o primeiro cavalo brasileiro a competir no Arco do Triunfo na França, feito este que só foi repetido uma vez até agora, por sinal com outro crioulo do haras, o Hot Six. Enfim, se fosse possível eu criar um “segundo” Much Better, eu seria o homem mais feliz do Mundo.
R.L.: Por falar em Much Better, vemos que o Haras J.B.Barros já venceu os principais páreos do país e do continente. É também o criador com o maior número de vitórias no Grande Prêmio Paraná (cinco vezes) e no GP Associação Latino Americana de Jockey Clubes e Hipódromos (três vezes). O quê ainda falta para o currículo do estabelecimento?
J.B.: Sinceramente, a nível nacional, acredito que não falta quase nada. Agora, mudando o foco para competições internacionais, tenho muita vontade de ver um crioulo meu vencer a Dubai World Cup, que tanto técnica quanto financeiramente é muito compensatória àqueles que a conquistam. E essa vitória, tenha certeza, ainda virá!
R.L.: Há poucos anos o Haras J.B.Barros possuía um vasto plantel de reprodutoras, que formavam um dos contingentes mais numerosos do Estado do Paraná. Hoje sabemos que parte do haras foi comercializada e que o número de éguas – agora no Haras Siqueira & Mercadante – também reduziu bastante. Qual é a situação atual do haras, do plantel, e podemos dizer que estas mudanças são reflexos da crise vivida pelo turfe nacional na atualidade?
J.B.: O haras e o complexo do centro de treinamentos foram comercializados, e como você bem disse hoje mantenho as minhas éguas no Haras Siqueira & Mercadante, sob a responsabilidade do Dr.Marlon Siqueira. Meu plantel atual é composto por vinte éguas, que são justamente as melhores que eu tinha em mãos à época que comecei a “enxugar” o lote de matrizes do Haras J.B.Barros. Hoje não há mais espaço para se criar com “égua mais ou menos”. Você tem que priorizar a excelência na criação, e por isso dei manutenção somente à nata do plantel. E sem dúvida alguma: os momentos difíceis vividos pelo turfe nacional possuem sim grande influência em decisões como estas, onde vendi um haras e boa parte das minhas éguas. É uma pena, mas a situação crítica faz vítimas atrás de vítimas, sendo muito comum de uns tempos pra cá vermos a quase todo mês um novo criador decidindo pela liquidação do seu plantel, pelo encerramento das suas atividades. É de se lamentar.
R.L.: A conquista do Jaburú Vip no GP Paraná foi cercada de significados. Ele é filho e neto de garanhões que receberam a confiança do J.B.Barros, mas que em contrapartida foram rejeitados e “queimados” por muita gente. O Edgar Araújo, treinador do animal, é um profissional que está estreitamente ligado à história do Haras J.B.Barros, e que recebeu de você a primeira grande oportunidade após encerrar a carreira de jóquei. Sendo assim, esta vitória tem um gosto especial por ter sido feita “em casa”?
J.B.: Sim! Ver um crioulo nosso, filho de um garanhão nosso e neto de outro que também nos pertenceu, vencendo um páreo tão importante como o GP Paraná, é uma sensação indescritível. Aquele dia o cavalo estava competindo apenas pela quarta vez em sua campanha, e mesmo assim venceu de maneira incontestável. É um potro excepcional, o qual temos em alta conta desde sempre. Aliás, depositávamos muita “fé” em sua corrida, uma vez que os seus trabalhos eram excelentes. Mas não é de nosso feitio – nem se deve fazer isso – sair por aí “cantando” o cavalo de “barbada” para todo mundo ouvir, e no final das contas deu certo. E quanto ao Araújo, foi ainda mais gratificante. Sempre o admirei como jóquei, principalmente pela sua lisura, e por nunca ter ouvido qualquer comentário que colocasse em xeque a sua idoneidade. Também foi ele o jóquei da nossa Kanaloa, que venceu o GP Paraná de 1992, e de tantos outros corredores importantes que defenderam a nossa farda. Aí, quando soube que ele havia parado de montar, e estava enveredando pela carreira de treinador, pensei que seria bastante interessante investir nele, lhe conferir uma oportunidade. E acabou dando certo, uma vez que ele é um profissional muito atencioso, esforçado e que por esses e outros motivos está obtendo ótimos resultados.
R.L.: No próximo sábado, dois crioulos seus – Jaburu Vip e Jéca – competirão no GP Derby Paulista, sendo que ambos são filhos do Inexplicable, já tendo mostrado, tanto um quanto o outro, bom rendimento em distâncias mais alentadas. Ainda este ano, a égua Inchatillon, filha deste mesmo Inexplicable, venceu duas provas de Grupo 1 na distância dos 2.000 metros, e no último fim de semana foi a segunda colocada em prova disputada na distância dos 2.400 metros. Fatos como estes são os melhores tipos de respostas aos muitos críticos do cavalo, que argumentam, principalmente, que trata-se de um reprodutor limitado a produzir velocistas?
J.B.: Concordo plenamente com a sua observação. Quando você traz um garanhão para o Brasil, ele pode ser a melhor opção disponível no mercado no momento, mas já fique sabendo: as críticas serão muitas. O pessoal não quer nem saber quem o cavalo é, o quê ele correu, qual a sua filiação, não: a única coisa com a qual se preocupam é tentar “queimar” o cavalo. Neste caso em específico, o Inexplicable chegou “quietinho”, sem muito alarde, e aos poucos foi conquistando o seu espaço. Hoje, note que ele é muito bem citado desde as pencas até as principais provas de fundo do calendário nacional. Sendo ele um filho do Miswaki, que nos traz o sangue de Mr.Prospector, numa mãe Nureyev, que foi um dos maiores reprodutores da história do turfe Mundial, não há o quê contestar em matéria de pedigree. E a campanha do Inexplicable só reforça a sua filiação, uma vez que ele foi ganhador de provas de grupo e recordista nos Estados Unidos.
R.L.: O quê você espera do futuro do turfe nacional?
J.B.: Não há dúvidas de que a situação do nosso turfe é bastante complicada. Contudo, eu, talvez por ser uma pessoa bastante otimista, acredito que depois de chegarmos, de fato, ao “fundo do poço”, estamos começando a melhorar, a subir. Os progressos são lentos, quase que imperceptíveis, mas consigo sentir algumas melhoras nos últimos anos. A única coisa que me chateia, e que tenho certeza, não é a melhor maneira de se sanar as dívidas das entidades que promovem corridas no Brasil, ou ainda, não pode servir como fonte de receita para as mesmas, é a venda do patrimônio dos clubes. Isso aconteceu com alguns terrenos no caso do Jockey Club do Paraná, e está prestes a acontecer também, em proporções muito maiores – pois não se trata de alguns terrenos e sim de uma vila hípica inteira – no caso do Jockey Club Brasileiro. É preciso buscar alternativas que não essas para recuperar financeira e estruturalmente o turfe brasileiro.
por Victor Corrêa
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JAEL BARROS CANDIDATO, DA OPOSIÇÃO, A PRESIDENCIA DO JOCKEY CLUB DO PARANÁ
Jael B. Barros: um criador de sucesso
Sem exagero, trata-se de um dos pilares para a criação paranaense em toda a sua história. Muitos chegam a colocar o Haras J.B.Barros como o maior estabelecimento criatório radicado em terras paranaenses em todos os tempos. E, pela quantidade de expressivos resultados angariados pela farda rubro-negra – e tantos outros não por defensores da mesma, mas por crioulos ali nascidos e crescidos – tais observações fazem-se mais do que pertinentes.
No último dia 26 de Setembro, quando o alazão Jaburú Vip cruzou o disco em primeiro no Grande Prêmio Paraná (gr.I), o Haras J.B.Barros no ato, vencia a sua quinta edição da prova, ao passo que alcançava o posto de criador com o maior número de conquistas no páreo em toda a sua história. São números que representam toda a magnitude de um nome que sempre esteve intimamente ligado aos troféus e a novas vitórias a cada ano.
Figura expressiva, de presença constante na vila hípica do Hipódromo do Tarumã, em Curitiba, Jael Bergamaschi Barros é o homem que está por trás de toda esta história envolvendo o Haras J.B.Barros, e que costuma desfrutar de uma rotina de vitórias e muitas emoções. Em entrevista concedida à reportagem do Raia Leve, Jael discorreu sobre vários temas envolvendo o seu haras, o turfe num contexto geral e o futuro do esporte no país.
R.L.: Quando e em quais circunstâncias surgiu o Haras J.B.Barros?
J.B.: O Haras J.B.Barros surgiu no final da década de 70. Eu, bem dizer, nasci numa fazenda, e sempre gostei do contato com este ambiente, sendo um amante do cavalo, desde muito cedo. E somando isso ao meu gosto crescente pelas corridas de cavalo, adquiri uma chácara no bairro do Pinheirinho, em Curitiba, onde comecei a criar através de um lote de mais ou menos 20 éguas que adquiri num leilão em São Paulo, na companhia do meu grande amigo João Pedro Alcântara, titular do Haras Mauá. A primeira vitória da farda aconteceu com uma égua chamada Svetlana, filha de Canterbury, criada pelo Haras São José & Expedictus.
R.L.: Dentre os profissionais com os quais o J.B.Barros esteve envolvido durante a sua história, quais foram os que mais marcaram o estabelecimento?
J.B.: Muitos profissionais nos proporcionaram importantes conquistas, dentro e fora das pistas, e é algo complicado apontar “este” ou “aquele” nome. Contudo, em algumas circunstâncias, alguns deixaram a sua marca de modo mais consistente em nossa história, como foi o caso do Francisco Assis Monteiro, que baseado no centro de treinamentos que mantínhamos na região metropolitana de Curitiba, treinou cavalos meus que venceram quase todos os grandes prêmios do Tarumã, e outros tantos em Cidade Jardim. Laerte Pereira, uma “cria” do Dr.Heliodoro de Oliveira Duboc, que cuidou dos meus cavalos em São Paulo durante um bom tempo, e Antônio Alvani, que também em São Paulo venceu muitas corridas para nós, são outros dois nomes dos quais me lembro com bastante carinho. Dentre os profissionais que estiveram conosco num passado mais recente, destaco o Dr.Marlon Siqueira, que por sua vez segue sendo o responsável pelas matrizes do haras e pelo atendimento aos nossos animais em treinamento.
R.L.: O quê Much Better representa na história do Haras J.B.Barros?
J.B.: Olhe, não seria exagero se eu te dissesse que ele representa quase tudo para nós. Foi um cavalo excepcional, dono de uma campanha maravilhosa, e que me proporcionou momentos maravilhosos. Aliás, não há outro animal que tenha desenvolvido uma campanha sequer semelhante a dele, vencendo um GP São Paulo, um GP Brasil, um Pellegrini, e por duas vezes o “Latino” – primeiro em La Plata e depois na Gávea. Ele foi ainda o primeiro cavalo brasileiro a competir no Arco do Triunfo na França, feito este que só foi repetido uma vez até agora, por sinal com outro crioulo do haras, o Hot Six. Enfim, se fosse possível eu criar um “segundo” Much Better, eu seria o homem mais feliz do Mundo.
R.L.: Por falar em Much Better, vemos que o Haras J.B.Barros já venceu os principais páreos do país e do continente. É também o criador com o maior número de vitórias no Grande Prêmio Paraná (cinco vezes) e no GP Associação Latino Americana de Jockey Clubes e Hipódromos (três vezes). O quê ainda falta para o currículo do estabelecimento?
J.B.: Sinceramente, a nível nacional, acredito que não falta quase nada. Agora, mudando o foco para competições internacionais, tenho muita vontade de ver um crioulo meu vencer a Dubai World Cup, que tanto técnica quanto financeiramente é muito compensatória àqueles que a conquistam. E essa vitória, tenha certeza, ainda virá!
R.L.: Há poucos anos o Haras J.B.Barros possuía um vasto plantel de reprodutoras, que formavam um dos contingentes mais numerosos do Estado do Paraná. Hoje sabemos que parte do haras foi comercializada e que o número de éguas – agora no Haras Siqueira & Mercadante – também reduziu bastante. Qual é a situação atual do haras, do plantel, e podemos dizer que estas mudanças são reflexos da crise vivida pelo turfe nacional na atualidade?
J.B.: O haras e o complexo do centro de treinamentos foram comercializados, e como você bem disse hoje mantenho as minhas éguas no Haras Siqueira & Mercadante, sob a responsabilidade do Dr.Marlon Siqueira. Meu plantel atual é composto por vinte éguas, que são justamente as melhores que eu tinha em mãos à época que comecei a “enxugar” o lote de matrizes do Haras J.B.Barros. Hoje não há mais espaço para se criar com “égua mais ou menos”. Você tem que priorizar a excelência na criação, e por isso dei manutenção somente à nata do plantel. E sem dúvida alguma: os momentos difíceis vividos pelo turfe nacional possuem sim grande influência em decisões como estas, onde vendi um haras e boa parte das minhas éguas. É uma pena, mas a situação crítica faz vítimas atrás de vítimas, sendo muito comum de uns tempos pra cá vermos a quase todo mês um novo criador decidindo pela liquidação do seu plantel, pelo encerramento das suas atividades. É de se lamentar.
R.L.: A conquista do Jaburú Vip no GP Paraná foi cercada de significados. Ele é filho e neto de garanhões que receberam a confiança do J.B.Barros, mas que em contrapartida foram rejeitados e “queimados” por muita gente. O Edgar Araújo, treinador do animal, é um profissional que está estreitamente ligado à história do Haras J.B.Barros, e que recebeu de você a primeira grande oportunidade após encerrar a carreira de jóquei. Sendo assim, esta vitória tem um gosto especial por ter sido feita “em casa”?
J.B.: Sim! Ver um crioulo nosso, filho de um garanhão nosso e neto de outro que também nos pertenceu, vencendo um páreo tão importante como o GP Paraná, é uma sensação indescritível. Aquele dia o cavalo estava competindo apenas pela quarta vez em sua campanha, e mesmo assim venceu de maneira incontestável. É um potro excepcional, o qual temos em alta conta desde sempre. Aliás, depositávamos muita “fé” em sua corrida, uma vez que os seus trabalhos eram excelentes. Mas não é de nosso feitio – nem se deve fazer isso – sair por aí “cantando” o cavalo de “barbada” para todo mundo ouvir, e no final das contas deu certo. E quanto ao Araújo, foi ainda mais gratificante. Sempre o admirei como jóquei, principalmente pela sua lisura, e por nunca ter ouvido qualquer comentário que colocasse em xeque a sua idoneidade. Também foi ele o jóquei da nossa Kanaloa, que venceu o GP Paraná de 1992, e de tantos outros corredores importantes que defenderam a nossa farda. Aí, quando soube que ele havia parado de montar, e estava enveredando pela carreira de treinador, pensei que seria bastante interessante investir nele, lhe conferir uma oportunidade. E acabou dando certo, uma vez que ele é um profissional muito atencioso, esforçado e que por esses e outros motivos está obtendo ótimos resultados.
R.L.: No próximo sábado, dois crioulos seus – Jaburu Vip e Jéca – competirão no GP Derby Paulista, sendo que ambos são filhos do Inexplicable, já tendo mostrado, tanto um quanto o outro, bom rendimento em distâncias mais alentadas. Ainda este ano, a égua Inchatillon, filha deste mesmo Inexplicable, venceu duas provas de Grupo 1 na distância dos 2.000 metros, e no último fim de semana foi a segunda colocada em prova disputada na distância dos 2.400 metros. Fatos como estes são os melhores tipos de respostas aos muitos críticos do cavalo, que argumentam, principalmente, que trata-se de um reprodutor limitado a produzir velocistas?
J.B.: Concordo plenamente com a sua observação. Quando você traz um garanhão para o Brasil, ele pode ser a melhor opção disponível no mercado no momento, mas já fique sabendo: as críticas serão muitas. O pessoal não quer nem saber quem o cavalo é, o quê ele correu, qual a sua filiação, não: a única coisa com a qual se preocupam é tentar “queimar” o cavalo. Neste caso em específico, o Inexplicable chegou “quietinho”, sem muito alarde, e aos poucos foi conquistando o seu espaço. Hoje, note que ele é muito bem citado desde as pencas até as principais provas de fundo do calendário nacional. Sendo ele um filho do Miswaki, que nos traz o sangue de Mr.Prospector, numa mãe Nureyev, que foi um dos maiores reprodutores da história do turfe Mundial, não há o quê contestar em matéria de pedigree. E a campanha do Inexplicable só reforça a sua filiação, uma vez que ele foi ganhador de provas de grupo e recordista nos Estados Unidos.
R.L.: O quê você espera do futuro do turfe nacional?
J.B.: Não há dúvidas de que a situação do nosso turfe é bastante complicada. Contudo, eu, talvez por ser uma pessoa bastante otimista, acredito que depois de chegarmos, de fato, ao “fundo do poço”, estamos começando a melhorar, a subir. Os progressos são lentos, quase que imperceptíveis, mas consigo sentir algumas melhoras nos últimos anos. A única coisa que me chateia, e que tenho certeza, não é a melhor maneira de se sanar as dívidas das entidades que promovem corridas no Brasil, ou ainda, não pode servir como fonte de receita para as mesmas, é a venda do patrimônio dos clubes. Isso aconteceu com alguns terrenos no caso do Jockey Club do Paraná, e está prestes a acontecer também, em proporções muito maiores – pois não se trata de alguns terrenos e sim de uma vila hípica inteira – no caso do Jockey Club Brasileiro. É preciso buscar alternativas que não essas para recuperar financeira e estruturalmente o turfe brasileiro.
por Victor Corrêa
http://www.raialeve.com.br
Sem exagero, trata-se de um dos pilares para a criação paranaense em toda a sua história. Muitos chegam a colocar o Haras J.B.Barros como o maior estabelecimento criatório radicado em terras paranaenses em todos os tempos. E, pela quantidade de expressivos resultados angariados pela farda rubro-negra – e tantos outros não por defensores da mesma, mas por crioulos ali nascidos e crescidos – tais observações fazem-se mais do que pertinentes.
No último dia 26 de Setembro, quando o alazão Jaburú Vip cruzou o disco em primeiro no Grande Prêmio Paraná (gr.I), o Haras J.B.Barros no ato, vencia a sua quinta edição da prova, ao passo que alcançava o posto de criador com o maior número de conquistas no páreo em toda a sua história. São números que representam toda a magnitude de um nome que sempre esteve intimamente ligado aos troféus e a novas vitórias a cada ano.
Figura expressiva, de presença constante na vila hípica do Hipódromo do Tarumã, em Curitiba, Jael Bergamaschi Barros é o homem que está por trás de toda esta história envolvendo o Haras J.B.Barros, e que costuma desfrutar de uma rotina de vitórias e muitas emoções. Em entrevista concedida à reportagem do Raia Leve, Jael discorreu sobre vários temas envolvendo o seu haras, o turfe num contexto geral e o futuro do esporte no país.
R.L.: Quando e em quais circunstâncias surgiu o Haras J.B.Barros?
J.B.: O Haras J.B.Barros surgiu no final da década de 70. Eu, bem dizer, nasci numa fazenda, e sempre gostei do contato com este ambiente, sendo um amante do cavalo, desde muito cedo. E somando isso ao meu gosto crescente pelas corridas de cavalo, adquiri uma chácara no bairro do Pinheirinho, em Curitiba, onde comecei a criar através de um lote de mais ou menos 20 éguas que adquiri num leilão em São Paulo, na companhia do meu grande amigo João Pedro Alcântara, titular do Haras Mauá. A primeira vitória da farda aconteceu com uma égua chamada Svetlana, filha de Canterbury, criada pelo Haras São José & Expedictus.
R.L.: Dentre os profissionais com os quais o J.B.Barros esteve envolvido durante a sua história, quais foram os que mais marcaram o estabelecimento?
J.B.: Muitos profissionais nos proporcionaram importantes conquistas, dentro e fora das pistas, e é algo complicado apontar “este” ou “aquele” nome. Contudo, em algumas circunstâncias, alguns deixaram a sua marca de modo mais consistente em nossa história, como foi o caso do Francisco Assis Monteiro, que baseado no centro de treinamentos que mantínhamos na região metropolitana de Curitiba, treinou cavalos meus que venceram quase todos os grandes prêmios do Tarumã, e outros tantos em Cidade Jardim. Laerte Pereira, uma “cria” do Dr.Heliodoro de Oliveira Duboc, que cuidou dos meus cavalos em São Paulo durante um bom tempo, e Antônio Alvani, que também em São Paulo venceu muitas corridas para nós, são outros dois nomes dos quais me lembro com bastante carinho. Dentre os profissionais que estiveram conosco num passado mais recente, destaco o Dr.Marlon Siqueira, que por sua vez segue sendo o responsável pelas matrizes do haras e pelo atendimento aos nossos animais em treinamento.
R.L.: O quê Much Better representa na história do Haras J.B.Barros?
J.B.: Olhe, não seria exagero se eu te dissesse que ele representa quase tudo para nós. Foi um cavalo excepcional, dono de uma campanha maravilhosa, e que me proporcionou momentos maravilhosos. Aliás, não há outro animal que tenha desenvolvido uma campanha sequer semelhante a dele, vencendo um GP São Paulo, um GP Brasil, um Pellegrini, e por duas vezes o “Latino” – primeiro em La Plata e depois na Gávea. Ele foi ainda o primeiro cavalo brasileiro a competir no Arco do Triunfo na França, feito este que só foi repetido uma vez até agora, por sinal com outro crioulo do haras, o Hot Six. Enfim, se fosse possível eu criar um “segundo” Much Better, eu seria o homem mais feliz do Mundo.
R.L.: Por falar em Much Better, vemos que o Haras J.B.Barros já venceu os principais páreos do país e do continente. É também o criador com o maior número de vitórias no Grande Prêmio Paraná (cinco vezes) e no GP Associação Latino Americana de Jockey Clubes e Hipódromos (três vezes). O quê ainda falta para o currículo do estabelecimento?
J.B.: Sinceramente, a nível nacional, acredito que não falta quase nada. Agora, mudando o foco para competições internacionais, tenho muita vontade de ver um crioulo meu vencer a Dubai World Cup, que tanto técnica quanto financeiramente é muito compensatória àqueles que a conquistam. E essa vitória, tenha certeza, ainda virá!
R.L.: Há poucos anos o Haras J.B.Barros possuía um vasto plantel de reprodutoras, que formavam um dos contingentes mais numerosos do Estado do Paraná. Hoje sabemos que parte do haras foi comercializada e que o número de éguas – agora no Haras Siqueira & Mercadante – também reduziu bastante. Qual é a situação atual do haras, do plantel, e podemos dizer que estas mudanças são reflexos da crise vivida pelo turfe nacional na atualidade?
J.B.: O haras e o complexo do centro de treinamentos foram comercializados, e como você bem disse hoje mantenho as minhas éguas no Haras Siqueira & Mercadante, sob a responsabilidade do Dr.Marlon Siqueira. Meu plantel atual é composto por vinte éguas, que são justamente as melhores que eu tinha em mãos à época que comecei a “enxugar” o lote de matrizes do Haras J.B.Barros. Hoje não há mais espaço para se criar com “égua mais ou menos”. Você tem que priorizar a excelência na criação, e por isso dei manutenção somente à nata do plantel. E sem dúvida alguma: os momentos difíceis vividos pelo turfe nacional possuem sim grande influência em decisões como estas, onde vendi um haras e boa parte das minhas éguas. É uma pena, mas a situação crítica faz vítimas atrás de vítimas, sendo muito comum de uns tempos pra cá vermos a quase todo mês um novo criador decidindo pela liquidação do seu plantel, pelo encerramento das suas atividades. É de se lamentar.
R.L.: A conquista do Jaburú Vip no GP Paraná foi cercada de significados. Ele é filho e neto de garanhões que receberam a confiança do J.B.Barros, mas que em contrapartida foram rejeitados e “queimados” por muita gente. O Edgar Araújo, treinador do animal, é um profissional que está estreitamente ligado à história do Haras J.B.Barros, e que recebeu de você a primeira grande oportunidade após encerrar a carreira de jóquei. Sendo assim, esta vitória tem um gosto especial por ter sido feita “em casa”?
J.B.: Sim! Ver um crioulo nosso, filho de um garanhão nosso e neto de outro que também nos pertenceu, vencendo um páreo tão importante como o GP Paraná, é uma sensação indescritível. Aquele dia o cavalo estava competindo apenas pela quarta vez em sua campanha, e mesmo assim venceu de maneira incontestável. É um potro excepcional, o qual temos em alta conta desde sempre. Aliás, depositávamos muita “fé” em sua corrida, uma vez que os seus trabalhos eram excelentes. Mas não é de nosso feitio – nem se deve fazer isso – sair por aí “cantando” o cavalo de “barbada” para todo mundo ouvir, e no final das contas deu certo. E quanto ao Araújo, foi ainda mais gratificante. Sempre o admirei como jóquei, principalmente pela sua lisura, e por nunca ter ouvido qualquer comentário que colocasse em xeque a sua idoneidade. Também foi ele o jóquei da nossa Kanaloa, que venceu o GP Paraná de 1992, e de tantos outros corredores importantes que defenderam a nossa farda. Aí, quando soube que ele havia parado de montar, e estava enveredando pela carreira de treinador, pensei que seria bastante interessante investir nele, lhe conferir uma oportunidade. E acabou dando certo, uma vez que ele é um profissional muito atencioso, esforçado e que por esses e outros motivos está obtendo ótimos resultados.
R.L.: No próximo sábado, dois crioulos seus – Jaburu Vip e Jéca – competirão no GP Derby Paulista, sendo que ambos são filhos do Inexplicable, já tendo mostrado, tanto um quanto o outro, bom rendimento em distâncias mais alentadas. Ainda este ano, a égua Inchatillon, filha deste mesmo Inexplicable, venceu duas provas de Grupo 1 na distância dos 2.000 metros, e no último fim de semana foi a segunda colocada em prova disputada na distância dos 2.400 metros. Fatos como estes são os melhores tipos de respostas aos muitos críticos do cavalo, que argumentam, principalmente, que trata-se de um reprodutor limitado a produzir velocistas?
J.B.: Concordo plenamente com a sua observação. Quando você traz um garanhão para o Brasil, ele pode ser a melhor opção disponível no mercado no momento, mas já fique sabendo: as críticas serão muitas. O pessoal não quer nem saber quem o cavalo é, o quê ele correu, qual a sua filiação, não: a única coisa com a qual se preocupam é tentar “queimar” o cavalo. Neste caso em específico, o Inexplicable chegou “quietinho”, sem muito alarde, e aos poucos foi conquistando o seu espaço. Hoje, note que ele é muito bem citado desde as pencas até as principais provas de fundo do calendário nacional. Sendo ele um filho do Miswaki, que nos traz o sangue de Mr.Prospector, numa mãe Nureyev, que foi um dos maiores reprodutores da história do turfe Mundial, não há o quê contestar em matéria de pedigree. E a campanha do Inexplicable só reforça a sua filiação, uma vez que ele foi ganhador de provas de grupo e recordista nos Estados Unidos.
R.L.: O quê você espera do futuro do turfe nacional?
J.B.: Não há dúvidas de que a situação do nosso turfe é bastante complicada. Contudo, eu, talvez por ser uma pessoa bastante otimista, acredito que depois de chegarmos, de fato, ao “fundo do poço”, estamos começando a melhorar, a subir. Os progressos são lentos, quase que imperceptíveis, mas consigo sentir algumas melhoras nos últimos anos. A única coisa que me chateia, e que tenho certeza, não é a melhor maneira de se sanar as dívidas das entidades que promovem corridas no Brasil, ou ainda, não pode servir como fonte de receita para as mesmas, é a venda do patrimônio dos clubes. Isso aconteceu com alguns terrenos no caso do Jockey Club do Paraná, e está prestes a acontecer também, em proporções muito maiores – pois não se trata de alguns terrenos e sim de uma vila hípica inteira – no caso do Jockey Club Brasileiro. É preciso buscar alternativas que não essas para recuperar financeira e estruturalmente o turfe brasileiro.
por Victor Corrêa
http://www.raialeve.com.br