As carreiras devem estar de volta ao Jockey Club ainda na primeira quinzena de outubro. Três técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fecharam relatório favorável à reabertura do Hipódromo da Tablada, no final da tarde desta quinta-feira (16), após a vistoria que durou mais de cinco horas. O documento chegará à mesa do ministro Wagner Rossi, com pedido de renovação da Carta Patente - a licença de operação dos prados -, cassada há oito meses.
“A infraestrutura garante viabilidade técnica às corridas. Não sei dizer certo o dia, mas rapidinho Pelotas poderá realizar seus páreos”, resumiu o chefe da Divisão de Equideocultura do Ministério da Agricultura, Antônio Carlos Motta.
Durante toda a manhã e, de novo, à tarde, os integrantes do governo federal se dividiram entre analisar documentos e percorrer as instalações. Era preciso verificar, com cuidado, o cumprimento das chamadas não conformidades.
Dos 43 hipódromos do Brasil, apenas 18 seguem em funcionamento. E, dos que fecharam as portas em 2010, só uma parte mantém a luta para revalidar a Carta e retomar as corridas. Em Belo Horizonte (Minas Gerais), por exemplo, as terras foram vendidas. Em Pelotas, o otimismo prevalecia entre os membros da diretoria: “Temos o grande sonho de ver a bandeira vermelha no topo do mastro de novo. Somos poucos guerreiros, mas com muita vontade”, enfatizou o presidente da entidade, Carlos Mazza, pela manhã. Os projetos não são poucos. Escola de formação de jóqueis, aulas de equoterapia e a criação de um memorial. A proposta é de que o hipódromo ganhe vida não só nos dias de carreira.
Até a vistoria, longa reestruturação
Nos últimos quatro meses, as melhorias se espalharam da Vila Hípica às dependências sociais, na Tablada. As famílias que moravam irregularmente na vila deixaram o lugar, as cocheiras passaram por manutenção, a iluminação recebeu investimentos e a coleta de estercos sofreu adequações.
Relembre
O Jockey Club de Pelotas está fechado desde o dia 14 de janeiro, quando o Ministério da Agricultura cassou a Carta Patente. Há anos, a União fazia alertas sobre a série de irregularidades e concedia prazos às adequações. Sem respostas, veio a ordem de interrupção das atividades. A terceirização geral do Jockey, como ocorria há aproximadamente dez anos, pesou à decisão federal. O formato não é reconhecido pela União, que o interpreta como ilegalidade. Depois de disputa judicial, que garantiu a reintegração de posse à diretoria, começou a corrida pela reabertura.
Por: Michele Ferreira
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