Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

BOTICÃO DE OURO





Neste espaço sempre se procurou mostrar os grandes nomes do turfe brasileiro, o que não é uma tarefa fácil, mas altamente recompensadora pela simples lembrança desses gloriosos momentos. Hoje a tarefa será um misto de alegria e da mais profunda tristeza, porque o homenageado situa-se nesses extremos simultaneamente. O turfista que porventura vivenciou esses momentos certamente entenderá o que estou escrevendo, e ao mais novatos, diria que tiveram a felicidade de não ter vivido essa situação.

Falamos do mais que imortal Boticão de Ouro, o fenômeno do turfe brasileiro do início da década de 80, que com suas vitórias marcou seu nome na História do turfe, e até hoje é, e sempre será lembrado como um ícone. Dono de um retrospecto que por si só mostrava o fenômeno que era, somara 8 vitórias e 1 segundo, em nada menos que 9 saídas às pistas.

Na disputa do GP Derby Paulista de 1.981, Boticão de Ouro estava na ponta, mas nos 300 metros finais, com larga vantagem sobre os demais concorrentes, e rumo à consagração, veio a fraturar a mão direita (fratura exposta), e as cenas de sofrimento que se seguiram levaram à comoção o público e profissionais do turfe presentes ao hipódromo. Para se ter uma idéia da carga emocional que se seguiu, seu jockey, Edson Ferreira, ao desmontar, vendo àquela cena da mão direita “pendurada”, teve uma crise nervosa tendo de ser amparado por profissionais que adentraram a raia. O público atônito e desesperado com o ocorrido, nem prestou atenção ao desenrolar do páreo, pois todos foram magnetizados pelo sofrimento do estupendo cavalo. Devido ao seu incomum retrospecto, Boticão de Ouro foi poupado do sacrifício na raia, pois se tentaria implantar-lhe pinos, e assim salvá-lo para reprodução. Por quase trinta dias o mundo do turfe acompanhou a batalha dos veterinários, visando sua salvação, mas ao final, o destino falou mais alto, e seu sacrifício teve de ser feito. Seguramente este foi um dos momentos mais tristes do turfe brasileiro.

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