Jeane Alves
domingo, 1 de agosto de 2010
MOSSORÓ GRANDE PREMIO BRASIL 1933
Este blog tem o incomensurável prazer de falar de um dos mais importantes brasileiros da história. Nascido em 1929 no sertão de Pernambuco, ele foi filho de Kitchner e Galathea. Com apenas quatro anos de idade, nosso herói não era apenas o orgulho de seus pais, mas de uma nação inteira. O prodígio não ganhou o concurso de robustez infantil, muito comum nos anos 30. No entanto, sua vitória representou um divisor de águas para o esporte bretão, dando cabo do maior complexo de vira-latas do nosso povo. Mossoró é o maior eqüino da história desse país! Está para o turfe tupiniquim como Pelé para o futebol, Ayrton Senna para o automobilismo, Machado de Assis para a literatura, Nelson Ned para os smurfs…
Sem mais delongas, iniciemos o caso. Rio de Janeiro, 6 de agosto de 1933. Era o primeiro domingo do mês e o Hipódromo Brasileiro (hoje Hipódromo da Gávea) estava majestoso. Nesse dia seria ferido o mais importante prélio de que se tem notícias em nosso turfe. O povo saía de toda parte da cidade em direção ao local da contenda. Além dos 323 guichês já existentes, foram colocados mais 232, aumentando o número total para 555 postigos de apostas. Até Getúlio Vargas (então chefe do Governo Provisório) foi ao hipódromo Brasileiro, sendo recebido pelo Dr. Pedro Ernesto, interventor do Distrito Federal, e por Linnêo de Paula Machado, presidente do Jockey Club Brasileiro.
O meeting seria o maior acontecimento da cidade naquele ano. A hora da corrida se aproximava e a multidão estava agitada para ver o primeiro Grande Prêmio Brasil da história. A quantia reservada ao cavalo vencedor arredondava em incríveis 300 contos de réis. Tudo isso resultou numa loteria hípica até o momento desconhecida de nossos turfistas: as apostas atingiram o valor de: 1.201:970$000.
Às 17h25, foi dada a largada! Com a grama muito pesada, partiram os vinte e dois competidores para percorrer uma distância de 3000 metros. Padishah assume o comando do lote, acompanhado por Belfort, Origan, Bambú, Aranha Céo (!) e Mossoró. Os cavalos continuaram agrupados até a passagem da arquibancada. Foi ali que Aranha Céo desalojou o líder. No meio do percurso, na reta oposta, o hábil jóquei Domingo Suarez passa para a ponta e continua até a reta de chegada. Mossoró vinha no bolo. Na altura dos 2400 metros, seu piloto, o jóquei Justiniano Mesquita, solicitou o valente tordilho. Este mostrou toda a significação de suas excelentes qualidades, atropelando na reta final e vencendo por um pescoço de diferença.
No término do prélio, o entusiasmo popular atingiu o delírio máximo. A massa avançou para abraçar o jóquei e seu cavalo, mas foi impedida pela polícia especial, que providenciou um cordão de isolamento para evitar um desastre. A estratégia de nada adiantou. Mossoró foi carregado nos braços do povo, que bradava: “Mossoró, Mossoró, Mossoró!!!!”
Resultado Oficial:
1º: Mossoró
2º: Belfort
3º: Bambú
4º: Caicó
5º: Sueño Largo
6º: Bosphore
7º: Soneto
8º: Conjurado
9º: Caton
10º: Myrtheé
11º: Double Steel
12º: Origan
13º: Kelani
14º: Panache Royal
15º: Carmel
16º: San Salvador
17º: Fariseo
18º: Niño
19º: Ultraje
20º: Bel Ideal
21º: Arranha Céo
22º: Padishah
Tempo: 189s4/5
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