Jeane Alves
domingo, 1 de agosto de 2010
GRANDE PREMIO BRASIL 1933
A notável corrida realizada pelo Jockey Club Brasileiro assinalou a página mais importante da história do turf e elevou bem alto o valor da criação nacional.
O majestoso Hipódromo Brasileiro se preparou para receber os ilustres convidados. Foram tomadas diversas providências no sentido de cercar os espectadores de todo o conforto. No espaço de 15 dias foram adicionados 232 guichês novos aos 323 já existentes, de modo que o público pode contar com 555 guichês para as apostas. Também cadeiras e bancos foram colocados de forma a manter o povo agrupado em vários pontos.
Neste tão esperado dia, a cidade se agitava desde cedo. Quando às 11 horas foi iniciado o sorteio do seepstake, loteria hípica, as tribunas popular, especial, dos sócios e da imprensa estavam lotadas.
O hipódromo acolheu um público que nunca vivera um espetáculo social-esportivo na cidade. A ansiedade ainda maior justificava-se pelo encontro da parelha pernambucana Mossoró e Caicó, com cavalos de alto preço.
No quinto páreo ecoou o vozerio da multidão. Chegava ao hipódromo o Sr. Getúlio Vargas, Chefe do Governo Provisório. Depois de passar pelas tribunas, desceu do seu automóvel ao lado do recinto dos sócios, onde foi recebido pelo Dr. Pedro Ernesto, interventor do Distrito Federal, e pelos senhores Linnêo de Paula Machado, Fernando de Magalhães e Adhemar Faria, respectivamante presidente, vice-presidente e secretário do Jockey Club Brasileiro, dirigindo-se então, ao som do Hino Nacional, para a tribuna de honra.
Aproximava-se a hora da grandiosa corrida. A multidão agitava-se nervosa, quando os vinte e dois concorrentes foram apresentados.
Mossoró, um tordilho Puro Sangue
Mossoró foi o vencedor do Grande Prêmio Brasil, na distância de três mil metros, e ganhador dos trezentos contos de réis.
O entusiasmo foi tanto que a massa popular tentou abraçar o cavalo e o jóquei, mas foi detida por um cordão de isolamento.
O cavalo Mossoró era um produto genuinamente nacional, oriundo do Haras Maranguape, do distinto criador pernambucano Coronel Frederico J. Lundgren, também fundador das Casas Pernambucanas. A vitória do excelente cavalo pernambucano deixou também magnífica impressão no Chefe do Governo Provisório.
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