Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

sexta-feira, 2 de julho de 2010

DALTO DUARTE CONTA SUA HISTÓRIA


Mil e vinte seis montarias. Este foi o número que garantiu 234 vitórias e deu a Dalto Gomes Duarte, 23 anos, natural de Brasília, porém gaúcho de coração, a primeira estatística na carreira. Dalto alcançou a marca de 234 êxitos, 59 a mais que o segundo colocado e contou, em uma conversa num tom descontraído, sobre este momento, além de relembrar o início de seu trajetória.

Temporada 2009/2010

Este foi o meu ano. Essa vitória era para ser minha. Existem muitas coisas que têm que dar certo, e deram. Ganhei muito, troquei de agente de montarias, passei a montar para o J.C.Sampaio, que ajudou muito. Ele só perdeu por estar suspenso, não tirando os méritos do A.Paim Filho, que venceu bastante. Enfim, acho que tudo deu certo, não precisei ficar sem montar por muito tempo devido a quedas ou suspensões. Se você quer vencer uma estatística, a primeira coisa que precisa evitar é suspensão. Sendo suspenso, você perde a montaria para os adversários e depois perde na volta do animal.

Início

Na época, meu tio Luiz Duarte já era jóquei, e eu tinha 7 pra 8 anos. Sempre admirei vê-lo montar, porém não o conhecia. E aconteceu um episódio curioso. Teve um ano, na época do Natal, que ele foi visitar a família no Sul, como de hábito. Antes de passar na casa da mãe dele, ele foi lá em casa. Eu estava usando uma camisa com a foto de uma vitória dele. Quando meu tio entrou, eu não o conheci. Daí ele perguntou: “Tudo bem?, eu respondi que tudo. Mas não sabia quem era. Então ele falou: “Você tá com a minha camisa, mas não me conhece”, foi então que caiu a ficha e disse “meu tio Luizinho”, que era como eu o chamava quando criança. Já gostava de cavalo e depois de conhecê-lo, influenciou mais ainda. Isto aconteceu no Natal. No Ano Novo já fui com ele pra São Paulo. Daí pra frente, só fui me apegando cada vez mais.

Escola de Profissionais do Turfe

A época da escolinha foi boa e ruim ao mesmo tempo. Ruim por que eu tinha que tirar muito peso. Por conta disso, quando eu precisava de um rigor e uma tocada mais firme eu não tinha, pois me desgastava muito. Mas a experiência foi muito boa. Foi lá que tudo começou. A diferença entre ser jóquei e aprendiz pra mim foi só de não precisar mais de tirar peso. Um alívio.

Se não fosse jóquei seria....

Jogador de futebol. Cheguei a entrar em uma escolinha, pois sempre tive vontade de entrar neste mundo. Jogar pra mim era tudo.

Páreo inesquecível

O páreo que me marcou recentemente foi a milha, com Olympic Election, por ter sido um animal que acompanhei desde o início da campanha, os trabalhos, os páreos que iria ser inscritos e foi dando tudo certo. Fomos subindo uma escada e dando certo em cada degrau. Já o melhor animal que pilotei foi a Celtic Princess, que me deu a primeira vitória em prova de Grupo I.

Experiência internacional

A experiência internacional ainda não chegou. Passei perto este ano, mas não foi desta vez.

O que te tira do sério

A única coisa que não gosto, é quando me pedem ‘barbadas’. Fujo disso, pois acho que me traz má sorte.

Personalidade

Ser reservado acho que influência um pouco na minha carreira, pois as pessoas que não me conhecem, acham que sou ‘marrento’ e antipático. Mas é meu jeito, sou fechado mesmo. Todas as pessoas, tanto do meio turfístico, quanto lá de fora, quando me conhecem melhor, sempre falam: “você é totalmente diferente do que as pessoas falam”. Todas, sem exceção fazem este comentário. Não que eu não queira dar brecha pra ninguém se aproximar, mas este é meu jeito de ser.

Nas horas de folga....

Quando não estou montando prefiro curtir minha casa, pois passo a semana praticamente nos centros de treinamento. Então, quando posso, prefiro ficar em casa, assistir TV, ir ao cinema. Sou caseiro. Se estiver suspenso, aí mesmo é que não saio de casa.

O que te tira do sério

Falsidade, agir por trás e pessoas ignorantes.

Páreo que gostaria de ter no currículo

A exceção do GP Brasil, que todo jóquei almeja, gostaria muito de ganhar uma prova no exterior, mesmo que seja um páreo comum. É uma vontade muito grande que eu tenho. Seria um objetivo realizado.

Ídolo

Meu tio Luiz Duarte, sem dúvida. Ele sempre me ajudou e me ajuda muito. Mesmo morando na China, nos falávamos pelo telefone. Ele não se mete na minha vida, mas me dá muitos conselhos. E eu tento tirar o máximo proveito disto, não fugindo da minha personalidade. Nós nos damos muito bem.

Sobrenome Duarte

Pelo momento que estou vivendo, acredito que no pensamento das pessoas, a imagem que eu carregava por ter o sobrenome Duarte acabou. Eu era muito cobrado no início. Não sabia montar, aprendi em centro de treinamento, e nunca tinha montado em outro lugar. As pessoas achavam que por ser sobrinho do L.Duarte, teria obrigação de saber montar. Na estreia, assinei um bom número de montarias, mas não ganhei (cruzei o disco em primeiro pra cima do M.Mazini, mas fui desclassificado). Então viram que não era tudo aquilo que poderia ser. Com isso, as portas foram se fechando e isso me prejudicou um pouco no início. Mas agora acredito que isso acabou.

Adversário

Essa nova temporada será bem disputada, no meu ponto de vista, assim como a de 2008/2009, que foi decidida somente no final entre eu, T.J.Pereira e o M.Mazini. Acho que o TJ é um adversário fortíssimo. É leve, se dá bem com todos, e monta para todos os profissionais e agora conta com um bom agente de montarias, que é o Paulo Gama, além de ter uma vasta experiência internacional, por isso tem seus méritos. Acredito que o objetivo dele este ano, se ficar no Brasil, será de disputar à estatística. Eu também estou com um bom agente de montarias ao meu lado e dará para disputar de igual para igual. E o Mazini, que acredito que está no mesmo patamar que o meu, além do mesmo peso. Acho que vamos ‘brigar’ novamente.

‘Inimigo’ da profissão

Para o jóquei que é pesado, sem dúvida, manter o peso é o maior vilão. Não sou muito pesado, mas preciso me cuidar, pois se relaxar, a coisa fica feia. Estou voltando a ter o acompanhamento de um personal trainer, e estou conseguindo manter minha média. Além de estar seguindo instruções de um nutricionista. Quase todos os dias eu faço cooper e bicicleta ergométrica.

Dedica esta vitória a....

Dedico esta vitória a todos os proprietários que me deram oportunidade, aos treinadores que me apoiaram, tanto os que têm muitos cavalos, quanto aqueles que contribuíram com apenas uma vitória, além dos cavalariços e segundo-gerentes que torcem sempre por mim. E não posso esquecer de dedicar ao Paulo Mileno, que me ajuda demais e ao meu tio. Agradeço por terem confiado no meu trabalho.




CRED:- JCB

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