Projeto Turfe Forte: momento histórico no Turfe brasileiro
27/06/2010 - 20h06min
Essa noite, no Jockey Club de São Paulo, a ABCPCC, a APFT e a ACPCPSI lançaram o PROJETO TURFE FORTE, na presença dos presidentes dessas associações, de muitos de seus diretores e do anfitrião do evento,o presidente Marcio Toledo,acompanhado de vários membros de sua equipe.Estiveram presentes também mais de 60 criadores e proprietários, a começar por Dona Margarida Polak Lara, criadora símbolo do turfe brasileiro.
A apresentação do projeto foi feita pelo Dr. Celso Ianaga, sócio diretor da Dextron Management Consulting, empresa contratada por sócios das três associações para elaborar o projeto encomendado de avaliação da situação do turfe brasileiro e indicação de soluções.
Inicialmente ele apresentou uma síntese do minucioso diagnóstico do setor, destacando a queda do número de nascimentos nos últimos anos, que em breve colocará em risco a formação dos habituais programas, a falta de renovação do público, as diversas opções de lazer disponíveis e as várias formas de apostas que competem com o turfe, sendo, porém, estas as únicas que não são aleatórias e demandam estudo.
Destacou a falta de interesse do governo em apoiar o turfe, o que se agravou a partir de 1991 com a extinção da CCCN e em anos mais recentes com os crescentes conflitos em alguns dos mais importantes clubes entre os interesses da atividade e o dos sócios, sendo, ademais, notoriamente insuficiente o padrão de governança nos mesmos.
Ainda no diagnóstico, foi exposto o cruel círculo vicioso em que sobrevive o turfe brasileiro: menos público, menos apostas, menores prêmios, menor a criação, menos páreos, menos público e assim sucessivamente.
Passando às recomendações, feitas com base na análise do que foi e vem ocorrendo em inúmeros países, o PROJETO TURFE FORTE propõe a urgente reorganização da atividade, com a criação de uma instituição única e forte no setor, com representatividade junto ao Governo, com gestão estritamente profissional visando a melhor governança possível, de forma a assegurar a formação de uma imagem positiva para o turfe e a integridade das corridas.
No escopo do trabalho foi destacada a imperiosa necessidade do aumento da visibilidade do turfe na TV, de se alcançar novos segmentos consumidores, de se aumentar a praticidade das apostas, bem como de se elevar a frequência/ocupação dos hipódromos, dentre outros itens.
O PROJETO TURFE FORTE tem como inadiável a redução de custos, com a fusão de sociedades promotoras de corridas e a centralização de serviços, o que além do mais aumentará a eficiência operacional. Isso, apesar de serem necessárias receitas alternativas e a diversificação das mesmas, incluindo formas alternativas de apostas, como o quinté, e a busca de subsídios governamentais para o financiamento da criação brasileira.
O PROJETO TURFE FORTE contempla FUNDAMENTALMENTE o lançamento da AGÊNCIA DE GESTÃO DO TURFE BRASILEIRO, entidade sem fins lucrativos, a ser gerida por profissionais de mercado. A ela deverá caber a administração dos hipódromos dos clubes que a ela aderirem à gestão das apostas, com a adoção da Pedra Única, da promoção do turfe junto a novas camadas de público e à formação/aprimoramento dos profissionais do turfe. A ela deverão caber várias outras atribuições, tais como a geração de imagens e dados para transmissão e a negociação de imagens para outros países.
À ABCPCC, além de suas atuais funções, deverão ser acrescidas outras:
-representação junto ao governo;
-normatização do setor;
-administração dos repasses ao Governo;
-fiscalização das Comissões de Corridas e
-fiscalização do controle anti-dopagem, a ser centralizado.
A AGÊNCIA DE GESTÃO deverá ser mantida com recursos provenientes de suas remunerações sobre o movimento de apostas, que poderão ser fixas, variáveis ou mistas, de acordo com o interesse de cada clube e da própria agência. Boa parte das receitas retornarão às dependências dos clubes na forma de melhoria e manutenção das raias, das iluminações, das condições técnicas de transmissão das carreiras, dentre outros itens. À AGÊNCIA DE GESTÃO caberá a fixação e pagamento dos prêmios.
Para cumprir suas incumbências, a AGÊNCIA DE GESTÃO deverá promover tão rápido quanto possível o aumento das apostas, a ser deflagrado tendo como primeiro passo a pedra única, o aumento de prêmios e a identificação /contratação de novos canais de distribuição das apostas.
Para o sucesso do PROJETO TURFE FORTE são indispensáveis:
-o comprometimento das Associações e dos clubes que promovem corridas;
-o alinhamento de criadores e proprietários a uma agenda comum de acão,e
-a uma liderança forte que tenha respeito e representatividade junto a criadores, proprietários, profissionais do turfe e aos clubes.
Ao final, em clima de emoção e regozijo, teceram considerações os Drs.Afonso Burlamaqui, que destacou a forma isenta com que foi desenvolvido o trabalho, sem preponderância de quem quer que fosse, desde a sua forma de financiamento pulverizada tendo muitos apoiadores, até a consideração das opiniões de inúmeras pessoas entrevistadas. Segundo ele, o PROJETO TURFE FORTE expressa de forma abalizada e independente o que cada turfista, em seu íntimo, já sabia ser a solução para a atividade.
Por fim, o Dr. Marcio Toledo adiantou que envidará seus melhores esforços para o sucesso do projeto, engajando o JCSP nesse sentido. Ressaltou que a hora é de UNIÃO de absolutamente todos os envolvidos com o turfe, para que a atual fase crítica seja superada e o TURFE FORTE se torne realidade no Brasil, no bojo do bom momento econômico do país e das perspectivas de crescimento contínuo nos próximos anos.
Ao final da reunião o clima era de otimismo e congraçamento como há muito não se via no meio do turfe. A palavra de ordem era uma só: UNIÃO
FONTE RAIA LEVE
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