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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Eduardo Gosik, Entrevista com


Eduardo Gosik, seus netos e seu filho Mário Gosik

O Raia Leve conseguiu uma entrevista com um dos grandes nomes do turfe nacional, chamado carinhosamente de “Mestre”, o veterano treinador Eduardo Gosik que atua em Cidade Jardim, vencedor de oito estatísticas de treinadores, deve ser lembrado como uma das mais corretas reputações do turfe brasileiro, além de possuir os conhecimentos do complexo mundo do treinamento de um PSI. Tanta competência e amor aos cavalos de corrida foram transmitidos para seus filhos e seus netos.

Dentro da história do GP São Paulo, o “Mestre” tem participação vitoriosa em duas ocasiões: com Às de Pique em 1984 e Jex em 1990, ambos montados por Gabriel Menezes. Esses dois cavalos venceram o GP com treinamento de seu filho Mário Gosik, mas a mão invisível do “Mestre” sempre ali esteve.

Hoje em dia aos 77 anos, de turfe 62. Nasceu em São Mateus do Sul no Estado do Paraná.

RL - Como foi o início de sua profissão?

EG: Comecei minha história em Curitiba, São José dos Pinhais com a família dos Vacarri, montando e cuidando de cavalos em cancha reta, um contra o outro, como desafios. Logo depois fui para o Jockey Club do Guabirotuba, e como na época não tinha escola de aprendizes, fui trabalhar como cavalariço, trabalhei com Trajano Athaide, pai do Dr. Alceu Athaide, também com Julio Cavichiollo, inclusive ele tirou minha matrícula para montar. Minha primeira montaria foi também a primeira vitória com o cavalo Xapecó. Daí pra frente segui mais alguns anos como jóquei e por conta do peso me tornei treinador. Fui um dos treinadores mais novos do hipódromo do Guabirotuba.

RL - Teve incentivo de alguém da família para iniciar na profissão?

EG: Não, não tive. Tirei forças de dentro de mim e isso foi o que me incentivou a chegar onde estou.


Vitória de Jex no GP São Paulo de 1990

RL - Qual vitória mais marcou sua vida?

EG: Todas elas foram boas vitórias. Todos são especiais, mais a primeira como jóquei me marcou bastante por ter sido a primeira. E as primeiras estatísticas em SP e no PR, foram bem marcantes em minha vida, afinal, foi ali que iniciei minha profissão e firmei meu nome no meio turfístico.

RL- Qual cavalo vai será inesquecível para o Senhor?

EG: De tantos cavalos que treinei, todos foram bons. Teve alguns que foram mais destacados por terem ganhado provas nobres, mas há outros que se fosse mencionar faltaria papel. Ganhei oito estatísticas com mais de 100 vitórias em cada uma delas, aí se fosse falar dos melhores iria demorar (risos). Todos os cavalos são uma recordação para mim, desde aquele que ganhou um perdedor como aquele que ganhou um GP São Paulo.

RL - Dos jóqueis que viu montar, qual o que tem destaque especial?

EG: Seria injusto mencionar um, vi grandes ginetes como Luis Gonzáles, Pierre Vaz, Luiz Rigoni, Francisco Irigoyen (Pancho), em São Paulo foram vários, Antonio Bolino, Albenzio Barroso, J.M.Amorim, Edson Amorim, Dendico Garcia, J.Garcia, o chileno Henrique Araya, G.Meneses (Dom Gabri).

RL - Qual foi o melhor cavalo que já viu correr?

EG: Que eu vi correr faz muito tempo, foi o cavalo argentino Atlas, Adil e Gualicho.

RL - Qual foi sua maior derrota?

EG: Foi perder o GP São Paulo com dois animais, primeiro com o Garve no ano de 1979, não foi feliz no percurso e na condução do jóquei Jael Fagundes. Nessa ocasião ganhou o cavalo Tibetano, de uma forte atropelada por fora. E a outra foi do Corto Maltese em 1988, dirigido por N.Souza contra o Ken Graf pilotado por J.Garcia numa chega emocionante.


Eduardo Gosik e Pedro Nickel no Hipódromo de Cidade Jardim

RL - Sabemos que a relação treinador e proprietário deve ter uma sintonia muito grande, tornando muitas vezes laços até de família, tem algum em especial que gostaria de lembrar?

EG: É difícil. De tantos que tive, não posso destacar apenas um, teria que citar vários que deram e que estão dando a oportunidade de eu treinar seus cavalos. A todos que já passaram e estão comigo só posso falar o meu muito obrigado.

RL - Passando o dom e o amor de treinar cavalos para seu filho e seus netos, qual a visão de futuro e os conselhos que tenta passar para eles?

EG: Isso é um dom, não tem nada disso e daquilo. A pessoa tem que ter o dom, não é uma profissão que pode se copiar, pois nenhum cavalo é igual ao outro, tem que haver uma química entre treinador e cavalo. Juntando isso com a aproximação e gosto pelos cavalos, tenho um filho atuante na profissão e outro já aposentado, alem de meus netos que estão no caminho certo! Se eles gostam, eu não posso fazer nada (risos).

RL - O Raia Leve agradece a possibilidade de saber um pouco mais da sua linda trajetória no turfe.

EG: Agradeço a oportunidade e deixo meu abraço a todos os leitores deste ótimo site que faz vincular na mídia do turfe nacional e até internacional.

por Leandro Mancuso

Um comentário:

  1. Parabens!! pela Reportagem Atraves do site Raia leve eu tive o prazer de conhecer um pouco mas sobre a vida do Mestre, tive a oportunidade de montar para ele ganhamos muitas vitorias juntos ,mas confesso que nao sabia de sua historia mas uma vez PARABENS!! e espero que o Raia Leve continue honrrando todos os profissionais do Turfe e compartilhando conosco um pouco sobre a historia de vida de cada um deles

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