Jeane Alves
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
PRADO AMAZONENSE - HISTÓRIA DO TURFE
Manaus tem suas surpresas, suas casas mal-assombradas, ruas, becos e vielas, como qualquer outra grande cidade, mas destas coisas pouco se tem falado, especialmente nos últimos anos. Umas das faces pitorescas da velha capital amazonense, que já vai por mais de 333 anos de fundação, é a prática do turf, aqui e ali referida entre as muitas raridades de belle époque..
Nos primeiros meses de 1906 foi fundada em Manaus uma sociedade anônima com o título de Prado Amazonense, graças à ação de alguns poucos apaixonados pelo esporte elegante. Nas proximidades da Vila Municipal, aberta nas cercanias do Reservatório do Mocó, foi construído o hipódromo, com uma pista de desenvolvimento de 1 quilômetro e largura de 12 metros. A corrida inaugural foi realizada em 21 de outubro de 1906, em cujo ano se realizaram mais cinco corridas, como distribuição de prêmios na ordem de pouco mais de 26 contos.
Eram os prêmios Constantino Nery e o 21 de Novembro, vencidos por Douro que era propriedade de W. Peters e Destroyer, que era propriedade do Studio Rio Mar. Naquela temporada o grande vencedor foi o cavalo Destroyer, com cinco vitórias, acumulando os maiores prêmios, na ordem de 8:120$000, seguido de Douro, Amazonas, Rake, Brasil, Mascarado, Amatary, Rio Branco, Rio Pardo, Albatroz, Comercial, Tupy, além de outros cavalos que disputavam muito bem mas não pontuaram naquele período como Ouvidor, Soberano, Tupan, Caraça, Obidense, Belém, Gurupá, Jamary, Condor, Dawdle.
Alguns jóqueis começaram a ganhar fama, fazer escola, disputar prêmios repetidas vezes, sendo dos mais destacados Oscar Von Hoonholtz, João Dias Pereira, Oscar Dias, Ermelindo Rocha, José Martins, Raimundo Castro, Miguel Correa, Antonio Vasconcellos, José Mendes, Martiniano, Antonio Raquel, Antonio de França José Florêncio, Anselmo Rodrigues, Henrique Peixoto, Honorato Araújo.
Era mesmo um movimento que agitava a cidade, movimentava investidores, conquistava adeptos, ganhava as páginas dos jornais. Entre os mais importantes proprietários surgem pessoas físicas e empresas, como Studio Rio Mar, W. Peters, Manuel Marques da Silva, Stud Amazonense, L. Quadros, João Bernardo da Silva, Manuel C. Oliveira, Araújo & Peterrs, Noberto Silva & Cia., Coudelaria Aliança, Oliveira & Lopes, M. Polaco Cerdeira, Antonio Lopes e Ernesto Winter, alguns acumulando prêmios seguidos que bem poderiam justificar os investimentos que decidiram realizar.
Havia mesmo um razoável movimento da sociedade em torno do Padro Amazonense, até que depois se transformou no conhecido estádio de futebol denominado Parque Amazonense, no beco do Macedo, cenário de grandes embates esportivos para as gerações mais próximas desde novo século.
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