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terça-feira, 13 de março de 2012

PAPO DE TURFE – Filipe Laudo Camargo





Integrante da nova geração de turfistas, o titular do Stud Loucura Total Filipe Laudo Camargo é o convidado desta semana da coluna de entrevistas do site do Jockey Club Brasileiro, Papo de Turfe.

Como o turfe entrou em sua vida?

FLC: O Turfe veio através da genética da família, pelo meu tio avô, Carlos Lacombe, titular do Haras Alto da Serra, meu pai Pedro e o do meu tio José Laudo de Camargo. Os três turfistas, proprietários e criadores de cavalos, apaixonados pelas corridas que me ensinaram, desde muito pequeno, o caminho do prado carioca e a emoção das corridas de cavalo. Além de passar as férias no haras do meu tio avô em Avaré/SP vendo a criação dos cavalos, assistia semanalmente as carreiras com meu pai na Tribuna Social, o que faço até hoje.

O que as corridas de cavalos representam para você?

FLC: Representam muita coisa para mim. Um hobby, um lazer, onde, com muito prazer, passo um bom tempo nos finais de semanas com meus amigos assistindo as corridas no hipódromo.

Quais são melhores cavalos/éguas que já viu correr?

FLC: Vi vários cavalos sensacionais, entre eles, Itajara, Mensageiro Alado, Falcon Jet, Much Better, Sandpit, Pico Central e Be Fair.

Cavalo/égua mais bonito que já viu?

FLC: Sandpit.



Melhor animal de sua propriedade e/ou criação?

FLC: Como ainda nunca criei, fico com o animal Octavio Carlos, criação e propriedade do meu Pai. Com uma campanha curta na Gávea, correu seis vezes para ganhar cinco. De minha propriedade, em sociedade com o meu amigo Marco Menegotto, foi Que Patriota. Correu 33 vezes e obteve 7 vitórias na Gávea, inclusive numa Prova Especial.

Na sua opinião, quais os melhores jóqueis em atividades?

FLC: Sem dúvidas Jorge Ricardo. Um dos maiores esportistas que o Brasil já teve. Que ele sirva de exemplo para a nova geração dos jóqueis e outros profissionais que vivem do esporte. Além dele, acho o Dalto Duarte e Carlos Lavor pilotos fora de série e o V. Borges uma boa promessa.

Quais os melhores treinadores em sua opinião?

FLC: Meus dois amigos Cosminho Morgado Neto e Leo Cury. Júlio Cesar Sampaio, Dulcino Guignoni e Venâncio Nahid também são craques.



Melhores garanhões da atualidade no turfe nacional?

FLC: Wild Event e Crimson Tide. O último tem uma geração de potros de três anos sensacional.

Melhores garanhões da história do turfe brasileiro?

FLC: Não vou me arriscar porque são muitos, mas, com certeza, o Ghadeer não pode ficar fora do topo da lista.

Seu momento inesquecível no turfe?

FLC: Um momento inesquecível é sempre que um cavalo de sua propriedade cruza o disco na frente. Faz, por alguns instantes, acharmos que temos o melhor cavalo do mundo. Seja num páreo de claiming com poucos competidores ou em uma prova importante.

Algum páreo marcante?

FLC: Tenho alguns. Como torcedor do Jorge Ricardo, a vitória no Grande Premio Brasil do Falcon Jet (1992) e Much Better (1994). Em 2008, a vitória do Que Patriota na Prova Especial Ricardo Xavier da Silveira foi marcante para mim. O mano a mano do Flying Finn e Falcon Jet no Grande Premio Brasil, do Fantastic Dancer e com o Much Better na Copa ANPC e de Super Power e Be Fair no Derby não podem deixar de ser citados e estão na memória da maioria dos turfistas, que na época, lotavam o Hipódromo da Gávea.



Qual foi sua maior tristeza com cavalos?

FLC: Foi a catástrofe que ocorreu no Centro de Treinamento do Vale do Cuiabá em janeiro do ano passado e a morte precoce do Octávio Carlos.

O que espera do turfe brasileiro nos próximos anos?

FLC: Espero que o Jockey seja comandado por pessoas que conheçam as corridas de cavalo e os cavalos de corrida. Que as pessoas parem de brigar e ter vaidades. O Turfe no Brasil não tem mais tempo a perder, se não mudar agora será tarde para reverter o atual quadro crítico. Além disso, espero que essa loucura que são os cavalos de corrida contagie o meu filho como eu também fui contagiado.

O que você diria para um novo proprietário que está começando a investir em cavalos de corrida?

FLC: Prepare o bolso e a paciência, porque os cavalos não falam. Você não sabe o que eles sentem e quando estão preparados para os páreos. Um coração funcionando bem é importante, porque terá inúmeras emoções, alegrias e tristezas. Junte um grupo de amigos, minimize o custo e risco, e curta cada momento no Jockey, que será inesquecível para o resto da sua vida.

Por Celson Afonso – Fotos: Arquivo Pessoal
transc. Site JCB

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