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sábado, 12 de novembro de 2011

João Goulart e Chico Preto - História do Turfe


Chico Preto treinador de Bar

O extraordinário BAR presente na minha coleção de mais de
30.000 páreos já digitalizados (originais em super 8, 8, 16 e 32 mm)
apenas utilizava a farda do Stud SIDI que dividia a cocheira do seu
Chico Preto com meu avô, pois na verdade ele era de propriedade de um
Presidente da República, um homem extremamente dedicado aos brasileiros:
João Goulart.


Jango, como conhecido, gostava de turfe e futebol
já que foi lateral direito da divisão de base do Internacional. Profundo
conhecedor do direito, homem rico, Jango teve mais votos para
Vice-Presidente do que Juscelino quando assumiu o governo em 1955, já
que o sistema eleitoral exigia as duas votações. Quando ministro do
Trabalho de Getulio Vargas, Jango lutou pela classe operária e não se
calou enquanto não dobrou o valor do salário mínimo, o que lhe rendeu a
perda do cargo, pressionado que foi pelos empresários que só conseguiam
enxergar o seu próprio umbigo.

Alguns dos que aqui de vez em
quando postam suas bravatas super partidárias, se atuantes na renúncia
de Jânio (mandato em que novamente Jango foi eleito vice) talvez fossem
contra a “Campanha da Legalidade”, que levou Jango a conseguir tomar
posse num regime Parlamentarista.

Seu erro ao meu ver, talvez
tenha sido acreditar novamente no Presidencialismo, ao passo que o seu
maior acerto, infelizmente derrubado novamente pelas correntes
capitalistas, teria sido o resultado de uma ampla reforma no Brasil,
contida num revolucionário plano trienal voltado a defender as
desigualdades sociais. Pena que João Goulart só foi reconhecido muito
tempo depois, como a maioria dos poetas, teatrólogos e artistas
plásticos do velho mundo.

“Não troco um só trabalhador brasileiro por cem desses grãn-finos arrumadinhos”, disse Jango num discurso...

O
que importa nesta história não é a política e sim o churrasco dos
sábados na cocheira 23 da Vila Lagoa. O Presidente chegava cedo.
Acarinhava o Bar com um torrão de açúcar e assava as carnes como bom
gaúcho da cidade de São Borja. Ali se estabelecia uma irreversível
“confraternização”, a mesma que se referiu o senhor Alfredo Grumser.

Ao
Jango, um brinde pelo voluntarismo, e o gosto pelo povo e pelo cavalo
de corrida, certa de que ele estaria hoje totalmente do lado do nosso
Armazém. Quanto a coleção de páreos protagonizados por grandes jóqueis e
excepcionais cavalos, ela será doada no dia em que um presidente de
verdade resolver construir o “Museu do Turfe”, para que o esporte dos
estribos curtos e das imperdíveis barbadas possa estar eternizado na sua
grandiosidade.

Que Deus olhe pelo Jockey Club Brasileiro.

Jéssica Dannemann (11/11/2011) - Rio de Janeiro/RJ

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