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sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Pico Central, a história de um craque
Neste sábado, 20 de agosto, será disputada em 1.200 metros, pista de areia, no Hipódromo da Gávea, a Prova Especial Pico Central, homenageando o cavalo que fez sucesso em pistas brasileiras e depois nas raias americanas, se transformando no “Brazilian Bullet”, segundo a conceituada Revista The Bloodhorse.
Adquirido junto ao Haras Fronteira P.A.P., de Mario Moglia, por Luiz Edmundo Cardoso Barbosa, titular do Stud Capitão, a compra chegou a criar alguns problemas na equipe: “O Atílio Rocha, que era meu treinador à época, abandonou o leilão e a Cristina Vieira, a Veterinária, vetou a compra. Afinal, o Pico Central era pequeno, tinha uns 400 quilos, se muito, os curvilhões retos, uma cabeça expressiva e o andar que lembrava um bom malandro carioca” se diverte Luiz Edmundo relembrando seu craque.
Walter Flores, veterinário do Haras Santa Ana do Rio Grande foi consultado e disse que os curvilhões não seriam problema, pois até o Bowling (Crying To Run e Tangência, por Waldmeister), ganhador do GP Brasil 1989, tinha os curvilhões assim. Então, contra tudo e contra todos, Pico Central foi comprado.
Enquanto os melhores cavalos do Stud Capitão ficavam no Vale do Itajara, Pico Central ficou na Gávea, aos cuidados de Valtemir Severo Pedersen: “O Pico Central ficou só nadando uns 4 meses. Um dia meu telefone toca e o Pedersen diz: Patrão, aquele bicho é corredor. Qual? Indaguei. O Pico Central, ele passou os 400 metros 22’ cravados. Sério? Então vamos fazer 600 nele no domingo. Quando ele parou os cronômetros em 33’, eu sorri pois sabia que tinha um craque em mãos.
No final de março de 2002, Pico Central estreou ganhando aos esbarros na direção de Rodrigo Dias dos Santos Lepre. A vitória está imortalizada no escritório do proprietário, no Centro da cidade. Depois, já aos cuidados de Roberto Morgado Junior, Pico Central ia direto ao GP Major Suckow (G1), mas foi inscrito no GP Cordeiro da Graça (G2) para pegar aguerrimento e finalizou em terceiro. No sábado do Brasil, em agosto de 2002, Pico Central destruiu seus rivais no quilômetro internacional mostrando uma superioridade inconteste.
Quatro meses depois, o filho de Spend A Buck e Sheila Purple reapareceu num páreo comum em 1.200 metros e muitos não entenderam nada. Obviamente, Pico central deu um passeio na raia, mas o inusitado se deu depois do disco, pois foi ali que seu piloto, Gilvan Guimarães, “fez correr”. Luiz Edmundo explica: “ A nossa intenção era levá-lo ao GP Estado do Rio de Janeiro (G1), 1ª prova da Tríplice Coroa de produtos, em fevereiro de 2003, portanto nada melhor do que um apronto remunerado e, detalhe, ele assinalou 72’ nos 1.200 e 88’ nos 1.400.”
Em fevereiro, Pico Central mostrou sua classe e, derrotando adversários do naipe de Hard Buck e Investor’s Dream, abriu a coroa carioca e se tornou o único animal a vencer os GGPPss Major Suckow e Estado do Rio de Janeiro. Levado para os EUA, mais uma vez o neto materno de Purple Mountain fez história, já que somente Pico Central conseguiu esse feito, ao vencer no mesmo ano, o de 2005, o San Carlos Handicap (G2), o Carter Handicap (G1), o Metropolitan Mille Handicap (G1) e o Vosburgh Stakes (G1). Até a vitória no Met. Mille, o Stud Capitão ainda detinha 10% dos direitos do corredor que foram comprados em seguida pelo mega investidor Gary Tanaka. Nas pistas, alcançou em prêmios mais de U$ 1.200.000. Sindicalizado, hoje, Pico Central está servindo na reprodução, na Coréia do Sul.
por Fernando Lopes –
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