TURFE DO RIO DE JANEIRO À BEIRA DA CATÁSTROFE
A Associação Carioca dos Proprietários do Cavalo Puro Sangue Inglês – ACPCPSI e a Associação Profissional dos Treinadores, Jóqueis e Aprendizes do Rio de Janeiro - APTJARJ, unidas em torno da continuidade das corridas de cavalo e na defesa de interesses prioritários dos profissionais de turfe, vem a público, às vésperas de sua prova máxima (GP BRASIL) denunciar as recentes decisões unilaterais da presidência do Jockey Clube Brasileiro que colocam o turfe do Rio de Janeiro à beira de uma catástrofe sem precedentes em toda a sua história.
Primeiro, foi o início da "retomada", indiscriminada e insidiosa, das imprescindíveis cocheiras das vilas hípicas, com a pretendida expulsão, pura e simples, dos profissionais e suas famílias que ali residem há mais de 80 anos. "Retomada" esta, motivada por um inexplicável, embora confessado, sentimento de retaliação do Sr. Luis Eduardo da Costa Carvalho, quando seus planos de derrubar as vilas hípicas e substituí-las por um mar de escritórios comerciais foi sepultado por iniciativa do próprio empreiteiro, e pelo novo Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro.
Logo depois, veio a inconcebível e estapafúrdia decisão da presidência do clube de extinguir a centenária (e universal) Caixa Beneficente dos Profissionais do Turfe, que ampara socialmente, desde a fundação do clube, os profissionais matriculados no JCB, fato que reduzirá drasticamente o número de cavalos disponíveis, graças aos quais é possível hoje realizar quatro reuniões semanais de corridas que permitem ao JCB uma retirada mensal superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).
Agora, a escalada de horrores desencadeada pelo Sr. Luis Eduardo da Costa Carvalho se completa: os profissionais matriculados no JCB já foram avisados que o JCB não irá mais arcar com o plano de saúde e de seguro em grupo que protege, há décadas, o exercício da perigosa profissão.
Plano este que, diga-se, foi negociado no passado pelo JCB com os citados profissionais, em troca do não pagamento, pelo clube, dos direitos de imagem que a lei lhes confere. Doravante, portanto, segundo a vontade individual do presidente do JCB, qualquer acidente de trabalho com os referidos profissionais - seja no hipódromo, seja dos centros de treinamento - terá que ser suportado integralmente pelos mesmos. Na esteira dessa odiosa decisão, o presidente cancelou também a prestação de serviços de um médico que atendia os cavalariços no interior das vilas hípicas.
Em outras palavras, o Sr. Luis Eduardo da Costa Carvalho entrega os profissionais, daqui para a frente, à sua própria sorte. E nesse sentido, inclusive, ameaçou os jóqueis e aprendizes com a cassação de suas matrículas, caso estes não abrissem mão do direito de imagem garantido pelos tribunais do país. Ou seja, o presidente do clube, unilateralmente, acaba de rasgar as leis do direito de imagem, e também o tradicional acordo que trocava esses valores pelo plano de saúde que nada mais é do que a garantia da continuidade da atividade hípica no JCB, responsável por todo o patrimônio do clube.
Tendo em vista essas absurdas iniciativas, a Associação Carioca dos Proprietários dos Cavalos PSI e a Associação Profissional dos Treinadores Jóqueis e Aprendizes do Rio de Janeiro vêm aqui manifestar seu mais profundo repúdio a decisões, que revelam, não só um profundo desconhecimento da atividade, como exibem sentimentos do mais genuíno revanchismo contra centenas de proprietários e toda a classe dos profissionais do turfe que, juntos, mantêm vivas, há mais de 100 anos, as corridas de cavalos no Rio de Janeiro.
O destino do turfe carioca, ninguém se iluda, está em jogo neste momento. Mantidas essas decisões - tendo o próprio presidente do clube como seu feroz inimigo e maior algoz - o turfe do Rio de Janeiro não terá como sobreviver, e com ele, mais de 15.000 empregos que são gerados e custeados pela iniciativa privada estão seriamente ameaçados.
Essas duas associações vêm, neste momento, apelar a todas as lideranças do Jockey Club Brasileiro, bem assim aos seus ex-presidentes, ex-vice presidentes, ex-diretores, ex-conselheiros, e a todos os homens de bem que hoje compõem seu Conselho de Administração, no sentido de pôr fim a tantos desvarios, e fazer retornar o ambiente de paz, colaboração e entendimento, que fizeram a grandeza do turfe do Rio de Janeiro, e o conseqüente reconhecimento internacional.
Sem prejuízo das iniciativas que incumbem às duas associações tomar em defesa de seus direitos - nesta hora amarga do turfe carioca -, é este o apelo que se faz aos homens de bem, e às indiscutidas lideranças, equilibradas e de bom senso, do Jockey Clube Brasileiro, bem como a sociedade carioca como um todo.
Associação Carioca dos Proprietários do Cavalo Puro Sangue Inglês – ACPCPSI
Associação Profissional dos Treinadores, Jóqueis e
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