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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Indianos estimam que tesouro de templo vale US$ 22 bilhões

Em uma história similar a um roteiro cinematográfico, um tesouro estimado em bilhões de dólares foi encontrado nas criptas seladas do templo Shri Padmanabhaswamy, em Trivandrum, no sul da Índia, durante a realização de um inventário pelas autoridades locais a pedido da Corte Suprema do país. Fontes do templo e do departamento de Arqueologia de Trivandrum disseram que não podem oferecer detalhes sobre o conteúdo das criptas analisadas, fechadas desde o século 19, alegando que a inspeção ainda não foi concluída.

Porém, apesar da falta de avaliação oficial, várias fontes ligadas ao processo já adiantaram à imprensa indiana que seu valor poderia estar perto dos US$ 22 bilhões, o que representa 1,7% do atual Produto Interno Bruto (PIB) da Índia. Construído no século 16, o templo de Padmanasbhaswamy cultua um avatar do deus hindu Vishnu, e era controlado pelos marajás do antigo reino de Travancore até que este passou a ser dominado pela Índia em 1947, com a independência do subcontinente.

A família real de Travancore, afastada das tarefas de Governo, conseguiu seguir à frente do templo por meio de um comitê, mas nos últimos anos os tribunais entraram em disputa para julgar processos que alegam a incapacidade do conselho em manter a segurança no local. O tesouro apareceu depois que o Supremo ordenou que uma equipe inventariasse os bens do templo, inclusive, o conteúdo de duas das seis criptas.

Na primeira delas, cerca de cinco metros abaixo da terra, os pesquisadores encontraram ao menos uma estátua de Vishnu de ouro e esmeraldas de 1,2 m, outras estátuas de ouro, e coroas e colares de pedras preciosas, segundo a imprensa local. Devido ao isolamento das criptas, o grupo precisou usar tanques de oxigênio e lanternas para desempenhar a tarefa, que ainda não foi concluída, o que significa que o valor final do tesouro pode aumentar.

Dinastias de marajás
Segundo diferentes historiadores locais, a família real costumava deixar no templo as oferendas e presentes dos nobres em busca do perdão da dinastia no poder, em um dos estados mais avançados da Índia naquela época. A descoberta do tesouro adicionará provavelmente mais polêmica à decisão que o Supremo deve emitir sobre o controle do templo. Após serem incorporados pela Índia independente, os marajás perderam a maior parte de seus títulos e privilégios, mas alguns deles, como a família real de Travancore, conseguiram manter-se no alto da pirâmide social mesmo como simples cidadãos.

O atual chefe da dinastia é o marajá Uthradan Thirunaal Marthanda Varma, que gerou polêmica ao afirmar - antes da descoberta - que os tesouros do templo pertenciam à sua família. "As avaliações que estão aparecendo na imprensa são puras estimativas. Essa riqueza é ilimitada. (O marajá) falou diante dos tribunais para defender sua postura e não podemos dizer nada por enquanto", disse nesta segunda-feira um porta-voz do palácio de Travancore.

O caso está na corte de apelação da Suprema Corte, depois que o tribunal de Kerala decretou a passagem do controle do templo para o Governo, após declarar públicos seus bens e negar que a liderança do comitê tivesse componentes hereditários. O Governo não esperou mais vereditos para tomar medidas preventivas, diante do provável valor do tesouro: "a segurança é 24 horas, a cargo de 120 agentes, e instalamos câmeras e alarmes", afirmou o chefe da Polícia local, Manoj Abraham. "Dizem que o tesouro vale US$ 22 bilhões, mas na realidade não tem preço", acrescentou a autoridade policial em referência ao valor histórico de Padmanabhaswamy.

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