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domingo, 19 de junho de 2011

Gávea,A verdade sobre os representantes do Ministério da Agricultura

Contrariando o discurso feito recentemente pelo “presidente” Luis Eduardo da Costa Carvalho por ocasião da AGO de Prestação de Contas, ao replicar os oradores que protestaram pela falta de auditoria na CODERE, afirmando aos presentes (em bom som) que dois fiscais do MAPA saíram muito satisfeitos de uma “auditoria” realizada naquela empresa, venho aqui dizer aos leitores do Raia Leve, que informações passadas diretamente a mim por Flávio Obino Filho, vice-presidente da ABCPCC, recém empossado presidente da Comissão que coordena as ações de fomento ao cavalo nacional junto ao MAPA dá conta que já está na mesa do Exmo Ministro da Agricultura: Dr. Wagner Rossi, um relatório conciso objeto da visita recente desses representantes ao Rio de Janeiro, sugerindo ao ministro o imediato cancelamento da Portaria que autorizou o “simulcasting internacional”, baseado numa série de irregularidades apuradas.

Essa seria a segunda recomendação para encerrar com essa desastrosa atividade de apostas paralelas, a primeira decorreu de amplos pareceres feitos pelos consultores da Advocacia Geral da União, a partir do exame de uma denúncia feita pela Caixa Econômica Federal, portaria essa revogada e a seguir reeditada atendendo uma solicitação feita no apagar das luzes da gestão Taunay, defendida por um nobre jurista.

Por falar nisso, apenas para que os leitores do Raia Leve tenham uma idéia do que fizeram com o bom nome do JCB, leiam abaixo apenas três dos tópicos produzidos na defesa da CODERE, um documento de 26 páginas disponível na integra pela Internet através do link: http://www.jcb.com.br/noticias/data/CODERE.doc assinado pelo próprio Jockey Club Brasileiro:

62. Assim, diversamente do acusado pela denúncia trazida a exame do Ilustríssimo Consultor da União, a Codere não explora por si as apostas em corridas de cavalos. Quem explora as apostas em corridas de cavalos, inclusive internacionais, são os Jockeys, os quais pagam uma remuneração à Codere pela intermediação de tais apostas junto aos apostadores. (grifo do signatário)

63. Portanto, os recursos obtidos com as apostas constituem receita dos Jockeys, associações civis sem fins lucrativos que destinam tais recursos para o desenvolvimento do turfe e da eqüideocultura e o atendimento dos seus associados. Cabe à Codere somente uma remuneração pela sua prestação de serviços de intermediação.

65. Fundamental destacar que em nenhum momento viola-se a legislação vigente. As apostas em todas corridas de cavalos continuam sendo exploradas exclusivamente pelos Jockeys, os quais pagam a Codere única e exclusivamente pela sua atuação como agente credenciado.

A defesa feita utilizando essa verdadeira intoxicação da verdade, em nome do próprio JCB, não apenas viola a integridade da sociedade, como ainda destrói a moral da instituição perante órgãos como a AGU e Ministério da Agricultura, pondo em risco a centenária CARTA PATENTE do clube, objeto de investigação hoje por parte do Ministério Público Federal, denuncia essa feita pelo Juiz do 5º GECRIM, a partir de uma queixa feita pelo próprio Luis Eduardo, que a seguir desistiu dela.

Voltando ao discurso de Luis Eduardo, que tenta fazer da CODERE um autêntico baluarte, eu gostaria que o “presidente” fosse também obrigado a se retratar, por ter interpretado de forma equivocada o relatório dos fiscais. Não seria o caso de um juiz de direito obrigá-lo a convocar uma nova assembléia apenas para fazer o desmentido disso, no mesmo espaço utilizado; através do mesmo microfone; com o flagrante das mesmas câmeras de vídeo; lendo um texto redigido por nós; e diante da mesma platéia?

Afinal, muito mais grave do que utilizar o desenho de alguns cavalos correndo, ou o nome de um clube que é de propriedade de todos os seus sócios, ou mesmo protestar pela velha conhecida e fartamente testemunhada política do “senta e levanta”; muito mais sério do que simplesmente concluir que administradores não deveriam poder jamais aprovar suas próprias contas, muito mais danoso do que isso seria utilizar em proveito próprio, no momento da aprovação das contas, uma informação dessas, totalmente distorcida da realidade, em direção contrária ao resultado do trabalho realizado por dois funcionários públicos.

Essa informação acende uma enorme luz no fim do túnel. Torço para que essa luz seja a de um trem em sentido contrário, que possa estar se dirigindo em alta velocidade na direção das pretensões do atual “presidente”, que apesar de tudo que fez, ainda insiste em afrontar os amantes do clube com o anúncio da sua reeleição, baseada apenas nos milionários honorários advocatícios que autoriza com o dinheiro do clube, e na flagrante fragilidade de um Quadro Social, que, infelizmente, vive muito distante dos verdadeiros interesses do Jockey Club Brasileiro.

por L.F.Dannemann

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