DOPINGS, DIVERSIDADES, DOLOS...
O apostador brasileiro vem sofrendo muito. Aliás, em termos de diversidade de “performances”, nenhum hipódromo do mundo chega perto da Gávea. A impressão que dá é que a Comissão de Corridas, além de não ter presidente há muito tempo, também não tem comissários. Os dolos acontecem reunião após reunião, descaradamente e sem punições.
Cavalos melhoram da noite para o dia. Largam e acabam. E ganham longe. Uma vergonha!
Todavia, com um Código Nacional de Corridas obsoleto, a palavra “doping” prejudica/pune somente ao treinador. O veterinário passa impune. Nos Estados Unidos tudo é diferente. Mas nós somos melhores que eles e temos um Código. Bah!!!
Pois bem, na semana passada, tivemos uma enxurrada de dopings no Brasil. Em Porto Alegre, Universal Danz fez o treinador Flavio Matos ficar de molho por 90 dias.
Na Reunião da Comissão de Corridas do Jockey Club de São Paulo, realizada em 6 de junho de 2011, nas Resoluções, o grande Pedro Nickel, um senhor respeitado, levou por Seu Massito e Swiss Law mais 270 dias, pois já havia sido suspenso por 180. Ora bolas, o Seu Nickel virou “dopador” no final de sua carreira? Não!
Depois, foi a vez de Luiz Esteves levar 180 dias por Windsurf, e o Estanislau Petrochinski, por Veraneio, levar suspensão idêntica.
Na Gávea, no Boletim Oficial nº. 100, de 7 de junho, por causa de substância proibida em Rei Chico, Carlos Alberto Martins levou 90 dias, e José Ferreira dos Reis Filho, reincidente, pelo animal Ultimatum Mio, 180 dias.
O laboratório do JCSP é um dos melhores do planeta. O que o JCB hoje utiliza, nem tanto.
A verdade é que substâncias proibidas foram ministradas nos animais acima. A questão é: FOI O TREINADOR?
Enquanto a credibilidade de nossas corridas escoa escada abaixo, ainda temos um consolo. E ele está bem pertinho de nós.
Cerca de 50 treinadores, isso mesmo, de todos os tipos (ruins, médios, bons e craques) estão suspensos na Argentina. O último a ser punido é o Pellegrini 2010, Juan Carlos Etchechoury (h.), por Come Into (Honour And Glory), reservada do Stud La Pomme e que escoltara há 10 dias a Una Cabeza (Leroidesanimaux), no Gran Premio de Potrancas (G.1). Parece que foi um corticóide.
E, no Uruguai, o único hipódromo que em Resolução aponta a substância proibida, Maroñas puniu até 1º de dezembro de 2011, pelo equino Patio Falluto, o treinador Sr. José Núñez. Neste país, uma dezena cumpre suspensões, a maioria por cafeína, como neste caso.
O que fazer para mudarmos este grave e triste momento que envolve o nosso turfe e o dos países “hermanos”? Por aqui temos que começar por um novo Código, novas regras etc. Ah! E eleições no JCB. Mudanças, já!
por Marcos Rizzon
Jornal do Turfe
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