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quinta-feira, 7 de abril de 2011
Marcelle Marques Martins é a mais nova joqueta do Turfe Brasileiro
Enquanto a Gávea vive uma disputa digna de duas feras, Dalto Duarte e Henderson Fernandes, na estatística de jóqueis, onde a cada meia hora a liderança está nas mãos de cada um deles, em breve estreia nas pistas a bela Marcelle Marques Martins. Na última terça-feira, conforme resolução publicada no mesmo dia, a jovem de 17 anos recebeu matrícula de aprendiz e deverá em breve estar grafada nos programas oficiais como M.Martins.
Determinação, segundo o dicionário, significa decisão, precisão, definição exata. Esta é a palavra que melhor define Marcelle. Com um sonho de se tornar joqueta desde criança, a filha do ex-jóquei e hoje treinador Carlos Alberto Martins pretende fazer história no turfe carioca.
JCB - Como estão seus sentimentos neste momento, após ter recebido a matrícula de aprendiz?
M.Martins - Estou bem ansiosa. Esta noite passei muito mal, acho que foi nervosismo. Com dor na barriga e de cabeça. Mas estou muito feliz, pois é uma fase importante que se inicia na minha vida. Espero por isto faz muito tempo. Passei um ano e três meses na escolinha (Escola de Profissionais do Turfe) aprendendo. E durante este período o mais difícil foi ver ‘todo mundo’ passando por mim, como por exemplo, o I.Muller e o I.Gaier, que começaram depois do meu ingresso, e eu ficando pra traz e aí pensava: quando será a minha vez?
JCB – O que você acha que seja seu diferencial?
M.Martins - A vantagem no peso é um ponto favorável para mim. Nas demais atribuições, sinto-me igual a todos os aprendizes. Não tenho medo e acho isso importante. Estou treinando bastante e quero cada vez trabalhar mais para chegar na hora de montar efetivamente, estar bem.
JCB - Como é sua relação com os demais profissionais?
M.Martins - Todos me tratam muito bem. Uns dizem que eu tenho que trabalhar mais, e aprender mais, outros já dizem que estou ‘pronta’. Quando trabalho de parelha com algum jóquei é muito bom, porque eles acabam vendo onde estou errando e o que está certo, e isso é muito válido.
JCB - O trabalho daqui pra frente é árduo. Como você vê isso?
M.Martins – Sei que será difícil. Mas como é meu sonho, não ligo muito para as dificuldades. Tenho consciência que haverá preconceito por ser mulher, pois podem achar que não vou conseguir segurar com firmeza e guiar bem um animal. Estou pronta para desmistificar estes tabus.
JCB – Está prepara para as privações que exige a profissão, como por exemplo, se privar dos finais de semana?
M.Martins - Vivo no universo do turfe desde que nasci então conheço muitas das dificuldades, principalmente por presenciar de perto a trajetória do meu pai. Desde que entrei na escolinha, fui me preparando para todos os tipos de privações que a profissão de jóquei impõe. Um exemplo claro é abrir mão de alguns cursos como a dança, que eu adoro. Se é um sonho meu ser joqueta, vou me privar de certas coisas para realiza-lo.
JCB - O que o público pode esperar?
M.Martins - Se serei uma boa profissional, só o futuro dirá. Mas que eu vou me empenhar ao máximo, isso eles podem ter certeza. Eu trabalho muito para que um dia possam ter orgulho de mim.
JCB - E a família, como fica nesta história?
M.Martins - A minha mãe está mais calma no quesito estreia, só tem receio de eu levar um tombo, já que a primeira vez que veio me ver trabalhar no matinal, cai duas vezes e ficou apavorada. Mas meu pai está mais nervoso que eu. Disse que parece que é ele quem vai estrear. Minha família torce muito pelo meu sucesso. Sem dúvida o apoio familiar é o mais importante.
JCB - Já tem alguma montaria em vista?
M.Martins - Por parte dos outros treinadores, não sei, pois acredito que eles primeiro vão preferir ver como estou atuando para depois me confiar uma montaria. Mas meu pai, assim como ajudou diversos aprendizes, vai inscrever alguns animais e prometeu-me as montarias. Então, caso tudo ocorra bem, na próxima segunda-feira já assino.
Assim como Josiane Goulart, que está brilhando intensamente no Hipódromo de Cidade Jardim e Maylan Studart, que está fazendo história em Nova York, no país da Dilma Rousseff, as mulheres pedem passagem.
por Danielle Franca
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