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sábado, 19 de março de 2011

Vitali Klitschko,Politizado, ucraniano revive mito do boxe Muhammad Ali

Politizado, ucraniano revive mito do boxe Muhammad Ali

Desde Muhammad Ali que o público não via um campeão dos pesos-pesados politizado, preocupado com questões de fora de seu país.

O ucraniano Vitali Klitschko, que defende seu cinturão hoje,19/03, às 18h45, na Alemanha, contra o primeiro do ranking, Odlanier Solis, mudou isso.

"Queremos apoiar o Japão durante essa tragédia [terremoto e tsunami]. Quero apoiar as pessoas que estão enfrentando essa tragédia", afirmou Vitali, campeão pelo Conselho Mundial de Boxe, durante teleconferência para promoção do duelo de hoje da qual a Folha participou.

O boxeador ucraniano Vitali Klitschko durante a pesagem oficial para o combate com o cubano Odlanier Solis

Uma parte do lucro obtido pelos promotores da luta -o próprio Vitali e seu irmão, Wladimir- será destinado a ajudar vítimas da tragédia.

"Eu sei o quão dura é a situação. Sei o quão perigosa a situação é, pois algo parecido aconteceu com minha família em Chernobyl [onde houve um vazamento nuclear]. Meu pai estava lá em 1986, e eu vivia na Ucrânia, que é bem próxima", relatou.

Vitali e o irmão receberam da ONU (Organização das Nações Unidas) o título de embaixadores da Unesco.

Muhammad Ali, o mais popular peso-pesado da história, ganhou notoriedade ppr seus feitos nos ringues e por se posicionar contra a Guerra do Vietnã.

A recusa em mudar de posição lhe custou a licença de pugilista e fez com que ficasse anos afastado das lutas.

Ali causou mais polêmica ao se aliar ao movimento muçulmano negro, do qual fazia parte o líder Malcolm X.

Mesmo após se aposentar, Ali prosseguiu com iniciativas polêmicas, visitando a Rússia e a China no auge da Guerra Fria com os EUA.

Passada a era de Ali, os pesados têm se preocupado só com o lado financeiro, evitando falar de política. Antes da luta, preferem as tradicionais provocações aos rivais.

Quando o reverendo Jesse Jackson tentou convencer um pesado a não ir à África do Sul na era do apartheid, ouviu dele: "Ele [Jackson] não paga as minhas contas".

por EDUARDO OHATA

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