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quinta-feira, 17 de março de 2011

Índia, Um mosaico chamado Índia, Parte 2

Observar a importância da religião na Índia é absolutamente indispensável para se verificar as peculiaridades dessa sociedade. Mais de 80% da população segue o hinduísmo e, para estes, a vida é um eterno retorno. O que se faz nessa vida conta para a próxima. Por isso é importante aceitar a própria condição e praticar boas ações, assim como os rituais de purificação, para se conseguir uma posição melhor ao reencarnar. Alguns estudiosos apontam o hinduísmo como responsável pela passividade e pelo conformismo do povo ante a sua condição de miserabilidade.

O islamismo, segunda religião em número de seguidores no país, congregando cerca de 12% da população, segue os preceitos de Alá, ditados pelo profeta Maomé, cujas palavras estão no Corão. Os muçulmanos acreditam que a vida tanto pode ser uma benção quanto uma penitência. Por definição, a mulher muçulmana deve ser submissa a seu marido.

O cristianismo é seguido por uma pequena fatia da população, aproximadamente 3%. O budismo e demais religiões dividem a fatia restante. Esses dados estatísticos são interessantes para se ter uma idéia do cenário religioso na Índia, mas não dão conta de expressar o quanto a religião está intrinsecamente relacionada com a vida dos indianos. Para a maciça maioria, ela explica e justifica tudo na vida, o que se verifica no discurso das famílias e mesmo nas relações de trabalho.

A Índia que chama a atenção pelo polêmico sistema de castas, pela espiritualidade que tudo permeia, vem despontando também como potência asiática. O Produto Interno Bruto (PIB), da ordem de 785 bilhões de dólares, coloca o país em 12º lugar no ranking da economia do mundial. No entanto, por sua grande população e a exitstência do desequilíbrio entre o número de ricos e miseráveis, a renda per capita é consideravelmente baixa - cerca de oito vezes menor que a brasileira. Mais de 25% por cento da população é classificada abaixo da linha de pobreza, apesar da existência de uma classe média crescente, atualmente estimada em 300 milhões de pessoas.

No começo dos anos 1990, quando seu governo abandonou políticas socialistas e deu início a um processo de liberalização da economia, houve no país um incentivo ao investimento estrangeiro, à redução de barreiras tarifárias, à importação, à modernização do setor financeiro e a ajustes nas políticas fiscal e monetária. O resultados dessas mudanças foram inflação mais baixa, crescimento econômico e redução do déficit comercial.

O freio no desenvolvimento econômico indiano é composto por uma infraestrutura insuficiente, burocracia pesada, altas taxas de juros e uma "dívida social" elevada, como a pobreza rural e sistema de castas. Tudo isso tem raízes históricas, mas há interesse por parte dos atuais governos em reverter.

Por Bianca Encarnação

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