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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

GÁVEA, CARTA AOS SÓCIOS


CONCORRÊNCIA: ODEBRECHT/PERFORMANCE X JFSF

Caro (a) Sócio (a),

Há anos, a situação financeira do clube vem sendo discutida nas reuniões de diretoria do Jockey Club Brasileiro. Não é para menos, já que o turfe acumula um déficit de mais de R$ 1,5 milhão a cada mês. Em 2005, o tema entrou fortemente em pauta e começou-se a discutir a possibilidade de revitalização de áreas degradadas do Clube e a possibilidade de geração de novas fontes de receita.
Com essa necessidade evidente, o Jockey Club Brasileiro assinou em julho de 2005, sob a gestão anterior, um Memorando de Entendimentos com Odebrecht Realizações Imobiliárias e Performance Empreendimentos Imobiliários oficializando a disposição dos incorporadores em investir em estudos para um projeto para o nosso clube. O tema foi, desde então, objeto de análises e deliberações em 14 reuniões conjuntas da Diretoria e Conselho Consultivo, das quais oito na Administração anterior e seis na atual.
Com a proposta em mãos e com o objetivo de se chegar a um projeto satisfatório para o JCB, a diretoria recebeu outra empresa interessada em desenvolver um projeto para o Jockey, a JHSF, cujo projeto previa a construção de um shopping Center onde hoje se encontram as Vilas Hípicas. Para analisar qual das duas era a melhor proposta, a diretoria do JCB contratou a Fundação Getúlio Vargas, uma das instituições mais renomadas não só do Rio de Janeiro como do Brasil, para dar um parecer final ao clube (acesse o relatório na página do projeto hospedado no site www.jcb.com.br). Sendo o parecer da FGV favorável à proposta do consórcio Odebrecht/Performance, a Diretoria e o Conselho Consultivo se reuniram em 30/09/2008 e aprovaram por unanimidade a continuidade do projeto.
Ainda assim, lutamos para deixar a proposta mais interessante para o clube. Iniciamos uma série de negociações e conseguimos ampliar de 10% para 12,5% a participação do JCB na receita bruta do empreendimento, o que representa um expressivo aumento de 25%. Reduzimos o prazo de 60 anos para 50 anos, que significa uma redução de aproximadamente 17%. Por fim, conseguimos incluir como condição para o andamento do projeto a construção de um Centro de Treinamento na Serra Fluminense para abrigar 100% dos animais e profissionais hoje alojados nas Vilas Hípicas, sugestão apresentada por importante grupo de turfistas chamados para opinar sobre o projeto (carta disponível no site do projeto)
Vale lembrar que, em todo esse tempo de desenvolvimento e negociação, de 2005 até hoje, nenhuma outra empresa se apresentou para mostrar concreto interesse e disposição em investir recursos ou apresentar uma proposta ao JCB, apesar do assunto ter sido tema de matéria publicada no jornal O Globo, no dia 1º de novembro de 2008 e em nota na Revista Veja Rio, em 10 de novembro do mesmo ano. Os motivos identificados foram os diversos riscos envolvidos, entre eles o elevado investimento inicial e o alto grau de incerteza para implantação do projeto. Precisamos lembrar que, além de ter que ser aprovado em Assembléia Geral pelos sócios do JCB, o empreendimento necessita ainda do aval de diferentes órgãos públicos para só então começar a ser construído.
Concluo afirmando que o projeto será fundamental para garantir ao turfe carioca as condições para a sua revitalização ao assegurar uma fonte de recursos perene para os investimentos necessários, bem como para o aumento de prêmios que é a mola mestre da atividade.

Luis Eduardo Costa Carvalho, presidente do Jockey Club Brasileiro

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