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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A SALVAÇÃO DAS VILAS HÍPICAS

Mais uma vez o “presidente” do clube insiste em utilizar a mídia para desmoralizar a nossa sociedade, em nova demonstração de uso indevido do nome da Fundação Getúlio Vargas tornando-a autora de algo que não fizera da forma como pretende que entendam, e ao discorrer sobre fatos inverídicos, como a afirmação de que esse projeto está sendo discutido com todos no clube há cinco anos.

O “presidente” apenas tentara disfarçar para os sócios aquilo que restará indisfarçável. No caso da FGV, se eu fosse ele, ou os responsáveis pelo projeto, já começaria a procurar uma farmácia, pois acho que eles vão cair desse cavalo. Quem tiver curiosidade, e for do Rio de Janeiro, sugiro assinar a Revista Veja, pois serão surpreendidos a qualquer momento com uma linda (e verdadeira) declaração.

Porém a proposta de salvação das Vilas Hípicas não seria exatamente para esse mandato, pois o interesse do que está no poder, bem como o dos especuladores à sua volta, está muito distante das nossas quatro linhas, interessados que são apenas na realização de assuntos estranhos e paralelos a uma sociedade promotora de corridas de cavalo.

Contra Desafio I

Por falar nas incursões jornalísticas do nobre “presidente” seria importante ele aceitar o desafio que faço nesse momento, que se resume apenas em fazê-lo provar o que afirmara no jornal de que as Vilas Hípicas provocam um prejuízo diário de 50 mil reais ao clube, mesmo corroborando decisivamente para a formação de oito reuniões por mês.

Caso ele não consiga provar o que disse pelas páginas do jornal O Globo, não com a falácia comum aos partidários da política dos palanques, mas com provas irrefutáveis comuns aos iguais, esse “presidente”, que atualmente abraça também a função de “corretor” dos nossos imóveis, vai ser comparado ao Pinóquio, tamanha a projeção do seu nariz que eu vou desenhar para o quadro social oportunamente.

A importância dos cavalos

Todos sabem, até os cortadores de coco dos quiosques da Lagoa sabem, que os cavalos alojados hoje nas cocheiras do hipódromo da Gávea não migrarão para qualquer tipo de Centro de Treinamento, por dez motivos: Primeiro porque será impossível financeiramente mantê-los com os atuais custos praticados na serra.

Preciso dizer os outros?

Só as mentes voltadas para o mal poderiam mesmo pegar um microfone e sustentar diante de dezenas de profissionais e turfistas, que o inexistente e indetalhado “Centro de Enganamento”, que ficaria mais ou menos a duzentos quilômetros de distância do hipódromo, abrigaria os cavalos que hoje residem nas Vilas, e melhor do que isso, que os pequenos proprietários ainda comprariam mais animais!

Aproveitando o fato de que o “presidente” discursava por sobre os sapatos, posso interpretar que tenha sido mais um desses “Stand-up comedys” que assolam a cidade, mais uma dessas montagens que são feitas apenas para provocar o riso. O “presidente” deve ter brincado com os presentes, o que acabara por provocar reações muito alegres da platéia, como aquela promovida após a afirmação de que ninguém teria qualquer interesse no projeto.

Contra Desafio II

Para testar os propósitos do “presidente” que afirmara trabalhar em prol do turfe, em que pese a enorme gargalhada que provocara nos presentes, proponho a imediata criação de uma “chamada” especial voltada aos animais alojados no Hipódromo da Gávea há pelo menos quarenta e cinco dias.

Esses páreos deveriam ser dar em forma de Handicap para conceder um prêmio maior aos inscritos. Seriam chamadas desafiadoras ao público apostador que misturariam cavalos e éguas com números de vitórias e idade diferentes, equilibrados com o sobrepeso dos jóqueis em várias distâncias.

Poderia ser proposto à mídia o mesmo Páreo da Sorte utilizado em Cidade Jardim, seria um páreo com animais estabulados no prado, para a sorte dos acertadores e pelo bem das muitas famílias que dedicaram as suas vidas ao cavalo.

Mas é claro que isso é apenas um sonho, o “presidente” jamais se daria ao trabalho de provar que está completamente errado, pois o seu projeto galopa em direção oposta ao nosso disco de chegada, o interesse dele é ver todo mundo bem longe daqui: Cavalos, profissionais e principalmente as suas famílias. Para os turfistas ele reserva o vício das máquinas eletrônicas, um projeto com a grife da intolerência.

Recuperando as Vilas Hípicas

A recuperação paulatina das Vilas se daria, portanto, a partir de uma programação específica e exclusiva para os cavalos alojados nas cocheiras, e também através de uma nova programação clássica, determinando vários páreos que seriam também voltados apenas aos cavalos alojados nelas, tanto Provas Especiais, Listadas ou de grupo, num total de pelo menos 24 páreos anuais, duas por mês.

Os cavalos da Vilas Hípicas correriam entre si, assim como fariam os animais egressos da região serrana, e todos correriam em prol da recuperação do turfe e do Jockey Club Brasileiro. Em pouco tempo os resultados já serão bem positivo para as centenárias cocheiras e muito mais atraente para o turfe em geral.

Dando trato a um menor custo do trato

Ao invés do “presidente” gastar essa fortuna de tempo e dinheiro propagando esse escândalo imobiliário que atende pelo nome de “Boulevard”, ele poderia partir para um plano de “guerra” (não confundir com aquele seu plano maquiavélico de fomentar a guerra dos caça-níqueis) que consistiria em ações coordenadas para baratear o trato.

Na nossa tese, as Vilas Hípicas sofreriam um ingresso imediato de cerca de 450 animais, vindos exatamente de alguns desses centros de treinamento menores que não são exatamente aqueles que abrigam os animais clássicos dos grandes studs, o que por si só, somados aos existentes, já representaria um número adequado para por em prática um sistema de Armazém responsável visando obter preços melhores para os insumos.

Propositalmente ou não, o fato é que os profissionais das Vilas Hípicas se encontram hoje completamente desasistidos, muitos deles não conseguem sequer arcar com as milionárias contas de água exigidas, tendo que comprar ração a varejo, sem qualquer tipo de subsídio ou solução alternativa por parte de um clube que depende totalmente dos cavalos que eles cuidam para sobreviver.

O JCB experimentara brincar de princesa e acabou acostumando com a falsa fantasia dos Centros de Treinamento, onde os proprietários passaram a arcar com todos os custos e a fornecer os seus cavalos sem nenhum ônus para que o clube vendesse suas apostas.

O clube que antigamente arcava com muitos dos custos inerentes aos dois mil cavalos que abrigava, comum a todos os hipódromos espalhados no mundo sem nenhuma exceção, agora vira as costas para os novecentos que habitam as cocheiras, que são igualmente imperativos para a formação de metade dos programas que patrocina.

Curioso é que o “presidente” não procurou direcionar para os pequenos proprietários e seus grandes cavalos essa sua criativa e tão auto propagada “governança corporativa”, preferindo utilizá-la tão somente em prol dos empreiteiros e das bancas paralelas de apostas. O clube, já de posse da marreta, investe apenas na derrubada dos tijolos, esquecendo-se de construir o futuro do JCB.

Caso direcionasse 87,5% de suas fantasiosas equações para os cavalos de corrida, nesses dois anos em que “herdara” a cadeira de Presidente, o turfe já estaria num patamar muito mais avançado; caso tivesse colocado uma Odebrecht para patrocinar o turfe, ao invés de colocar o turfe patrocinando as empreiteiras, teria trazido muito mais vantagens para os pobres dos profissionais.

Conclusão

Esse, portanto é o desafio que temos agora, além de formar uma Chapa responsável para gerir o clube e ocupar as Vilas Hípicas ao invés de destruí-las ao sabor da especulação imobiliária, que se por um lado é um valor muito baixo para os nossos ativos, seria um preço muito alto para o turfe.

A ocupação total das cocheiras, e com ela o surgimento de novos studs e mais cavalos para o Rio de Janeiro, possibilitariam, em médio prazo, a formação de pelo menos mais um programa semanal, e assim mais oportunidades de prêmios para todos.

Quatro reuniões a mais por mês, alimentando o bolso dos profissionais, representariam muito mais do que a incerta e não liquida receita com aluguel de imóveis, o que em nada se corresponde com a nossa atividade.

O “presidente” talvez tenha errado de clube, ao aproveitar-se da “cortesia” que lhe fora concedida pelo arrependido ex-presidente. Quem sabe ele não teria mesmo preferido a presidência de alguma imobiliária ou corretora, ou quem sabe ainda não estaria mais bem colocado à frente de alguma organização de jogos eletrônicos na América do Sul.

Certamente a sua vocação de empresário, e governante corporativo, bem sucedido, faria muito mais sentido caso ocorresse bem longe das corridas de cavalo e dos cavalos de corrida.

Final

O grande EVENTO de “abraçar” o clube contra a especulação imobiliária e a guerra dos caça níqueis está a cada dia ganhando mais peso na sociedade, muitas organizações não governamentais já aderiram previamente a nossa campanha que será amplamente noticiada na mídia, bem como muitos artistas e tradicionais formadores de opinião estarão presentes numa bela e ensolarada manhã de Domingo que papai do céu há de conceder pra gente.

Como disse Geraldo Vandré: Quem sabe faz a hora não espera acontecer...

Jéssica Dannemann

2 comentários:

  1. paragominasbr@bol.com.br10 de outubro de 2010 às 10:07

    Esta menina é de luta.

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  2. Bravo Jéssica, não esmoreça!
    Falta alguém pedir ao "presidente" que ele apresente um projetinho bem elaborado, com maquete e tudo, do novo CT prometido na "serra" (?), com um hospital melhor que o ODupont (não é difícil...)... Será que não apareceu ninguém na "serra" pra oferecer um bom negócio pro "presidente"?
    Thomaz Faria
    Stud Enfant Gaté

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