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sexta-feira, 1 de outubro de 2010
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL DE EQUINOS
A Reprodução Equina foi marcada através dos tempos por duas grandes inovações fundamentais: a Inseminação Artificial (IA) e mais recentemente a Transferência de Embriões.
A IA equina é uma técnica que, consiste em recolher o sémen de um garanhão, dividilo em várias doses e em seguida depositar cada uma dessas doses no interior do útero das éguas em estro. A IA permite assim obter várias doses a partir de um só ejaculado de forma a poder beneficiar várias éguas com um só salto.
As técnicas de IA utilizadas hoje em dia permitem obter resultados idênticos aos obtidos com a monta natural e são utilizadas sob três formas: a IA Fresco que utiliza sémen fresco, com o intervalo óptimo entre a recolha e a inseminação inferior a 30 minutos, a IA Fresco Refrigerado que utiliza sémen fresco, refrigerado a 4ºc e que permite um intervalo Recolha - Inseminação de 12h a 24h e a IA congelado que utiliza sémen congelado a uma temperatura de – 196ºC e que permite a sua conservação por tempo indeterminado. Contudo, nem todas estas técnicas são aplicáveis a todos os garanhões, uma vez que a qualidade do sémen de certos garanhões os exclui de determinados tipos de IA.
São atribuidas numerosas vantagens à IA uma vez que ela permite separar no tempo e no espaço a ejaculação da inseminação. Há uma maior protecção sanitária, porque limita-se o contacto entre os animais, evita-se os seus deslocamentos e as técnicas de reprodução são aplicadas em ambientes controlados, onde se efectuam controlos sanitários estrictos aos garanhões e éguas.
São efectuadas recolhas de sémen aos garanhões não mais que três vezes por semana, tempo este que permite a total recuperação da produção de espermatozóides. Existe então uma racionalização da utilização dos garanhões porque, há uma diminuição do número de saltos e do número de viagens em camião, o que permite a manutenção da carreira desportiva e reprodutiva do animal, em simultâneo.
A variabilidade individual entre garanhões (características seminais de cada garanhão) e os métodos de conservação de sémen, constituem algumas das limitações da IA.
O risco de consanguinidade aumenta se os garanhões afectos à Inseminação Artificial produzirem um maior número de poldros que os outros garanhões afectos à monta natural, o que não é o caso actualmente.
As dúvidas sobre a certificação de origens são satisfeitas pela identificação de todas as doses e pelo controle de filiação obrigatória dos poldros, produtos de Inseminação Artificial.
Os garanhões são submetidos a testes, seguindo critérios rigorosos para que possam ser admitidos à IA, tendo um número de certificados de cobrição limitado.
Uma má aplicação destas técnicas pode ter repercussões sobre a qualidade biológica do sémen (capacidade de fecundação) ou sobre a higiene das doses e sua aplicação.
A sua utilização requer conhecimentos específicos e por essa razão, só pode ser posta em prática por inseminadores ou chefes de centro nos centros de reprodução autorizados, tornando o custo financeiro da IA mais elevado no que diz respeito a pessoal qualificado e material utilizado.
O sucesso dos resultados obtidos reside no facto de se efectuar uma boa escolha das éguas a inseminar e a correcta manipulação do sémen, proveniente de garanhões férteis.
A inseminação artificial em equinos torna assim possível o aumento da utilização económica dos garanhões e o rápido melhoramento genético da espécie.
Cristiana Oliveira
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