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sábado, 23 de outubro de 2010

DUPLEX - HOMENAGEM DA SEMANA

Duplex
Na década de 60, Escorial, Elizabeth e Major´s Dilema levantariam os principais páreos destinados as comemorações da independência da Argentina, marcando com isso um feito histórico,
Já na década de 80 a égua Immensity venceria o GP Carlos Pellegrini de forma autoritária, sendo que para deleite verde-amarelo, o segundo e terceiro lugares foram também de cavalos brasileiros (ver matéria inaugural desta coluna).
Nessa galeria jamais um cavalo não poderia deixar de ser mencionado, pelo que representou no cenário do turfe sul americano no início dos anos 80. Trata-se do imortal Duplex, vencedor de provas de grupo I no Uruguai, Argentina e Peru.
O filho de Breeders Dream e Dulcine, criado por ninguém menos que Roberto Seabra, o maior criador brasileiro de todos os tempos, e de propriedade do Stud Jupiá (Carlos Eduardo Salles Gomes), por onde passou deixou um rastro de incredulidade dado pela categoria com que vencia adversários, tanto na grama quanto na areia, e que figuravam como os melhores da América do Sul.
No Uruguai vencera o GP José Pedro Ramirez, a maior prova do turfe local, em 2.400 metros na raia de areia. No Peru levantou o GP Jockey Club Del Peru, também em 2.400 metros na areia.
Na Argentina, Duplex faria um bis que deixaria boquiaberto qualquer pessoa que entenda minimamente de turfe, pois inscrito em 1.600 metros na areia do Grande Premio Organizacion Sulamericana Del Puro Sangre de Carrera, corrido no hipódromo de Palermo, Duplex aplicaria uma derrota sem igual a Conda, até então considerada a melhor égua do ano na Argentina




Aqui cabe um parêntese para que sejam homenageados os profissionais do turfe que fizeram com que o Duplex alcançasse tal láurea. O seu treinador era ninguém menos que o Walfrido Garcia, profissional que se confunde com o significado da arte de treinar cavalos de corrida. Dono de um sem números de títulos em provas clássicas, o Walfrido Garcia sempre foi uma referência de seriedade e profissionalismo no turfe.
Em se tratando de Walfrido Garcia não foi surpresa alguma a estupenda campanha do Duplex. Esse profissional sempre foi vencedor.
Quanto ao jockey, falar de turfe sem mencionar seu nome, é falar no vazio. Trata-se do freio Jorge Garcia, seguramente um dos mais importantes jockeys que já atuaram no turfe sul americano. A sua forma de conduzir um cavalo e a precisão com que atropelava desafiava as mais elementares regras do espaço-tempo. Era um jockey perfeito.
Voltemos ao Duplex. A consagração maior desse cavalo viria no hipódromo de San Isidro, por ocasião do II GP Associacion Latino Americana de Jockeys Clubs, onde na edição inaugural desse GP, outro cavalo brasileiro, Dark Brown, levantara o páreo.
Duplex enfrentando a nata dos cavalos argentinos, tais como Especulante e I´am Glad, recordistas, e demais craques sul americanos, em 2.000 metros na raia de grama, venceu-os de forma eletrizante ( veja a foto).
O Jorge Garcia, de forma matemática, deu uma atropelada e somente nos últimos 50 metros dominou a prova, tirando no disco a então vitória argentina. Notar a categoria desse jockey ao colocar o chicote debaixo do braço, símbolo máximo da supremacia de um jockey, e dando a tarefa por encerrada antes mesmo da transposição do disco.
Essa vitória pertence ao Panteão Nacional do turfe brasileiro.
A esse fenomenal cavalo, ao seu magnânimo criador, ao dedicado proprietário, ao competentíssimo treinador e ao seu mitológico jockey a singela homenagem pelo tudo que representaram para o turfe brasileiro.




http://www.turfebrasil.not.br/


3 comentários:

  1. O único cavalo que seria tema de uma matéria televisiva que assisti nesses anos. Abração do Professor Luciano Maluly e muito obrigado

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  2. Uma matéria magnífica falar de uma máquina como era o duplex lembrando ainda de tds profissionais envolvidos parabéns

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